Estudos Acadêmicos sobre Religiões Japonesas no Brasil

Alexandre Ratsuo Uehara[*] []

Este artigo faz uma abordagem da evolução das religiões japonesas no Brasil como objeto de estudo e as perspectivas de desenvolvimento para os próximos anos, utilizando para isso as informações da base de dados da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

A religião japonesa como objeto de pesquisa no Brasil

O Catolicismo é a religião predominante no Brasil, representando 73,8% da população segundo dados do senso de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, mas há um leque variado de outras religiões dividindo e compartilhando fiéis no país. O Brasil é composto de uma grande miscigenação étnica, o que contribuiu para a disseminação de influências religiosas de diferentes culturas. Nesse ambiente plural estão também as religiões japonesas, entre as quais se destacam as de influências mais antigas, que são o Xintoísmo (Shintô) e o Budismo (Bukkyô), mais presentes entre os descendentes. Contudo, as religiões nipônicas não se restringem a elas, há também uma importante presença das denominadas “Novas Religiões”, como a Igreja Messiânica Mundial, com 109.310 membros, a Seicho-no-iê, com 27.784 membros, a Instituição Religiosa Perfeita Liberdade (PL/Perfect Liberty), com 5.465 membros, e a Tenrikyo, com 3.054 adeptos (TOMITA 2004).

A inserção das religiões japonesas no Brasil foi feita pelos imigrantes que vieram para trabalhar nas lavouras de café no início do século XX, no navio Kasato Maru, que se tornou famoso em terras brasileiras por causa das constantes referências feitas ao longo de 2008, quando se comemorou o centenário da imigração japonesa. Inicialmente, comenta Ronan Pereira

“o imigrante estava muito ocupado com a sobrevivência e adaptação no novo lugar de trabalho e moradia. Por isso, a prática religiosa ficou ofuscada, embora já tivesse vindo junto com o primeiro grupo de imigrantes um monge da Escola Budista Honmon Butsuryu-shû”. (1992: 109),

De acordo com o Censo de 1920, os imigrantes japoneses representavam 0,09% da população brasileira total (de 30,1 milhões), era um grupo bastante pequeno, mas suficiente para marcar o histórico de contribuições religiosas japonesas no país. Pois em 1920[1] foi construído o templo xintoísta do Bugre na colônia de Uetsuka, em Promissão (no Estado de São Paulo), mas, apesar da importância dada ao aspecto religioso pelos imigrantes, as práticas religiosas ficaram restritas aos casos de cerimônias fúnebres ou a iniciativas individuais. Além disso, nesse período inicial da imigração, 1908-1920, apesar da manutenção de hábitos e costumes de sua terra de origem, os japoneses procuravam ampliar sua integração na sociedade brasileira. Que fatores então contribuíram para a perpetuação dos valores religiosos japoneses?

Nos anos seguintes observa-se uma aceleração do ingresso de japoneses no Brasil decorrente da aprovação de subvenções à companhia Kaigai Kogyo Kabushiki Gaisha (KKKK) pelo parlamento japonês, em 1921, e da aprovação de 220 mil ienes pelo Departamento de Negócios Interiores do Japão, em 1923, em apoio à campanha de incentivo à imigração para o Brasil (LEÃO 1989: 30).

Entradas de Imigrantes Japoneses no Brasil

Ano Número
de Imigrantes
1924 2.073
1925 6.330
1926 8.407
1927 9.084
1928 11.169
1929 10.048
1930 11.076
1931 5.632
1932 11.678
1933 24.494
1934 21.930
1935 9.611
1936 3.300

Fonte: Anuário Estatístico IBGE, 1951.

Com o crescimento do número de imigrantes japoneses e a chegada à idade escolar dos primeiros filhos, fatores associados à incapacidade do Estado brasileiro em fornecer o serviço de educação adequado, houve o estabelecimento de escolas japonesas, que serviam como instrumento para manter a transmissão da língua e da cultura do Japão. Nessas escolas havia também a transmissão de valores religiosos, pois

“além das atividades de cunho propriamente intelectual, as escolas passaram aos poucos a transformar-se em centros de doutrinação nacionalista, com exaltação dos valores básicos da niponicidade ... registrava-se mesmo, por parte daqueles núcleos de ensino, uma absorção de funções de natureza religiosa” (LEÃO 1989: 69).

Com o número crescente de imigrantes de japoneses poderia se esperar que houvesse uma disseminação maior da cultura japonesa entre os brasileiros. Porém, inicialmente nessa primeira metade do século XX não era esse o cenário. Além das dificuldades naturais decorrentes das diferenças de língua e culturais entre os dois povos, houve nas primeiras décadas da imigração uma forte resistência aos japoneses por parte de alguns dos brasileiros. Posição refletida no discurso do deputado estadual de Minas Gerais, Fidélils Reis, em 1923, que, criticando a política imigratória de São Paulo, afirmou: “na hipótese, sempre preferível de não se cruzar, permanecerá o amarelo enquistado no organismo nacional, inassimilável que é ele pelo sangue, pela língua, pelos costumes, pela religião, constituindo um perigo futuro, como na Califórnia para os Estados Unidos” (REIS 1923 apud LEÃO 1989:35). E algumas ações realizadas pela comunidade de imigrantes japoneses, como a mencionada instalação de escolas para japoneses, também não contribuíam para melhoria da imagem, ou seja, de um povo que poderia ser integrado à sociedade brasileira.

Na década de 1930, o nacionalismo se fortaleceu com a entrada de Getulio Vargas na presidência do Brasil. Com a instalação do Estado Novo, a situação dos estrangeiros no país não era das mais confortáveis.

