Coluna "Fonoaudiologia em Questão"

Linguagem e Subjetividade

Coluna "Fonoaudiologia em Questão"

09/2009

Coluna "Fonoaudiologia em Questão"

Gisele Gouvêa*

estrutura clínica em Fonoaudiologia tem sido tema nas reuniões e nas pesquisas da Linha de Pesquisa Linguagem e Subjetividade, desde a década de 90. Momento, em que, inauguram-se as interrogações sobre o Objeto da Fonoaudiologia : “a Fonoaudiologia tem um duplo objeto?”. Apoiada na hipótese de que a Fonoaudiologia possui um único objeto, o da linguagem em sua dimensão sintomática - clínica, as pesquisas avançam para o debate sobre “Por que é necessária a nosologia?” , que aponta para a hipótese de que o redimensionamento da noção de sintoma e o reconhecimento de uma certa regularidade no funcionamento patológico da linguagem, permitiria o esboço preliminar de uma certa nosologia proposta nos planos da estrutura e dos tipos. Em a Fundação da clínica fonoaudiológica , o que faz questão é a impropriedade heterogênea de uma clinica centrada em elementos díspares e “como estruturar a formação de uma clínica homogênea que articule semiologia, etiologia, diagnóstica e terapêutica, constituída por elementos interno a linguagem e ao falante?”. Mediante esse questionamento, emerge uma sucessão de pesquisas que interrogam a instância clínica, como em “Semiologia em Fonoaudiologia: a subversão do conceito de doença ”, que defende a hipótese de que os sintomas de linguagem são a chave para encontrar o elemento homogêneo e interno à estrutura clínica. Em “Diagnóstica em Fonoaudiologia: considerações preliminares ”, questiona-se a leitura sobre o processo de avaliação de linguagem e se faz uma remissão ao quadro nosográfico e etiológico em que se dá a circunscrição clínica da patologia de linguagem em questão. E a hipótese desenvolvida aqui é que a diagnóstica pode ser enfrentada pela interação dialógica. “Causalidade na Fonoaudiologia: seus desdobramentos na clínica de linguagem ”, interroga “de que natureza é a causa dos sintomas de linguagem?”, apontando para a hipótese da sobredeterminação da linguagem entre aquele que fala e aquele que escuta. Em “Clínica Fonoaudiológica: uma discussão sobre a terapêutica dos desvios de linguagem ”, interroga as práticas clínicas adotadas em Fonoaudiologia de cunho propedêutico e deontológico. Assim, defende a premissa de que a terapêutica se assenta na fala, na língua e no jogo dialógico. No momento, o que está sendo posto em questão é a sanção estabelecida entre os falantes. A hipótese é que a função e o campo dos sintomas de linguagem podem ser lidos a partir da sanção sobre três níveis: o do ato, o do sujeito e o da lei, de modo que as operações de causalidade e reversibilidade do sintoma são efeitos da sanção como forma de reconhecimento e negatividade da linguagem.


Referências bibliográficas

1- FREIRE, R.M. Sobre o objeto da fonoaudiologia. Texto apresentado no II seminário introdutório promovido pela Faculdade de Fonoaudiologia da PUC-SP, 1996.
2- FREIRE, R.M. e Cordeiro, D.T. Patologia de Linguagem: uma nosologia. Anais 2 Congresso da Abralin.  1999.
3- FREIRE, R.M. A fundação da clínica fonoaudiológica. Trabalho inédito apresentado no 9o. Congresso de Fonoaudiologia de Guarapari, 2002.
4- Salles, F. B.C. “Semiologia em Fonoaudiologia: a subversão do conceito de doença. Dissertação de Mestrado. PUC-SP. 2002.
5- Rajabally, L. S. A. Diagnóstica em Fonoaudiologia: considerações preliminares. Dissertação de Mestrado. PUC-SP. 2002.
6- Santana, B. C.H. Causalidade na Fonoaudiologia: seus desdobramentos na clínica de linguagem. Dissertação de Mestrado. PUC-SP. 2005.
7- Faim, M. Clínica Fonoaudiológica: uma discussão sobre a terapêutica dos desvios de linguagem. Dissertação de Mestrado. PUC-SP. 2002.
8- Gouvêa, G. Freire, R. e Dunker, C. Sanção em Fonoaudiologia, um modelo para organização dos sintomas de linguagem. Texto

 

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