Catálogo


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A CONSTRUÇÃO DA EXCELÊNCIA ESCOLAR

Desempenho acadêmico de universitários oriundos de ensino supletivo

Ani Martins da Silva

A construção da excelência escolar: desempenho acadêmico de universitário oriundos de ensino supletivo constitui relevante contribuição aos estudos que se voltam aos processos de inclusão/exclusão escolar no Brasil, na medida em que não se prende à mera constatação de que mantêm relação com a origem dos sujeitos, mas avança no sentido de identificar mecanismos sub-reptícios e quase inconscientes que os agentes sociais utilizam para alcançar posições sociais mais elevadas ou evitar possíveis desclassificações relacionadas à sua origem.


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A CONSTRUÇÃO DE REPRESENTAÇÕES SOBRE O TRABALHO DOCENTE

O papel do estágio

Luzia Bueno

Resultado de uma tese de doutorado, esta pesquisa possui três méritos essenciais. Ela propõe inicialmente uma análise rigorosa do dispositivo de estágios assim como do conteúdo exato dos textos de prescrição que normatizam os “projetos de intervenção” que devem redigir os estagiários. Já quanto ao plano metodológico, esta pesquisa se caracteriza por uma análise do conteúdo e da organização discursiva dos projetos, que se funda em uma combinação particularmente benéfica do método adotado pelo grupo LAF de Genebra e daquele adotado pelo grupo ALTER da PUC de São Paulo. Por fim, quanto ao tratamento dos dados e de sua conceitualização, a presente
pesquisa permitiu identificar e diferenciar claramente as instâncias agentivas que eram de fato mobilizadas nos textos prescritivos ou nos projetos dos estagiários, nesse caso, respectivamente, os alunos, o professor supervisor, o professor observado e um professor “genérico”.


Livro indisponível 

D & D: DUPLO DILEMA

du Bois-Reymond e Driesch, ou a vitalidade do Vitalismo

Silvia Irene Waisse de Priven

Sedutor da primeira à última palavra, este livro é a melhor prova de que a pesquisa acadêmica não, necessariamente, deve ser tediosa para ser séria. Ousada como poucos, Silvia Waisse-Priven, sua jovem autora, dá-se ao luxo de fazer acrobacias onde vários mal conseguiram manter o prumo. E, sob a fina ironia presente já desde o título, seu texto reserva ao leitor o prazer de ver pelo avesso um tema que parecia irreversível: a suposta demolição do “vitalismo” – ou teoria(s) da força vital – a partir de meados do XIX. Locus privilegiado desse processo (confirmado e reconfirmado através de uma detida pesquisa), a mítica e ilibada ciência alemã do período será aqui o centro das atenções e alvo das mais instigantes perguntas.
Silvia Waisse-Priven consegue enfrentar aqui uma história bastante recente de um tema que sempre foi e continua a ser dos mais controversos em ciências da vida. Sem nunca abandonar uma linha argumentativa sólida, presenteia-nos constantemente com inteligentes conexões, além de toques de humor e de suspense. E, como se isso fosse pouco, novamente nos presenteia, ao final de seu livro, com a tradução inédita de textos importantíssimos, tanto de du Bois-Reymond quanto de Driesch!


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A CONCEPÇÃO DE GUILHERME DE OCKHAM SOBRE AS CIÊNCIAS INTERMEDIÁRIAS

História da ciência

Marcelio José Ribeiro

A expressão “ciências intermediárias” foi cunhada por Tomás de Aquino para designar certas disciplinas que se caracterizam, segundo o próprio Tomás de Aquino, pela aplicação dos princípios matemáticos às coisas naturais ou materiais. Entre essas disciplinas, Tomás enumera a astronomia, a ótica, a harmônica e a mecânica. Tais disciplinas têm, na realidade, uma longa história, desde pelo menos Aristóteles até Isaac Barrow, no século XVIII, ou mesmo Newton. Os medievais as discutiram em boa parte ao comentar os textos em que Aristóteles as menciona: Física, II, 2 e Segundos Analíticos, I, 7, 9 e 13.
(...)
O livro de Marcelio José Ribeiro é, pois, uma monografia sobre um tema relevante para a história do conhecimento científico no Ocidente, tratando de um tópico ainda não totalmente esclarecido na bibliografia a ele referente e sobre o qual muito pouco ou quase nada existe em português. Sua publicação contribui, assim, para aumentar positivamente a bibliografia disponível em nosso idioma. Assinale-se também que os Anexos 2 e 3 contêm tradução de textos de Ockham até o momento não vertidos para o português.


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NO VISGO DO IMPROVISO OU A PELEJA VIRTUAL ENTRE CIBERCULTURA E TRADIÇÃO

Comunicação e mídia digital nas poéticas de oralidade

Maria Alice Amorim

A literatura de cordel brasileira, grande painel da vida cultural e social do nordeste e de suas extensões migratórias e da realização mitopoética da criação escrita/oral, consegue reunir e elaborar um extenso saber popular. O que é espantoso entre nós é a sua transformação e, ao mesmo tempo, sua permanência nos espaços que desbravamos e vivemos – o das novas tecnologias, suas linguagens e suportes. Situando velhos temas, ela nos vai garantindo novas expressões, em que acompanhamos como as antigas modalidades se organizam e oferecem, de que é exemplo o caso das pelejas virtuais. Maria Alice Amorim, pesquisadora incansável, registra e descreve as artes do improviso e da transmissão de conhecimentos prévios já elaborados. Faz mais que isso, passa da poesia que acompanha para a poesia de um entendimento que consegue recriar poeticamente em seu texto. Aproxima tempos/espaços em contínuo-universal, mas nos coloca sempre diante de paisagens culturais e humanas profundamente brasileiras.
Capa dura


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A ARTE DE VIVER

Riqueza e pobreza no médio Jequitinhonha – Minas Gerais – de 1970 a 1990

Dalva Maria de Oliveira Silva

O estudo da história do pobre é fundamental. A subsequente identidade cultural é a riqueza dos pobres, que serve de ponto de referência para quem deseja pensar a partir do povo. A autora, neste livro, resolveu escrever a história do médio Jequitinhonha a partir dos fatos e dos depoimentos populares. Para ela, o Vale é o povo do Vale. Consciente de que a verdade é algo que se busca, Dalva resolve pensar com base na realidade concreta. Não adianta aprender teorias e doutrinas e, sem mais nem menos, insistir que a realidade encontrada deve encaixar-se lá dentro.


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CELSO FURTADO

Reforma, política e ideologia (1950-1964)

Rosa Maria Vieira

Como ideólogo do desenvolvimento capitalista no Brasil dos anos 1950 e 1960, Celso Furtado deu voz à burguesia industrial, traduzindo, no âmbito de suas análises e de seu projeto de desenvolvimento, as limitações e as contradições históricas dessa classe. A derrota e banimento de Furtado, em 1964, no momento em que o capital monopolista internacional elegia o país como mais um de seus espaços de acumulação e reprodução ampliada, exigindo para isto o aprofundamento dos aspectos antidemocráticos do Estado brasileiro, era a evidência de que a burguesia industrial brasileira, sem nenhuma “ilusão heróica”, tinha feito sua escolha: ser o sócio menor do grande capital externo. A impossibilidade dessa camada de levar à frente sua “revolução burguesa”, tão largamente apontada por ele, ao propor ao Estado e à intelligentsia o papel de demiurgos da nação desenvolvida, revelava-se em toda sua plenitude, conferindo, inclusive, às pretensões nacionalistas de Furtado um inequívoco “caráter utópico”, que alguns comentadores de sua obra já apontaram.