Por meio de uma série de decretos, o governo federal efetivou a partir de 1938, a campanha de nacionalização, que determinava a obrigatoriedade do uso da língua portuguesa nas escolas étnicas, em atividades públicas, como comércio e serviços religiosos [...] particularmente em relação à comunidade japonesa, essas determinações levaram ao fechamento de suas escolas e de seus órgãos de imprensa (TAKEUCHI, 2008:39)

Com a Segunda Guerra Mundial (II GM), a possibilidade de manifestações culturais japonesas ficou ainda mais reduzida.

Nesse quadro, mesmo com o crescimento do número de imigrantes japoneses no Brasil, a influência cultural, incluindo os aspectos religiosos, ainda que inevitável, não ocorreu livremente. E mesmo contribuições materiais foram afetadas, caso do hospital conhecido como Santa Cruz[2], construído com uma campanha na qual participaram a comunidade nikkei (descendentes de japoneses) e os governos do Brasil e do Japão, que sofreu intervenção federal entre 1942 e 1944.

Mesmo antes dessas ações restritivas o trabalho de proselitismo era muito limitado entre as religiões japonesas, mesmo com a vinda de missionários de vários grupos religiosos japoneses, como os das escolas Budistas Shingon e Jôdo-Shinshû, a Oomoto e da Tenrikyô, desde o início da imigração (PEREIRA 1992: 109). De acordo com Pereira,

no princípio, embora houvesse garantias legais à liberdade de culto no Brasil, a propagação das religiões nipônicas foi inibida pelas autoridades japonesas - pretendendo evitar com isso que o imigrante fosse vítima de repúdio e hostilidade - e pelo meio brasileiro sob a hegemonia católica. (2004:513)

Depois da II GM, porém a imagem dos imigrantes japoneses perante os brasileiros começa a sofrer transformações. Entre os fatores que devem ter contribuído para isso podem estar o novo perfil de relacionamento que vai se estabelecendo entre os dois países. Antes da II GM, um elemento importante e base do relacionamento nipobrasileiro era a imigração de trabalhadores japoneses para as atividades agrícolas no Brasil. Esse período foi marcado por diversos preconceitos, como os já mencionados, mas no período do pós-II GM, ainda que a imigração do Japão para o Brasil[3] tenha sido retomada, havia novos fatores emergiram na relação bilateral. O primeiro novo elemento é que nos Anos 1950 os investimentos diretos japoneses no País ganharam vulto, tendo como um dos grandes marcos desse período a Usina Siderúrgica de Minas Gerais. O pedido de cooperação foi feito pelo governo brasileiro ao governo japonês para uma ação conjunta de cooperação para construção de uma siderúrgica, obra iniciada em 1956 e inaugurada em 1961.

Depois dessa iniciativa, a relação econômica entre os dois países passou por uma aceleração

os investimentos japoneses do pós-guerra para o Brasil, que até 1955 eram de apenas seis empresas, no período de cinco anos entre 1956 a 1960 aumentaram para trinta e cinco empresas. Casos representativos eram as empresas de tecelagem como Toyobo Co. Ltda e Kanebo Co. Ltda, outros destaques foram o estaleiro Ishikawajima, Toyota Motor Corp, Yanmar Diesel Engine Co. Ltd, Howa Machinery, NGK Spark Plug Co. Ltd” (HORISAKA 1996: 75).

Essas ações privadas convergiam com os interesses dos políticos brasileiros, que era de realização de crescimento econômico via industrialização. No período de 1955 a 1961, anos que ocorrem os mencionados investimentos japoneses, a produção industrial brasileira cresceu 80% e a taxa de crescimento do produto interno bruto (PIB) entre 1957 e 1961 foi de 7% ao ano (SKIDMORE 1975: 204).

Paralelamente a essa nova realidade de relacionamento, também há que se considerar a mudança de posicionamento do principal ator internacional, os Estados Unidos, em relação ao Japão. No início do século XX o Japão era visto como uma ameaça, pois o seu crescimento havia ultrapassado os objetivos e interesses norteamericanos. Com isso, o preconceito contra os japoneses era estimulado pelos EUA, pois o objetivo era de isolar aquele país. Contudo, com o término da II GM e, principalmente, depois que as forças comunistas, liderada por Mao Tse Tung, começam a ganhar espaço político na China, o Japão deixou de ser o país a ser combatido. Com isso, já no final da década de 1940, os EUA passaram a apoiar a revitalização do status internacional do Japão, sendo a recondução da soberania japonesa pela Organização das Nações Unidas (ONU)[4] uma prioridade.

Nesse novo cenário, a propaganda internacional de preconceitos contra os japoneses também se enfraqueceu, inclusive no Brasil. Além disso, a rápida recuperação da economia japonesa nos anos posteriores a derrota na II GM também gerou nos brasileiros certa admiração. Portanto, é a partir da década de 1950 que se começa a observar no País a possibilidade de um ambiente favorável à ampliação do interesse sobre o Japão, incluindo sobre as religiões japonesas. Paiva (2005) cita que Seicho-no-iê chegou ao Brasil por volta de 1950 e a Perfect Liberty em 1957. Novos grupos se organizaram desde então, se difundindo entre os descendentes, mas também entre os não descendentes de japoneses. Em 2004, Pereira afirma:

atualmente, estima-se que haja em torno de 60 grupos xintoístas, budistas e outros, o que faz do Brasil o país com a maior expansão das religiões japonesas fora do Japão. Cumpre notar que há confrarias religiosas e grupos ético-morais não organizados formalmente como religiões, além de religiões cristãs com trabalho missionário voltado especificamente para a comunidade nipo-brasileira. E ainda: alguns grupos foram criados no Brasil por japoneses ou nisseis, homens e mulheres, dotados de poderes mediúnicos; a maioria destes é tendencialmente xintoísta, mas não deixa de incorporar diversos elementos do universo religioso brasileiro (principalmente católicos, espíritas e umbandistas). (2004:.512)

