Projetos Pró Saúde
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O Projeto Pró-Saúde PUC-SP/STS FÓ Brasilândia

Os cursos de Psicologia e Fonoaudiologia da PUC-SP possuem um longo histórico de parceria e atuação junto aos serviços da rede pública de saúde, anteriormente à implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), através dos estágios curriculares obrigatórios realizados na área de saúde. A aproximação entre serviço e universidade sempre foi considerada importante tanto para a formação dos graduandos quanto para as instituições envolvidas.

Sob a influência da tradição da universidade no campo das ciências humanas e sociais, ainda que em graus diferentes, a experiência de formação profissional nos três cursos esteve marcada pelo movimento das reformas sanitária e psiquiátrica e, em especial, com as práticas de integralidade na formação e cuidado em saúde e com a formação integral do profissional. Isso se expressou mais recentemente com os Polos de Educação Permanente da Grande São Paulo, envolvendo as três áreas que ora integram o presente projeto.

Projetos 2012

  1. Participantes
  2. Capacitação de Conselheiros, Profissionais e Gestores das UBSs
  3. Comunicação nas Relações de Trabalho I
  4. Comunicação nas relações de trabalho II
  5. Cotidiano das Residencias Terapeuticas
  6. Projeto Construindo a gestão participativa no cotidiano - Oficina de Práticas
  7. Proposta de Capacitação em SM na UBS Sylmaria
  8. Projeto Oficinas sobre Familia


Na história de experiências que antecederam a elaboração do projeto destacam-se algumas tentativas de aproximação dos três cursos com territórios de saúde, vivenciadas pelo grupo proponente do Pró-saúde da PUC-SP, que fortaleceram o processo de sua construção, experiências essas que sempre tiveram como perspectiva a aproximação dos cursos e o desenvolvimento de ações de ensino e pesquisa que resultassem na qualificação da formação na área da saúde. Destacamos:

Anos 80

No final dos anos 80, uma experiência na perspectiva dos Programas de Integração Docente – Assistencial - IDA, realizada na Zona Norte da Cidade de São Paulo, com participação de docentes e estudantes desses mesmos cursos da PUC-SP, (Fonoaudiologia, Psicologia e Serviço Social), direções e profissionais das UBS estaduais e municipais dessa região, tendo em vista a realização de: estágios de estudantes, capacitação e educação continuada dos profissionais, articulação de um sistema regionalizado de saúde, produção de pesquisas em serviços, e participação dos usuários e movimentos sociais locais.

1998

Em 1998, por meio de uma pesquisa interdisciplinar em um trabalho de reconhecimento de um território professores e estudantes desses cursos se reuniram para realizar um mapeamento das instituições e movimentos sociais do território. A parceria nessa pesquisa se fez entre a PUC-SP e a Supervisão Técnica de Saúde da Barra Funda da SMS de São Paulo. A estratégia de desenvolver trabalho de planejamento, coleta e análise das informações sobre o território, que era espaço comum no campo de estágios, por equipes multiprofissionais fortaleceu o processo de integração entre serviço e universidade, oportunizando reflexão crítica e confrontação de vivências naquele território e a identificação de possibilidades de ação nos estágios dos três cursos antes pouco exploradas.

2003

Outra experiência precursora do Pró-saúde foi a participação dos cursos em 2003, em um projeto do Pólo de Educação Permanente da Grande São Paulo da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SESSP) e Núcleo de Educação Permanente da Zona Norte da Cidade de São Paulo (SMSSP), junto a Supervisão Técnica de Saúde da Lapa, outro território campo de estágios: Projeto Saúde na Cidade. Um grupo de professores representando os três cursos propôs a realização de oficinas e rodas de conversa para trabalhar e refletir o conceito de acolhimento com as equipes de saúde desse território. Essa experiência, como a anterior, reforçou e envolveu a participação de estudantes e apontou a importância de ações e reflexões sobre os processos de trabalho no âmbito dos serviços.

