Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Núcleo de Fé e Cultura da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Núcleo de Fé & Cultura Para Compreender o Amor Humano Pessoa & Sociedade Instituto João Paulo II
O PROJETO BENTO XVI TEXTOS LIVROS LINKS FALE CONOSCO
BUSCA     
HOME > PARA COMPREENDER O AMOR HUMANO > TEXTOS > PAPA COMOVE MULTIDÕES
  
Papa comove multidões
*Dom João Carlos Petrini
Folha de São Paulo, 13 de maio de 2007
 

DOM JOÃO CARLOS PETRINI é bispo auxiliar de Salvador e doutor em Ciências Sociais

Foram imponentes os encontros do papa com os jovens no Pacaembu e a celebração no Campo de Marte com uma multidão extraordinária, não somente por causa do número de participantes, mas pela intensidade da participação, da expectativa e da receptividade à figura do papa e às suas palavras. Uma das coisas mais impressionantes foi o diálogo que se estabeleceu entre os jovens e o papa não somente porque Bento 16 ouviu muito jovem falar, cantar, dançar, mas pela forma de aplaudir, aclamar e silenciar nos momentos oportunos, manifestando não somente afeto e estima pelo sucessor de Pedro, mas aprovação, concordância pelas coisas que ele falava. A mesma capacidade de dialogar se repetiu no Campo de Marte.
Manifestou-se uma sintonia entre os jovens, ao apresentar suas aspirações e suas preocupações, e as palavras do papa, tendo em comum uma postura positiva diante dos problemas percebidos.
O papa não falou aos jovens como um vovô complacente com as travessuras dos netos para conquistar seus aplausos nem como um velho saudoso do passado, que chama a atenção para os preceitos que devem ser observados. Pelo contrário, apresentou aos jovens o caminho da fé em Jesus Cristo como um grande ideal, como um caminho de grandeza e de realização humana, que torna possível, para quem o abraça, viver intensamente e com significado todas as circunstâncias de sua vida. Falou de como fazer para conseguir a vida eterna, esclarecendo logo que se referia não à vida depois da morte, mas à existência humana no presente e no seu desenvolvimento futuro.
O papa sabe quanto é intenso o desejo que os jovens têm no coração de viver com satisfação e o leva a sério, indicando a comunhão com Cristo e com os irmãos como meta ideal e como caminho cotidiano para conseguir aquela felicidade que dura no tempo e que não desaparece diante das provações pelas quais inevitavelmente deverão passar.
Particularmente importante para entender o pensamento do papa foi o seu convite aos jovens para que cresçam na capacidade da amar, reconhecendo o amor-paixão (Eros), experimentado como desejo de posse da pessoa amada, para chegar, através de um processo de amadurecimento e de purificação, a compreender o amor como dom de si mesmo para o bem da outra pessoa, até mesmo com sacrifício próprio. Afinal, esta é a qualidade de amor que Jesus tem para conosco e o tipo de amor que pode durar toda a vida e dar fundamento estável a uma família.
Ele indicou passos para concretizar no dia a dia esse ideal, de modo que sintam o gosto de estudar, amar e constituir uma família, trabalhar, gerar filhos e educá-los, construindo comunidades de vida fraterna, ambientes de solidariedade, uma sociedade justa, na paz.
O papa quis encontrar também os jovens em recuperação de dependências químicas, na Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá. Ele sabe que muitos jovens, movidos pela busca da felicidade, caem em armadilhas tremendas, que ameaçam a saúde, a paz da família e da sociedade, a integridade física, a possibilidade de crescer e desenvolver os próprios talentos e de contribuir na construção de uma sociedade melhor.
Mas é comovente a paternidade com a qual o papa convida esses jovens, e quantos porventura entraram por esses caminhos, a recomeçar uma nova vida, a reacender a esperança, reconstruir o próprio presente e, ainda mais, o próprio futuro, confiando na graça de Jesus, na sua presença amorosa e apoiando-se nos irmãos que podem ajudá-los.
No Campo de Marte se fez visível o povo de Deus, o povo que tem no Evangelho o seu ponto de referência para viver o cotidiano com energia, com esperança, com uma extraordinária capacidade de trabalhar para cuidar de suas famílias, para perdoar-se e construir relacionamentos de fraternidade, para difundir um clima de solidariedade e de paz mesmo nos contextos da maior violência.
O clima de festa e, ao mesmo tempo, de seriedade na atenção e na escuta do papa que se observava no Pacaembu e no Campo de Marte, revelava a consciência do drama que as pessoas vivem e, simultaneamente, a esperança de que a vitória de Cristo sobre a morte atua e tudo encaminha para um destino bom.

 

Último textos

Igreja em São Paulo: as razões da esperança – Parte II

O direito de viver

Tropa de Elite: há vencedores nesta guerra? Tropa de Elite: uma guerra sem saída?
Igreja em São Paulo: as razões da esperança – Parte I
O tempo perfeito

Deus habita esta cidade

Por que aprender a amar?
  
HOME > PARA COMPREENDER O AMOR HUMANO > TEXTOS > PAPA COMOVE MULTIDÕES
 
Copyright © Todos os direitos reservados - Rua Monte Alegre, 984 - Perdizes - São Paulo - SP - CEP: 05014-001 - Tel.: 11 3670.8486 - email: fecultura@pucsp.br