Produção de dissertações e teses sobre religiões japonesas no Brasil

Com o objetivo de avaliar o volume da produção acadêmica sobre as religiões japonesas no Brasil, foi feito um levantamento na base de dados de dissertações e teses da Capes utilizando as palavras chaves (Budismo, Religião japonesa, Zen Budismo, Perfect Liberty, Xintoísmo, Seicho-no-ie, Mahikari), o qual apresentou um total de 95 registros no período de 1987 a 2007.

Números de Trabalhos Acadêmicos Defendidos

Palavras-Chave Número de
pesquisas
Budismo 55
Religião japonesa 14
Zen Budismo 14
Perfect Liberty 4
Xintoísmo 3
Seicho-no-ie 3
Mahikari 2
Total 95

Fonte: Capes. Banco de Teses. Disponível em: http://servicos.capes.gov.br/capesdw/. Acesso em 20/Jul/08

Tais resultados surpreenderam positivamente, pois ainda que em termos absolutos o número seja reduzido, as expectativas sobre o número de contribuições acadêmicas acerca do assunto eram inferiores ao encontrado. Pois, analisando-se as religiões japonesas no quadro brasileiro pela perspectiva histórica que foi construída acima, ciente do risco de críticas por apresentar uma visão estreita sobre o assunto, afirma-se que elas como objeto de pesquisa começam a adquirir maior densidade somente a partir dos anos 1960. Esse momento coincide com os primeiros trabalhos acadêmicos sobre o Japão no Brasil, conforme Tae Suzuki apresentou no histórico do desenvolvimento da área no país durante o Simpósio de “Estudos Japoneses” no Brasil, promovido pela fundação Japão em 1999, dividindo-o em três momentos principais: 1. uma fase inicial de primeiras iniciativas no campo de pesquisas sobre o Japão (décadas de 40 e 50); 2. a fase de consolidação ou surgimento das primeiras pesquisas eminentemente acadêmicas (Anos 60); e 3. a fase de enriquecimento e alargamento dos estudos japoneses no Brasil (a partir dos Anos 70).

Analisando-se mais detalhadamente os trabalhos defendidos, notou-se que houve alguns casos em que o mesmo trabalho apareceu em mais de uma pesquisa, pelas mencionadas palavras-chave, e que nem todos tinham a religião japonesa como objeto da pesquisa. Por exemplo, no caso do Budismo, dos 55 registros apenas 22 puderam ser identificados como pesquisas que envolviam a religião no Japão - os demais trabalhos estavam relacionados principalmente com o Budismo indiano e com o Budismo na China. Depurando-se os dados, o número de dissertações e teses foi reduzido para apenas 42, sendo 9 doutorados e 33 mestrados. E dentro desse grupo, notou-se pela leitura dos resumos dos trabalhos presentes na base de dados da Capes, que as formas de abordagens são bastante diversificadas, podendo ser classificados em três grupos:

Mesmo com essa redução, esses números ainda surpreenderam, pois o censo publicado pelo escritório da Fundação Japão de São Paulo em 2007, “Estudos Japoneses no Brasil”, apontava que havia 132 pesquisadores somando-se todas as áreas apresentadas na publicação. Portanto, a presença de 42 trabalhos no Brasil sobre a religião japonesa, tratada direta ou indiretamente, no levantamento na base de dados da Capes, foi muito interessante, conduzindo a uma interpretação otimista sobre o desenvolvimento dessa área de conhecimento no País.

As variações temáticas mostram que os pesquisadores têm desenvolvido trabalhos que buscam conexões e influências entre as duas culturas (a brasileira e a japonesa), não se restringindo somente à religião. Com isso, foi possível constatar que as abordagens se desenvolveram de forma abrangente e ajudaram a constatar que há uma incorporação da religião japonesa em diferentes aspectos da sociedade brasileira. Ou seja, que ela se disseminou por outras diferentes áreas e trabalhos, o que nos permite chamar de estudos de ”religião aplicada”. Entre os exemplos têm-se:

Na Literatura, na visão ou interpretação do mundo pelo escritor (Rossoni 1998).

No resumo do referente trabalho consta o seguinte:

Este trabalho investigativo aborda questões relevantes sobre a natureza e abrangência da escritura de Clarice Liespector. Aproximando seu discurso da sabedoria oriental Zen Budista, busca-se observar que, além do reconhecido valor artístico que o conjunto da obra evidencia, ele também se abre para uma razão de aplicabilidade prática, tanto para a autora quanto para os leitores, motivando-os ao autoconhecimento, uma vez que, destina-se a desvendar à origem, a razão primeira, a essencialidade dos seres e das coisas.[5]

Na Administração, por influenciando técnicas de gestão (FALCÓN 2000).

Conforme o resumo, a intenção do autor foi apresentar

sob a ótica sociológica, a difusão das técnicas de gestão japonesas no Brasil no contexto da reestruturação produtiva. Neste sentido, estuda a formação de uma ética econômica baseada no sistema de valores e na religião do Japão e sua prática na moderna corporação japonesa. Em seguida, analisa os efeitos desse novo paradigma na economia mundial e na base produtiva brasileira. Desse modo, unindo os dados coletados através de pesquisa junto a empresas e outras instituições brasileiras e aos estudos já existentes sobre a formação social do Brasil, verifica a influência dos elementos de ordem sociológica no desenho da reestruturação produtiva brasileira, concluindo pela identificação de semelhanças e diferenças entre as sociedades brasileira e japonesa, auxiliando na compreensão do da difusão das técnicas de gestão japonesas no processo de reestruturação produtiva no Brasil.[6]

Na Enfermagem, auxiliando na atitude frente às doenças (CHUBACI 1999).

