Como o uso das redes sociais afetam o psicológico dos adolescentes

Como o uso das redes sociais afetam o psicológico dos adolescentes

Em 2018, um estudo feito com mais de 10 mil adolescentes no Reino Unido concluiu que a saúde mental dos adolescentes está em níveis preocupantes e que o principal culpado pode ser o uso das redes sociais

Por Giulia Dadamo e Mohara Cherubin

Em 2018, um estudo feito com mais de 10 mil adolescentes no Reino Unido, divulgado pelo jornal Gazeta do Povo (https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/redes-sociais-dados-depressao-adolescentes-assustadores/), concluiu que a saúde mental dos adolescentes está em níveis preocupantes e que o principal culpado pode ser o uso das redes sociais. Durante a pesquisa, foi criada uma dinâmica com dois grupos de jovens: o grupo 1 foi formado por aqueles que usavam as redes sociais não mais do que uma hora por dia, e o grupo 2 foi constituído por aqueles que passavam cinco ou mais horas por dia nas redes. No 1º grupo, o índice de depressão era de 15,1% para as meninas e 7,2% para os meninos, já no 2º grupo, o índice era de 38,1% para as garotas e 14,5% entre os garotos. "Já pude observar pacientes com quadros de depressão, ansiedade, baixa auto-estima, por conta da forma como usam as redes sociais ", afirma a psicóloga Luciana Jamas dos Santos, em entrevista à PUC CHECK, acrescentado que as consequências que o demasiado uso das redes sociais vem causando nos jovens nos últimos anos já podem ser constatadas.

Mas a psicóloga também acredita que não devemos olhar para a tecnologia apenas como algo ruim ou prejudicial. Para ela, por exemplo, ter uma página no Instagram é uma boa maneira de divulgação do seu trabalho e auxilia o paciente a procurar um profissional. "A tecnologia facilita na busca de uma resposta, no entendimento de um assunto, de forma rápida e prática. Na comunicação com pessoas próximas e também muito distantes. Como ela traz benefícios que podem gerar prazer, podemos, então, ter quadros de dependência", diz.

“Com essa realidade, elas estão mais propensas a ter riscos de fraturas e lesões corporais que levam a deformidades estruturais na coluna cervical, já que, muitas vezes, a criança fica com a cabeça pendida muito tempo no celular, por exemplo”, explica o ortopedista Alessandro Feliz. Além de problemas na coluna, esse público pode sofrer problemas na visão, no cérebro e no processo de alfabetização, em entrevista para o website da TV Canção Nova ( https://tv.cancaonova.com/alem-da-noticia/o-impacto-uso-das-telas-para-criancas-e-jovens/)

Porém, deve-se ter em mente o risco prejudicial das redes para a saúde mental, quando ela passa a causar problemas para o usuário, desde problemas emocionais, como ansiedade ou depressão, como problemas físicos, como lesões nos braços e mãos, prejuízo na atenção, concentração e memória. Luciana afirma que as redes sociais são sim capazes de causar sensações de bem-estar no usuário, mas que não se pode colocá-la por si só como a vilã da história. "Tudo vai depender da forma como usamos esses recursos, sabendo colocar limites e, principalmente, não nos esquecendo de que interações presenciais são também muito importantes e necessárias para as relações pessoais", diz Luciana.

Logo, se a tecnologia for usada como forma de escapar da realidade, e não forem colocados limites mediante ao tempo gasto durante esse uso, estaremos então, fazendo um mau uso desses recursos e precisaremos entender o que na realidade está tão difícil que precisamos "escapar". Ao identificarmos o vício e o uso excessivo da tecnologia, o ideal é buscarmos uma mudança no comportamento para evitar maiores prejuízos de ordem pessoal e profissional. Segundo Luciana, um ajuste na rotina e o estabelecimento de metas e rotinas para o uso da tecnologia seria um ótimo primeiro passo. “Mas caso o vício persista, deixando difícil a mudança do hábito, é importante buscar auxílio de profissionais que irão auxiliar nesse processo, como psicólogo e psiquiatra”, ressalta a psicóloga.

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