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Ética, política e decisão pessoal

Angela Ales Bello

Angela Ales Bello é professora de Filosofia Contemporânea na Pontifícia Universidade de Latrão. Dirige o Centro Italiano de Pesquisas Fenomenológicas. Faz parte dos comitês editoriais de numerosas revistas especializadas, incluindo “Aquinas”, “Analecta Husserliana”, “Phenomenological Inquiry”.


Trecho retirado do livro Fenomenologia e Ciências Humanas, EDUSC, Páginas 160-161.

Muitas vezes pensamos que os caminhos da política são resultado do contexto sócio-econômico e das relações de poder, de tal modo que o político deve se orientar por uma “racionalidade política”, onde opções éticas não têm espaço. A filósofa Angela Ales Bello mostra, de forma simples e elegante, que também as decisões políticas estão sujeitas à ética.

Com certeza o ser humano possui uma dimensão psíquica, tendo nela tensões, instintos, pulsões de vários tipos (de benevolência ou agressividade...) e nesse ponto é possível também distinguir os vários tipos psicológicos. Estas tendências são visíveis em cada indivíduo desde pequeno. O problema é se é possível intervir nessas dimensões através de um controle intelectual voluntário: essa é ávida moral, que também é a base para a ação política. Todas as ações políticas de nosso tempo podem ser conduzidas a questões morais, pois somos todos seres humanos e é o ser humano quem decide fazer a guerra, ou não. O nível político não é abstrato: como dissemos, na história podemos ver circunstâncias que nos superam, mas as escolhas, em certa medida, são feitas sempre por seres humanos. A atividade da guerra, em algumas épocas históricas (e isso acontece mais na nossa do que em outras) é a decisão de um indivíduo ou de um grupo. A idéia dominadora nesse grupo brota da tomada de uma decisão moral. A tomada de posição moral depende de como considero a humanidade, do que quero da humanidade: interessa-me apenas o poder do meu país?; devo fazer a guerra para meu país se tornas mais forte? Trata-se de uma idéia ética, que desemboca numa prática porque põe em movimento todas as decisões políticas. Isso não quer dizer quer sempre se faz o bem: a decisão moral pode ser positiva ou negativa, conforme o critério utilizado. O que queremos para a humanidade? Essa é a pergunta ética de fundo. Trata-se de uma pergunta que também o político se faz, embora responda relativamente ao que lhe interessa mais. Então, entre os níveis político e ético há uma conexão porque o nível político é feito por seres humanos. Não existe uma política que se faça por si só, mais há contínuas decisões tomadas numa direção, ou na outra. Por isso, um fundamento da vida política é um fundamento ético, o que não significa confundir ética com política, pois as decisões tomadas numa base ética implicam uma discussão mais ampla no nível político. Por isso, é preciso examinar os posicionamentos éticos que estão por trás das tomadas decisões políticas: não que a história seja julgada no perfil da ética, mas os seres humanos que fazem a história assumem decisões morais, com muita ou pouca consciência disso.

 

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