"Todo dançarino é sustentado pelos pais ou pelo governo"

"Todo dançarino é sustentado pelos pais ou pelo governo"

 
AFP cursoPor Cinthia Bretone de Oliveira (texto e ilustração)

 

Algumas profissões aqui no Brasil são tidas como incomuns, e por conta disso as desinformações sobre elas são disseminadas de forma muito irresponsável. Uma dessas profissões é a de dançarino. Quantos dos seus amigos são dançarinos? Provavelmente nenhum, né? Mas com certeza você já ouviu algum estereótipo ou boatos sobre essa profissão. "Todo dançarino homem é gay". "Todo dançarino é sustentado pelos pais ou pelo governo". "Ser dançarino nem é considerado uma profissão". "No Brasil é impossível viver de dança". "As dançarinas são todas meigas e delicadas" ou " Toda dançarina é fácil, e depravada"

Vitor Marvulle, de 23 anos, é dançarino profissional há três anos, e por conta desses estereótipos enfrentou muitas dificuldades quando começou a dançar. “A reação, principalmente, do meu pai foi de desistir de mim, de dizer que não iria me apoiar, que eu estava escolhendo um futuro que não ia levar a nada, que eu estava jogando fora a minha vida e que eu estava perdendo meu tempo, essas foram as palavras dele… Até hoje o meu pai não me apoia”.

Se não bastasse a reprovação por parte da própria família, Vitor conta que no dia a dia é muito comum ouvir de pessoas alguns estereótipos sobre a sua profissão e o mais comum é sobre sua sexualidade. O dançarino afirma que muitas pessoas presumem que ele seja homossexual apenas por trabalhar com dança, o que no seu caso não é real. 

A maioria desses estereótipos não passam de mentiras e de generalizações, mas Marvulle foi sincero ao dizer que infelizmente um deles é, na maioria dos casos, verdade, a situação financeira dos dançarinos. “A dança é algo bem difícil de conseguir se manter estável financeiramente, principalmente pela falta de investimento cultural no nosso país”.

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