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Geometria Urbana Variável
M. Castells

A internacionalização da produção capitalista resulta em padrões de localização que alteram profundamente as características do espaço industrial e seu impacto no desenvolvimento urbano. Um processo em que os fluxos, em vez das empresas, tornam-se as unidades de trabalho e decisão. Os fluxos tendem a substituir as localidades, numa lógica espacial sem-lugar. A nova lógica espacial é definida por um processo complexo de desenvolvimento territorial, baseado nos fluxos de informação entre as diversas unidades das corporações. O macro-espaço criado por estes fluxos é a dimensão espacial fundamental destes complexos em grande escala.

A forma espacial resultante destes processos de reestruturação, promovidos pelo desenvolvimento dos sistemas de transporte e comunicação, não é uma vasta e indiferenciada extensão territorial. Esta dinâmica configura estruturas espaciais multinucleares nas áreas metropolitanas. Um processo que engendra novos centros gerenciais, mudando as locações metropolitanas e complicando a geometria da estrutura urbana.

Este realinhamento das unidades de produção e serviços através das conexões dos fluxos, independentemente de sua locação, detona um complexo processo de transformação espacial das metrópoles. A localização dos agentes econômicos e sociais passa a ser determinada de outro modo: as posições são organizadas em redes e fluxos.

Ocorre uma transformação dos padrões de localização. Um modelo espacial diferente, assentado em conexões em mudança contínua. Um processo que articula centros, serviços e mercados com intensidade diferente e em diferente escala. Estas mudanças redundam numa configuração que se altera sem cessar: as posições estruturais se deslocam a todo momento, dependendo do tempo, lugar e tipo de atividade.

Este processo de reestruturação redimensiona as metrópoles de acordo com o desenho das conexões. Os fluxos de capital segmentam espaços locais, ao incorporá-los de diferentes modos na geometria mutante da sua lógica internacional. Um processo de relocação e rearticulação, que engendra uma configuração espacial inteiramente nova. Redes assimétricas de intercâmbios que não dependem das características de nenhum local. Geometria variável que nega função produtiva para qualquer lugar fora de sua posição na rede, cujo desenho muda continuamente.

A arquitetura dessas redes está sujeita à constantes mudanças. O que resta como lógica da nova localização é sua descontinuidade geográfica. O novo espaço é organizado em torno de fluxos de informação que, ao mesmo tempo, reúnem e separam seus componentes territoriais. Intersecções e exclusões que mudam o próprio conceito de localização para fluxos. O desenvolvimento dessas constelações livremente interligadas nas áreas metropolitanas enfatiza a interdependência funcional de diferentes unidades num sistema urbano por longas distâncias, minimizando o papel da contigüidade territorial.

M. Castells, The Informational City, Blackwell, Oxford, 1991 e A Sociedade em rede, Paz e Terra, São Paulo, 1999.