Segundo o resumo, esse estudo

busca compreender a experiência da hospitalização do imigrante japonês em um hospital privado e sem vínculo com a comunidade japonesa, na cidade de São Paulo. Para desvelar as experiências vividas por estes japoneses pertencentes à primeira geração (issei) de imigrantes, optei pela pesquisa qualitativa com abordagem fenomenológica. A análise dos discursos permitiu conhecer e compreender algumas facetas da hospitalização do imigrante japonês, cujo fenômeno resultou em oito temas, por meio dos quais constatei que os imigrantes japoneses, ao experienciarem a hospitalização, relembram o passado, enfrentam dificuldade para comunicarem-se, vivenciam a separação do seu cotidiano, sentem necessidade de receber um bom cuidado, sentem-se impotentes para enfrentar as situações da hospitalização, sentem necessidade de suporte familiar, buscam conforto na religião e sentem-se gratos pelos cuidados que recebem. Esses resultados mostraram, ainda, que o imigrante japonês tem algumas características próprias, como a idade avançada e hábitos culturais bem definidos, que merecem ser ponderados para melhor conhecê-los e entendê-los no mundo-vida da hospitalização, As proposições obtidas indicaram que a essência do fenômeno foi desvelada, permitindo, assim, o vislumbre de um caminho.[7]

Na Educação Física, atuando no trabalho corporal (SOUZA 2001) o autor analisou o chamado watsu (uma terapia aquática com raízes espirituais)

através de uma pesquisa qualitativa de abordagem fenomenológica. Refletimos a respeito do porque um trabalho corporal baseada em princípios zen budistas tem tido tão grande aceitação em países ocidentais. Nossa pesquisa nos levou a perceber que a crise no conhecimento no mundo ocidental está nos levando a um novo paradigma na área da saúde, resultando na abertura do homem para formas holísticas de tratamento. Da amostra com dez sujeitos praticantes de watsu, pudemos analisar e concluir que o watsu possui um potencial terapêutico muito rico. Esta terapêutica representa uma alternativa significativa na busca do ser humano mais integral, pois permite que recursos internos aflorem e direcionem seus usuários no sentido do bem-estar, da resolução de conflitos através da melhora da auto-estima.[8]

Outra constatação que se pode fazer a partir dos dados é o pequeno número de descendentes que fizeram estudos sobre a religião japonesa no Brasil. De acordo com os dados obtidos, dos 42 pesquisadores apenas sete têm sobrenomes japoneses – tal critério, porém, pode ser impreciso, na razão em que podem haver autores nipodescendentes pelo lado materno e que, portanto, não possuem sobrenome japonês. Os dados confirmam as pesquisas anteriores, que apontaram para o fato de que o desenvolvimento de pesquisas sobre os “Estudos Japoneses” apresentarem uma tendência de aumento do número de trabalhos realizados por não-descendentes. Isso sinaliza uma disseminação da pesquisa no Brasil, pois inicialmente os trabalhos sobre temas relacionados ao Japão eram feitos em grande parte por descendentes, conduzindo a uma percepção equivocada de que no Brasil haveria uma vinculação estreita entre a realização e o desenvolvimento de pesquisas sobre “Estudos Japoneses” e os descendentes de imigrantes do Japão.

Entre as constatações otimistas, pode ser observada no gráfico abaixo uma tendência de crescimento no número de trabalhos envolvendo o tema da religião japonesa no Brasil desde o final da década de 1990. Ressalta-se novamente que os trabalhos listados no levantamento não são somente os que se concentram na “religião japonesa”, mas também aqueles que correlacionam esse tema com outros. Nos primeiros anos, até 1997, o número de defesas foi de apenas uma dissertação por ano. A partir de 1998, quando houve a defesa de uma tese de doutoramento – Igor Rossoni - observa-se uma tendência de aumento no número de defesas.

Fonte: CAPES. Banco de Teses. Elaboração do autor.

Em relação aos orientadores dos trabalhos, também foi curioso constatar no material obtido pelo banco de dados da Capes que, com exceção das professoras Madalena Cordaro Hashimoto da Universidade de São Paulo e Nina Célia Almeida de Barros da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, todos os demais orientaram somente um. Isso demonstra que há uma grande dispersão das pesquisas por temas de também entre as diferentes instituições no país. Analisando o número de defesas por instituições e por temas, nota-se que apenas a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) na área da Ciência da Religião e a Universidade de São Paulo (USP) na área de Letras concentram quatro defesas cada uma. Depois, há mais três instituições com dois trabalhos cada e mais 28 instituições com uma defesa cada.