A partir dos anos 2000, as políticas do Ministério da Saúde em parceria com o Ministério da Educação (AprenderSUS, VerSUS, Pólos de Educação Permanente e, posteriormente, Comissões de Integração Ensino Serviços (CIES), apoio ao FNEPAS, Residências Multiprofissionais) colocaram em pauta a necessidade de mudanças curriculares e o cumprimento das diretrizes nacionais de graduação. E, a partir de 2008, a participação de docentes e estudantes nas Oficinas FNEPAS, em projetos de sensibilização por área profissional, e coletivos interprofissionais por região, também favoreceram o processo de busca por mudanças.

Com a abertura do edital do Pró-Saúde II em 2007, a PUC-SP elaborou e inscreveu um projeto de trabalho que envolve os cursos de Fonoaudiologia, Psicologia e Serviço Social, vislumbrando a oportunidade de oficializar o vínculo já existente entre a universidade e alguns serviços de saúde pública e de fortalecer e ampliar as intervenções e atuação na área da saúde, amparada pelos recursos e apoio do Programa Nacional.

O projeto Pró-Saúde/PUC-SP atua junto ao território da Freguesia do Ó/Brasilândia, zona norte da cidade de São Paulo, e a decisão por esta região se deu por conta do vínculo já existente com a universidade. Este projeto possui foco na Atenção Básica, em consonancia com a proposta do Programa Nacional sobre a importância de melhoria da porta de entrada do SUS. Esta pactuação com a Coordenadoria de Saúde Norte /Supervisão Técnica Freguesia do Ó/Brasilândia para construção do projeto foi possível pela longa história de estágios e participação de professores em alguns movimentos desse território ou em iniciativas de educação permanente e, também, pela cumplicidade que essa Supervisão Técnica sempre demonstrou com a formação de estudantes.

Cabe destacar que a Supervisão Técnica Freguesia do Ó/Brasilândia já tinha uma história importante no município seja no tocante a iniciativas e experiências pioneiras na atenção básica - o apoio matricial de saúde mental na atenção básica e a presença da equipe de saúde bucal no PSF, desde 1998; seja na articulação dos trabalhadores de saúde - o Fórum de Saúde Mental, agora Fórum de Saúde, desde 2000; seja ainda pela histórica luta popular dessa região na construção do direito à saúde.

Essa história da região, aliada à presença dos cursos de Psicologia e de Fonoaudiologia em atividades de estágio e extensão no território Fó/Brasilândia asseguraram condições de possibilidade para a formulação do Projeto e colocaram em pauta também a necessidade de inserir na gestão e no planejamento do Pró-saúde o trabalho articulado com a Associação Saúde da Família. O curso de Serviço Social se integra ao grupo trazendo a experiência de trabalho em outros territórios.

O projeto enviado pela PUC-SP foi aprovado pelo Ministério da Saúde em 2008 com duração de dois anos. Mas a verba destinada às instituições de saúde e instituição educacional envolvidas no projeto só foi disponibilizada em meados de 2011. No entanto, este fator não impediu a Coordenação do Pró-Saúde da PUC-SP de efetuar o programa, colocando em prática as ações que estivessem ao alcance de serem realizadas durante estes dois anos sem financiamento.

Desde 2008, o Pró-Saúde/PUC-SP tem se esforçado para realizar as modificações curriculares propostas pelo Programa Nacional e ampliar a inserção dos estudantes no território. Com a chegada da verba, o projeto foi estendido por mais dois anos possibilitando que todo o planejamento possa enfim ser colocado em prática, de forma a potencializar as ações do Pró-Saúde da PUC-SP no território e na universidade.

