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Mutações

 

Huston, EUA

Organograma de pesquisa

 

Como abordar as mutações extraordinárias e sem precedentes que ocorrem nas metrópoles contemporâneas? As mais recentes condições urbanas, sobre as quais não existe ainda um corpo sistemático de pesquisa. Como apreender estas novas dinâmicas no momento mesmo em que estão acontecendo?

Faltam instrumentos de observação e representação destas transformações territoriais, o que exige desenvolver novas categorias para interpretar estas inusitadas configurações urbanas. Novos modos de produzir conhecimento a partir de situações de instabilidade. Uma abordagem destas paisagens dinâmicas, ocupadas por forças moventes. Uma crítica à falácia central do urbanismo: a de que a cidade se expressa na sua forma física, em objetos. A cidade é antes um campo de forças em movimento e organização contínua.

Por um lado, a paisagem urbana se desenvolve hoje de acordo com a lógica das eficiências de curto prazo: agilidade, substituição, escala. Cidades inteiramente entregues ao mercado. O movimento de recursos, o lucro, torna-se o objetivo central da urbanização. Os mecanismos e espaços de compras estão colonizando e moldando todos os aspectos e instituições da vida urbana contemporânea, criando espaços interiores continuamente articulados e indiferenciados.

Por outro lado, surgem situações que garantem sua produtividade apesar de uma quase completa ausência das infra-estruturas e organizações que definem a urbanidade segundo as metodologias de planejamento convencionais. Elas ilustram a eficácia em larga escala de sistemas e agentes considerados marginais e informais. A relação entre mutação territorial e auto-organização, num panorama em que inovação e mudança derivam de processos não planejados ou regulados. Cidades na vanguarda da modernização globalizante.

 

Pearl River Delta, China

Lagos, Nigéria

 

Referência:

R. Koolhaas, S. Boeri, S. Kwinter, H.U. Obrist, Mutations, Actar / Arc en Rêve, Bordeaux, 2000.