Número de Trabalhos Defendidos

- Classificação por Instituição e por Tema -

Universidade Trabalhos
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Ciências da Religião 4
Universidade de São Paulo - Letras (Língua Literatura e Cultura Japonesa) 4
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Ciências Sociais 2
Universidade de São Paulo - Enfermagem 2
Universidade Federal do Paraná - História 2
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Comunicação e Semiótica 1
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Psicologia (Psicologia Clínica) 1
Universidade Anhembi Morumbi - Hospitalidade 1
Universidade de Brasília - Antropologia 1
Universidade de Brasília - Sociologia 1
Universidade de São Paulo - Ciência Social (Antropologia Social) 1
Universidade de São Paulo - História Social 1
Universidade de São Paulo - Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano 1
Universidade de São Paulo/ Ribeirão Preto - Psicologia 1
Universidade do Estado de Santa Catarina - Ciências do Movimento Humano 1
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/SJ.R Preto - Letras 1
Universidade Estadual de Campinas - Ciências Sociais 1
Universidade Estadual de Campinas - Educação Física 1
Universidade Federal de Alagoas - Letras 1
Universidade Federal de Juiz de Fora - Ciência da Religião 1
Universidade Federal de Minas Gerais - Psicologia 1
Universidade Federal de Pernambuco - Antropologia 1
Universidade Federal de Pernambuco - Educação 1
Universidade Federal de Santa Maria - Letras 1
Universidade Federal do Paraná - Letras (Ling. Ingl. e Lit. Ling. Ingl. e Linguis. Ling. Port.) 1
Universidade Federal do Rio De Janeiro - Letras (Ciência da Literatura) 1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Estudos da Linguagem 1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Antropologia Social 1
Universidade Federal Fluminense - Educação 1
Universidade Federal Fluminense - Psicologia 1
Universidade Federal Rural Do Rio de Janeiro - Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade 1
Universidade Metodista de São Paulo - Ciências da Religião 1
Universidade São Marcos - Educação, Administração e Comunicação 1
Total 42

Considerações Finais

As afirmações acima estão abertas para duas leituras. Os mais pessimistas poderiam avaliar como um número inexpressivo de trabalhos, considerando-se o fato de o Brasil ser o detentor do maior número de descendentes de japoneses fora do Japão, com cerca de 1,44 milhão de pessoas, de acordo com os dados do censo de 2000 realizado pelo IBGE. Além disso, como se mostrou no início do texto, dos 95 registros identificados na base de teses da Capes, apenas 42 puderam ser selecionados como trabalhos acadêmicos relacionados às religiões japonesas, mesmo assim muitas deles correlacionando esse tema com outros.

Fazendo-se referência à metáfora do copo meio vazio ou meio cheio, este autor prefere interpretar os dados com um olhar otimista. Na publicação da Fundação Japão “Estudos Japoneses no Brasil”, de 1998, não havia nenhum nome desenvolvendo pesquisas na área de religião no Brasil; na edição de 2007, estão listados dez pesquisadores. Ainda que possa se apontar algum equívoco no levantamento realizado, por exemplo o fato de estar ausente no primeiro trabalho mencionado e não no segundo, sinaliza no mínimo que o tema da religião tem tido maior visibilidade e repercussão. E, coincidentemente, esse aumento de pesquisadores publicando sobre a religião japonesa no país ocorre no mesmo período (1988-2007) em que se identifica um crescimento do número de teses defendidas nessa área.

Esse aumento do número de pesquisadores não ocorre isoladamente, mas apresenta semelhança com o desenvolvimento de mais pesquisadores em outras áreas. A publicação “Estudo Japoneses no Brasil”, de 2007, apontou um crescimento de cerca de 39%, no período de 1998 a 2007, no número de pesquisadores acadêmicos ativos, passando de 95 para 132. Outro dado que conduz a uma interpretação otimista em relação à continuidade do desenvolvimento e ampliação das pesquisas na área é que o crescimento do número de defesas conduz ao estabelecimento de uma base de pesquisadores e multiplica o potencial de expansão.

O trabalho de pesquisa acadêmica depende fortemente de professores que possam estimular e orientar novos alunos. No caso dos trabalhos sobre a religião japonesa, existe a expectativa de que algumas das pessoas que defenderam seus trabalhos se tornem professores e orientadores de novos pesquisadores, fortalecendo a capacidade de produção de conhecimento no Brasil.

Por meio da Plataforma Lattes (http://lattes.cnpq.br/), base de dados de currículos e instituições das áreas de ciência e tecnologia, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pode-se observar que dos pesquisadores que defenderam doutorado no período analisado, somente Maria Lucia de Oliveira Falcón não exercia função acadêmica, ocupando no momento da pesquisa (junho de 2008) o posto de Secretária de Planejamento do Estado de Sergipe. Todos os demais - os oito listados abaixo- estavam desempenhando atividades de ensino configurando-se, portanto, como potenciais multiplicadores do interesse sobre a religião japonesa no Brasil.

A diversificação de localidades da produção acadêmica também é um fator positivo, pois permite que se vislumbre o desenvolvimento de estudos em diversas localidades e amplie as possibilidades de intercambio de informações. Além disso, o fato de haver trabalhos correlacionando as religiões japonesas com outras áreas de conhecimento, contribui também para uma produção ampla e diversificada que serve de apoio à consulta, ao intercâmbio, ao debate de informações e ideias.

E, por fim, os resultados da pesquisa no Banco de teses da Capes permitiu constatar que está se caminhando para uma redefinição da identidade dos “Estudos Japoneses” no Brasil, que até o final do século XX era relacionada à numerosa presença de imigrantes e descendentes de japoneses no país. Isso porque, dos 42 trabalhos acadêmicos identificados no período de 1987 a 2006, apenas sete apresentaram um sobrenome de autor que os vinculasse à condição de nikkei. Isso é muito positivo, pois permite pensar em um desenvolvimento mais sustentável das pesquisas. Isso porque dados empíricos apontam que os “Estudos Japoneses” foram desenvolvidos, nos primórdios, com base no interesse dos imigrantes e descendentes japoneses no Brasil pela cultura, história e outros aspectos sociais de seus antepassados, mas esses fatores se mostram, cada vez mais, insuficientes para formação de pesquisas e pesquisadores no século XXI.