A inserção dos graduandos junto ao serviço de saúde se dá em quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS) do território: UBS Jardim Paulistano, UBS Silmarya Rejane M. de Souza, UBS Vila Ramos e UBS Dr. Augusto Leopoldo Ayrosa Galvão. Essas quatro unidades foram escolhidas em decisão conjunta entre a PUC-SP e a Supervisão Técnica de Saúde da Freguesia do Ó/Brasilândia (STS Fó/Bras.) levando em consideração o histórico da inserção da PUC-SP na região, mantendo os vínculos já existentes com algumas unidades, e uma avaliação da STS sobre quais unidades teriam o perfil para receber a intervenção do Pró-Saúde.

Com a definição das Unidades Básicas de Saúde escolhidas para receber o Pró-saúde nessa região, o grupo pôde elaborar estudo e identificar algumas necessidades a serem contempladas no projeto. A Supervisão Técnica de Saúde acolheu a proposta de receber estudantes não só mediante os estágios regulares que já ocorriam, mas acordou com os gestores das UBSs estratégias de inserção de estudantes e professores em atividades de formação no território. O projeto veio ao encontro de uma expectativa do serviço em relação à universidade de apoio às mudanças e ao aperfeiçoamento do trabalho realizado pelas equipes de saúde da família.

Objetivos do Pró-Saúde II PUC-SP

O projeto tem por objetivo incentivar transformações do processo de formação, geração de conhecimentos e prestação de serviços à população, para abordagem integral do processo de saúde doença, tendo como eixo central a inserção dos estudantes na rede pública de serviços de saúde e a consolidação da parceria entre a universidade e o serviço local, fortalecendo os princípios do SUS e colaborando para garantir sua concretização. Seus objetivos específicos são:

  1. Aprimorar o processo de formação dos profissionais dos cursos Fonoaudiologia, Psicologia e Serviço Social para contribuir nos processos de transformação das práticas de saúde, orientadas pelos princípios do SUS, no sentido de uma visão de integralidade da assistência.


  2. Re-orientar o processo de formação dos profissionais dos cursos do ponto de vista político e técnico-científico, para atuação em todas as linhas de cuidado, mas privilegiando a Atenção Básica, a Estratégia da Saúde da Família, a inserção dos estudantes nas equipes dos Núcleos de Apoio da Saúde da Família-NASF- para promoção, proteção, prevenção, assistência e reabilitação individual e coletiva.


  3. Aprimorar a articulação entre a PUC-SP e a Coordenadoria de Saúde Norte, em especial a Supervisão Técnica de Saúde Fó-Brasilândia da Secretaria Municipal de Saúde da Cidade de São Paulo.


Suas Metas são as seguintes:

Orientação teórica Vetor 1 : Determinantes de saúde e doença

  1. Capacitação de alunos e profissionais da rede para levantamento geopolítico e territorialização, visando o aprofundamento do diagnóstico de saúde e ambiente da Coordenadoria Norte.

  2. Organização de oficinas e seminários para discussão da promoção à saúde com abordagem interdisciplinar, intersetorial e interinstitucional, envolvendo os alunos, docentes das ciências humanas, sociais, biológicas e da saúde, profissionais da rede e usuários do SUS.

  3. Elaboração de vídeo para reflexão sobre o fortalecimento das redes sociais e lideranças comunitárias por meio da divulgação dos princípios do SUS, envolvendo os meios de comunicação regionais e ONGs.


Vetor 2 :Produção de conhecimentos segundo as necessidades da população brasileira e visando à operacionalização do SUS

  1. Troca de conhecimento entre os docentes da PUC-SP e os profissionais do serviço da região para a elaboração de protocolos de atendimento na Rede de Atenção Básica e protocolos de encaminhamento para os serviços especializados da Universidade.

  2. Orientação dos profissionais dos serviços e estudantes para registro de suas experiências práticas mais significativas por meio de história oral com a colaboração de alunos da comunicação da PUCSP.

