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Neste mês foi realizado no CAPS infantil da Brasilândia oficina sobre sofrimento psíquico e racismo com a presença da psicóloga Maria Lucia da Silva.

É dialogando que a gente se entende: Qual é a sua cor?!

por Maria Lucia Silva

A roda de conversa realizada juntamente à equipe do CAPs Infantil da Brasilândia ofereceu a oportunidade para todxs de tocar em aspectos importantes para enfrentar a dificuldade, no âmbito do trabalho, de fazer a pergunta: Qual é a sua cor?
Pudemos dialogar sobre o fato de que esta pergunta e, consequentemente, sua resposta, não esta circunscrita à quem esta na recepção do serviço, mas como ela se desdobra para toda a equipe no desenvolvimento do trabalho junto ao usuário.

Alargou a compreensão de que ampliar a escuta para as demandas provocadas pelo racismo; coloca cada um/a em contato com suas fantasias e medos que tanto a pergunta como a resposta remete. O medo de enfrentar a impotência de não saber o que fazer, é um inviabilizador  da compreensão de que só é possível enfrentar aquilo que se conhece; nesse sentido,  tanto a pergunta como a resposta do "qual é a sua cor" pede uma posição ativa, uma construção conjunta entre o profissional, a equipe e os usuários e os/as colaboradoras/es do equipamento. 

Foi possível compreender que esta pergunta, nos obriga a olhar para a existência do racismo em nós e nos faz se incluir no contexto do problema; nos leva a admitir e nomear a dificuldade existente, que só poderá ser superada se se colocar a serviço na busca da resposta; possibilita identificar as limitações da estrutura institucional que nos coloca no desafio de sua mudança; permite enxergar a resistência do tema pelo conjunto/totalidade dos usuários do serviços, que impoem pensar que a mudança é de todos e todas: da estrutura/equipamento, da equipe profissional; dos usuários independente de sua cor e dos parceiros e colaboradores.

Com isso, foi possível compreender mais amplamente e com maior profundidade porque o racismo esta base da construção das relações de nós brasileiros e que a mudança  não é simples, mas que é preciso andar, dar passos, como faz o bebê quando descobre que é possível andar.

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