Pelos dados e expectativas apresentados neste texto, cremos que é possível “olhar o copo” dos estudos sobre a religião japonesa no Brasil e considerá-lo “meio cheio”.

Bibliografia

CHUBACI, Rosa Yuka Sato 1999 A experiência da hospitalização do imigrante japonês. 1999. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Universidade de São Paulo.

FALCÓN, Maria Lúcia de Oliveira 2000 Reestruturação produtiva e difusão das tecnologias de gestão japonesa. Tese (Doutorado em Sociologia). Universidade de Brasília.

HORISAKA, Kotaro 1997 A alvorada das relações econômicas nipo-brasileiras. In: YOKOTA, Paulo (Org). Fragmentos sobre as relações nipo-brasileiras no pós-guerra: ensaios e depoimentos. São Paulo: Bolsa de mercadorias e futuros, 55-78.

LEÃO NETO, Valdemar Carneiro 1989 A Crise da imigração japonesa no Brasil (1930-1934): contornos diplomáticos. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão.

PAIVA, Geraldo José de 2005 Novas religiões japonesas e sua inserção no Brasil: discussões a partir da psicologia. Revista USP, São Paulo, n.67, setembro/novembro, 208-217.

PEREIRA, Ronan Alves 1992 Religião Japonesa e diversidade religiosa no Brasil. In: Anais do III Encontro Nacional de Professores Universitários de Língua, Literatura e Cultura Japonesa. São Paulo: Centro de Estudos Japoneses, 107-115.

______________________ 2004 Religiosidade japonesa no Brasil. In: Guia da Cultura Japonesa. São Paulo: JBC, 2004, 510-514.

ROSSONI, Igor 1998 A poética auto-reflexiva de Clarice Lispector (Uma literatura de vida e como vida). Tese (Doutorado em Letras). Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. São José do Rio Preto.

SAKURAI, Célia; COELHO, Magda Prates (org.) 2008 Resistência e integração: 100 anos de imigração japonesa ao Brasil. Rio de Janeiro: IBGE.

SKIDMORE, Tomas 1975 Brasil: de Getúlio a Castelo. São Paulo: Paz e Terra.

SOUZA, Júlia Paula Motta de 2001 Watsu - Um Caminho para a Unidade. Dissertação (Mestrado em Educação Física) Universidade Estadual de Campinas.

SUZUKI, Tae 1999 Os estudos japoneses no Brasil – um breve panorama. In: Anais: Simpósio Estudos Japoneses no Brasil, 26-30.

TAKEUCHI, Márcia 2008 Os tempos amargos da perseguição. História Viva: Japão, 500 anos de história, 100 anos de imigração. Dueto Editorial, São Paulo, Número 3, 36-45.

TOMITA, Andréa Gomes Santiago 2004 “As Novas Religiões Japonesas como Instrumento de Transmissão de Cultura Japonesa no Brasil”. Revista de Estudos da Religião, São Paulo, Nº 3, 88-102.

YOKOTA, Paulo (org) 1997 Fragmentos sobre as relações nipo-brasileiras no pós-guerra: ensaios e depoimentos. São Paulo: Bolsa de mercadorias e futuros.

Anexo

Lista de pesquisadores obtida no banco de teses da CAPES utilizando as seguintes palavras chaves: Budismo, Religião japonesa, Zen Budismo, Perfect Liberty, Xintoísmo, Seicho-no-ie, Mahikari.[9]

