Os instrumentais de cozinha improvisados pelos frequentadores clandestinos do Moinho abandonado _ valhas latas de banha e cuias feitas de lascas de metal ou plástico _ levaram a fotógrafa Rocheli Costi a comentar a tentação imagética criada pelos anúncios de restaurantes que mostram sofisticados pratos em cenários luxuosos.

Essas imagens gigantescas, cerca de 10 vezes o tamanho natural, provocam estranheza ao deslocarem esse desejo de consumo para os pratos comuns da população de classe baixa, dominante na região. O prato de família, o do boteco da esquina, a marmita e o improviso do sem-teto. A marginalização que vive à beira dos caminhos do trem e da mídia.