O ramal ferroviário da zona oeste é um caminho que se perdeu na cidade. A desativação das estaçãoes, a abertura de outras vias de transporte e a proliferação de edificações fizeram os trilhos desaparecerem da visão do habitante de São Paulo.

Ciro Pirondi resgata esse trajeto. Ao instalar 60 pontos de luz ao longo do trecho de 5 km, ele está fincando novas estacas _ desta vez imateriais, luminosas _ que demarcam o fio condutor da história da cidade. Esses feixes, elevando-se à altura das construções maiores, formam uma cortina de luz. Desenhando a várzea que espraia entre as colinas e os prédios.

Invertendo o dispositivo de pára-raios alinhados de Walter de Maria criou para balizar o deserto, Ciro engendrou um modo de traçar um percurso que organiza o caótico e indistinto tecido da cidade.