Pesquisador
Título da Dissertação / Tese
Orientador Nível Data Instituição / Área
ALBA CRISTINA DA FONSECA DE ALBUQUERQUE MARANHÃO
“Nam-myoho-rengue-kyo: um estudo antropológico do movimento budista da soka gakkai na cidade de Recife”
Maria do Carmo Tinôco Brandão Machado Mestrado 01/09/1999 Universidade Federal de Pernambuco - Antropologia
ALEXANDER SOARES DE CASTRO
“O Budismo como prática educacional transformadora”
Luis Antonio dos Santos Baptista Doutorado 01/11/2005 Universidade Federal Fluminense – Educação
ALTEVIR FONSECA MAYER
“Judô:valores e princípios incorporados ao longo da história”
João Batista Freire Mestrado 01/02/2005 Universidade do Estado de Santa Catarina - Ciências do Movimento Humano
ANDRÉ CAMARGO COSTA
ÉTICA DO DESAPEGO:
“Atitude do psicanalista de inspiração freudiana pelo vértice do Budismo”
Ana Maria Loffredo Mestrado 01/09/2002 Universidade de São Paulo - Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano
ANDREA GOMES SANTIAGO TOMITA
“Religiões japonesas como transmissoras de noções culturais japonesas no Brasil - exemplos da Igreja Messiânica e Perfect Liberty”
Masato Ninomiya Mestrado 01/03/2004 Universidade de São Paulo - Letras (Língua Literatura e Cultura Japonesa)
ANTÔNIO CARLOS DE MADALENA GENZ
“A música silenciosa do Darma: um estudo antropológico das práticas e representações de uma comunidade zen budista em Porto Alegre”
Carlos Alberto Steil Mestrado 01/04/2005 Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Antropologia Social
ANTONIO CARLOS PEREIRA BORBA ROCHA
“Zen-Budismo e literatura: a poética de Gilberto Gil”
Luiza Leite Bruno Lobo Mestrado 01/01/1997 Universidade Federal do Rio de Janeiro - Letras (Ciência da Literatura)
ARTHUR BITTES JUNIOR
“O cuidar sob a perspectiva do Budismo de Niteren Daishonin e do ser humano unitário: uma história de revolução humana”
Tamara Iwanow Cianciarullo Doutorado 01/03/2003 Universidade de São Paulo – Enfermagem
BRAND ARENARI
“Uma análise do conhecimento cognitivo das religiões da sociologia de Max Weber: caminhos para a compreensão de aspectos da modernidade brasileira”
Frederico Schwerin Secco Mestrado 01/06/2006 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Ciências Da Religião
CARLA CALLEGARO CORRÊA KADER
“O diálogo inter-religioso de sua santidade – o Dalai-Lama”
Nina Célia Almeida de Barros Mestrado 01/01/2005 Universidade Federal de Santa Maria – Letras
CARLOS LEONARDO BAHIENSE DA SILVA
“Em nome do imperador: reflexões sobre a Shindo Renmei e sua campanha pela preservação da etnicidade japonesa no Brasil (1937-1950)”
Héctor Alberto Alimonda Mestrado 01/06/2006 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade
CARLOS MAGNO PEREIRA FERNANDES
“Entre o mero e o esmero: a margem do riso na poesia de Paulo Leminski”
Ilza Matias de Sousa Mestrado 01/12/2001 Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Estudos da Linguagem
CHRISTIAN SADE VASCONCELOS
“A existência como dobras infindáveis de si mesma: considerações sobre si mesmo cognitivo na obra de Francisco Varela”
Eduardo Henrique Passos Pereira Mestrado 01/08/2004 Universidade Federal Fluminense – Psicologia
CLEYTON SIDNEY DE ANDRADE
“O analista e o mestre Zen: um estudo sobre a técnica zen numa perspectiva de Lacan e sua aplicação na técnica analítica”
Walter José Evangelista Mestrado 01/04/2006 Universidade Federal de Minas Gerais – Psicologia
CRISTIANO ROQUE ANTUNES BARREIRA
“Arqueologia da intenção do caminho do karate: análise psicológica e fenomenológica”
Marina Massimi Doutorado 01/12/2004 Universidade de São Paulo/ Ribeirão Preto – Psicologia
CRISTINA AYUMI FUTIDA
“institucionalização das seitas Rinzai e Sôtô Zen no Japão dos períodos Kamakura e Muromachi”
Shozo Motoyama Mestrado 01/08/2001 Universidade de São Paulo - Letras (Língua Literatura e Cultura Japonesa)
DIOGO ZENHA KAUPATEZ
"Hokusai mangá"
Madalena Natsuko Hashimoto Cordaro Mestrado 01/10/2006 Universidade de São Paulo - Letras (Língua Literatura e Cultura Japonesa)
EDILÉIA MOTA DINIZ
“Carisma e poder no discurso religioso: um estudo do legado de Masaharu Taniguchi - a Seicho-no-ie no Brasil”
Leonildo Silveira Campos Mestrado 01/03/2006 Universidade Metodista de São Paulo - Ciências da Religião
ELISABETH GONZAGA
“Buda de casa faz milagre? Estudo sobre o conflito entre tradição e modernidade em grupos da escola Jôdo Shinshu em Suzano (SP)”
Frank Usarski Mestrado 01/05/2006 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Ciências da Religião
FABIANA ANDRÉA TOLOMELLI
“A religião na vida e na obra de Erich Fromm”
Eduardo Gross Mestrado 01/08/2005 Universidade Federal de Juiz de Fora - Ciência Da Religião
FERNANDO CARLOS CHAMAS
“Escultura Budista japonesa: a arte da iluminação - a escultura japonesa até o período Fujiwara (552-1185)”
Madalena Natsuko Hashimoto Cordaro Mestrado 01/08/2006 Universidade de São Paulo - Letras (Língua Literatura e Cultura Japonesa)
GILBERTO BAPTISTA CASTILHO
“A Seicho-no-ie do Brasil no contexto religioso das novas religiões japonesas: cultivo e divulgação da palavra”
Marilia Gomes Ghizzi Godoy Mestrado 01/12/2006 Universidade São Marcos - Educação, Administração e Comunicação
HIRANCLAIR ROSA GONÇALVES
“O fascínio do Johrei: um estudo sobre a religião Messiânica no Brasil”
Silvana Maria Corrêa Tótora Doutorado 01/11/2003 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Ciências Sociais
HIRANCLAIR ROSA GONÇALVES
“Perfect Liberty:o fascínio de uma religião japonesa no Brasil”
Beatriz Muniz de Souza Mestrado 01/10/1998 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Ciências Sociais
IGOR ROSSONI
“A poética auto-reflexiva de Clarice Lispector (uma literatura de vida e como vida)”
Romildo Antonio Sant'anna Doutorado 01/12/1998 Universidade Est.Paulista Júlio de Mesquita Filho/SJ.R Preto – Letras
IVONE MAIA DE MELLO
“A idéia de não-dualidade no pensamento do mestre Zen Eihei Dogen implicações para a teoria da educação”
José Policarpo Júnior Mestrado 01/11/2004 Universidade Federal de Pernambuco – Educação
JOSÉ CHARLES PAULINO DA SILVA
“Entre o desejo e o desprendimento: a noção do dinheiro na igreja Perfect Liberty do Brasil”
Jung Mo Sung Mestrado 01/05/2001 Pontifícia universidade Católica de São Paulo - Ciências da Religião
JÚLIA PAULA MOTTA DE SOUZA
“Watsu - um caminho para a unidade”
Adilson Nascimento de Jesus Mestrado 01/03/2001 Universidade Estadual de Campinas - Educação Física
LAURA TEY IWAKAMI
“Da oralidade à sistematização escrita - um estudo dos primórdios da comunicação no Japão”
Christine Greiner Doutorado 01/05/2003 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Comunicação e Semiótica
LICÉRIA WOJTOWICZ
“A expressão da ideologia no artigo do mestre”
Nina Célia Almeida de Barros Mestrado 01/07/2004 Universidade Federal de Santa Maria – Letras
MARIA LÚCIA DE OLIVEIRA FALCÓN
“Reestruturação produtiva e difusão das tecnologias de gestão japonesa”
Caetano Ernesto Pereira de Araújo Doutorado 01/03/2000 Universidade de Brasília – Sociologia
MARIA PATRÍCIA RODRIGUES DE VASCONCELOS
“O senhor cujo olhar se dirige para baixo: uma leitura Junguiana do Buda compassivo em "matéria de poesia" de Manoel de Barros”
Cláudia Canuto de Menezes Mestrado 01/03/1997 Universidade Federal de Alagoas – Letras
MATEUS SAMPAIO SOARES DE AZEVEDO
“A Philosophia Perennis e o estudo nas religiões. uma introdução à escola perenialista de Frihlof Schuow (1907-1998)”
Maria Regina Cunha Rodrigues Simões de Paula Mestrado 01/04/1999 Universidade de São Paulo - História Social
PAULO TOLEDO MACHADO FILHO
“Gestos de cura e seu simbolismo”
Liana Maria Salvia Trindade Mestrado 01/05/1994 Universidade de São Paulo - Ciência Social (Antropologia Social)
REGINA YOSHIE MATSUE
“O paraíso de Amida: três escolas do Budismo em Brasília”
Rita Laura Segato Mestrado 01/08/1998 Universidade de Brasília – Antropologia
RINALDO ZAINA JÚNIOR
“Hospitalidade no contexto de uma organização do terceiro setor e de inspiração religiosa”
Marielys Siqueira Bueno Mestrado 01/02/2005 Universidade Anhembi Morumbi - Hospitalidade
ROBERTO PERES VERAS
“Ilumina-ação: diálogos entre a gestalt-terapia e o Zen-Budismo”
Marília Ancona Lopez e Grisi Mestrado 01/10/2005 Pontif. Univ. Católica de São Paulo - Psicologia (Psicologia Clínica)
RONAN ALVES PEREIRA
“O Budismo leigo da sôka gakkai no Brasil: da revolução humana à utopia mundial”
Guilhermo Raul Ruben Doutorado 01/01/2001 Universidade Estadual de Campinas - Ciências Sociais
ROSA YUKA SATO CHUBACI
“A experiência da hospitalização do imigrante japonês”
Miriam Aparecida Barbosa Merighi Mestrado 01/12/1999 Universidade de São Paulo – Enfermagem
SHIGERU KOJIMA
"Um estudo sobre os japoneses e seus descendentes em Curitiba"
Altiva Pilatti Balhana Mestrado 01/09/1991 Universidade Federal do Paraná – História
SIDINALVA M. S. WAWZYNIAK
“História de estrangeiro: passos e traços de imigrantes japoneses (1908-1970)”
Sergio Odilon Nadalin Doutorado 01/12/2004 Universidade Federal do Paraná – História
SOLANGE VIARO PADILHA
“The ordeal of death: yeats's cuchulain plays”
Anna Stegh Camati Mestrado 01/08/1996 Universidade Federal do Paraná - Letras (Ling.Ingl.E Lit.Ling.Ingl.E Linguis.Ling.Port.)
YUMI FUJIKURA
“Alguns aspectos de inculturação no trabalho missionário da PL no Brasil”
Jose J. Queiroz Mestrado 01/11/1992 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - Ciências Da Religião