  3. Definição conjunta (Universidade e Serviços) de linhas e projetos de pesquisa interdisciplinares em Atenção Básica, Referência e Contra-referência, Educação Permanente.
  4. Participação de docentes, estudantes e profissionais dos fóruns interdisciplinares para avaliação do PRÓ-SAÚDE.
  5. Constituição de grupo de pesquisa interdisciplinar junto ao CNPq para Estudo da Formação de Recursos Humanos na área de Saúde e sua Avaliação.


Vetor 3 :Pós-graduação e educação permanente

  1. Capacitação dos profissionais da rede, corpo docente e discente para o trabalho em equipe na abordagem de famílias, grupos e comunidades.

  2. Participação nos Centros de Integração Ensino-Serviço e nos conselhos gestor e conselho de saúde local.

  3. Ampliação dos processos de formação em Saúde Mental articulados com a atenção básica.
  4. Capacitação dos profissionais para o apoio às equipes de saúde da família, segundo as propostas do NASF.
  5. Oferecimento de vagas para os profissionais de saúde nos cursos de aprimoramento especialização e extensão, segundo as normas da universidade.
  6. Re-encaminhamento da proposta de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade (Portaria Interministerial nº 2.117 de 03/11/05), encaminhada ao MS em dezembro de 2007.


Cenários de Práticas Vetor 4: IDA – Integração docente – assistencial

  1. Ampliar os espaços de discussão conjunta de casos e situações derivados da atenção básica e gestão de saúde solicitados pela rede.

  2. Ampliar e promover o intercâmbio entre profissionais da rede, estudantes e docentes da PUC-SP por meio da utilização sistemática do ensino à distância.

  3. Sensibilização dos profissionais da rede para a inserção dos professores e alunos na rede.


Vetor 5 : Diversificação de cenários do processo de ensino

  1. Ampliar os espaços para discussão conjunta de casos selecionados pelos profissionais da rede com os especialistas do corpo docente.

  2. Ampliar os cenários de práticas do processo de ensino-aprendizagem dos estudantes nas Unidades Básicas de Saúde , CECCOS, CAPs, CEREST, DST/ Aids, Centros de atenção á pessoa deficiente, Creches, Escolas, Casas Abrigo etc.

  3. Incluir como cenário de aprendizagem, desde os primeiros períodos do curso, a participação dos estudantes nos movimentos sociais e redes sociais locais.


Vetor 6 : Articulação dos serviços universitários com o SUS

  1. Criação de Grupo envolvendo docentes e profissionais para elaboração e implantação de um sistema de referência / contra-referência (R/CR), de pacientes entre serviços especializados da PUC-SP e os serviços de saúde da região.

  2. Instalações de sistema de comunicação e de informática on line para acompanhamento dos casos referenciados.

  3. Orientação Pedagógica.


Vetor 7 : Análise crítica da atenção básica

  1. Construir espaços para análise e reflexão dos estudantes e profissionais sobre o trabalho profissional na Atenção básica por meio de Seminários, Oficinas e Estudos de Caso.

  2. Realizar estudos e pesquisas bem como sua divulgação sobre o papel da educação em saúde na melhoria das condições de saúde, sobre qualidade, efetividade e resolubilidade das ações na Atenção Básica.



Vetor 8 : Integração ciclo básico – ciclo clínico

  1. Remodelar os projetos pedagógicos dos cursos de Fonoaudiologia, Psicologia e Serviço Social, com estruturas curriculares diferenciadas que incentivam o desenvolvimento de núcleos temáticos interdisciplinares e transversais com participação de estudantes e docentes de vários semestres dos diferentes cursos.



Vetor 9 : Mudança Metodológica

  1. Capacitação dos docentes e profissionais da rede em metodologias ativas de ensino/aprendizagem.

  2. Capacitação docente e profissional em avaliação formativa e somativa.

  3. Sistematização das experiências de avaliação formativa em todos os cursos

  4. Capacitação de profissionais da rede para as atividades de tutorias.


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