Notas

[*] Vice-Presidente da Associação Brasileira de Estudos Japoneses.

[1] Em 1920 houve o primeiro censo de imigrantes no país. Naquele momento, a população japonesa somava aproximadamente 28 mil pessoas (SAKURAI e COELHO 2008:33).

[2] O hospital foi inaugurado em 1939 na região da Vila Mariana, na cidade de São Paulo.

[3] No começo da década de 1950, a renda per capita no Japão era inferior a US$ 180, enquanto no Brasil já era acima de US$ 250 (YOKOTA 1996:30)

[4] O Japão passa a ter sua soberania reconhecida depois do Tratado de São Francisco, firmado em 1951.

[5] Capes. Banco de teses. Igor Rossoni. A poética auto-reflexiva de Clarice Lispector (uma literatura de vida e como vida). Resumo. Disponível em: http://servicos.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=19983233004153015P2. Acesso em 25/Jun/08.

[6] Capes. Banco de Dados. Maria Lúcia de Oliveira Falcón. Reestruturação Produtiva e Difusão das Tecnologias de Gestão Japonesa. Resumo. Disponível em: http://servicos.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20009353001010009P0. Acesso em Acesso em 25/Jun/08.

[7] Capes. Banco de Teses. Rosa Yuka Sato Chubaci. A experiência da hospitalização do imigrante japonês. Resumo. Disponível em: http://servicos.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=199918433002010083P2 Acesso em Acesso em 25/Jun/08.

[8] CAPES. Banco de Teses. Júlia Paula Motta de Souza. Watsu - Um Caminho para a Unidade. Resumo: Disponível em: http://servicos.capes.gov.br/capesdw/resumo.html?idtese=20011681333003017046P6. Acesso em 25/Jun/08.

[9] Fonte: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Banco de teses. Disponível em: http://servicos.capes.gov.br/capesdw/Teses.do. Acesso Junho/08.