História de  Charles Darwin

1809 - 1872

                Nasceu no dia 12 de fevereiro de 1809, na cidade de Shrewsburry, Inglaterra. Quando criança cultivava o hábito de colecionar besouros e acabou ficando obcecado por isso. Seu pai temia que não seria capaz de fazer nada além de caçar ratos e besouros e  que acabasse por desgraçar o nome da família. Por ser um hábil caçador, aprendeu a observar o hábito dos animais.  Concluiu que o prazer de observar era maior do que o prazer de caçar.

                Ingressou no curso de medicina  seguindo os passos do pai e do avô. No entanto, desde que teve de operar um doente sem anestesia, descobriu que não daria para isso e abandonou o curso. Seu pai deixou propriedades a ponto de não precisar trabalhar para seu sustento. Aconselhou-o para que se dedicasse à Igreja Anglicana e ele o fez em 1827. Mas não ficou feliz com o que aprendeu lá.  Por exemplo: segundo o que o  próprio Darwin contou, ensinavam que a terra  foi criada às 9h do dia 23 de outubro de 4004 a.C. e que todas as espécies foram criadas ao longo de 6 dias e que jamais teriam sofrido mudanças desde então.

                Charles desenvolveu sua paixão pela natureza. Seu professor J.S. Henslow o recomendou para a tripulação do Beagle, onde a tarefa do capitão era mapear mares e costas desconhecidas pela Marinha Britânica. A viagem durou 5 anos. Foi incorporado como naturalista apesar de não ter qualificação acadêmica para isso.  Mas seu dever acabou  sendo fazer companhia ao capitão altamente autoritário. Ele cumpriu fielmente sua função e aproveitou durante as paradas para coletar tudo o que pudesse: rochas, fósseis, aves, insetos e animais grandes que ele mesmo empalhava. Em cada porto enviava seu material para Henslow na Inglaterra. E durante essa viagem escreveu um diário.

                Na volta, que se deu no dia 02 de outubro de 1836, estava convencido de que as espécies animais sofrem mudanças.  Porém, não sabia como isso ocorria.  Junto de Richard Owen, classificou  o material coletado e publicou  "Zoologia da Viagem do Beagle".

                Casou-se com Ema e teve 10 filhos, no que pareceu, foi um casamento feliz.  Um livro despertou seu interesse, de Thomas Malthus, afirmava que as populações tendem a crescer geometricamente a menos que sejam impedidas. Aí estava sua resposta. Eram as alterações que permitiam que um indivíduo prosperasse, enquanto os outros que não sofriam essas alterações, pereciam.  Fez uma alteração fundamental na teoria de Lamarck utilizando os exemplos das girafas. Nela, Lamarck afirmava que as girafas iam ficando com o pescoço comprido pela necessidade de se alcançar os galhos mais altos das árvores. Porém a mudança fundamental introduzida por Darwin é que: as girafas não iam esticando o pescoço e sim, apenas as de pescoço comprido sobreviveriam.

                Ele chegou a publicar um ano antes a obra "A Transmutação das Espécies" onde falava dessas mudanças, mas não arriscou explicá-las.  A sua principal obra "Sobre a Origem das Espécies por meio da Seleção Natural" só foi publicada 20 depois de sua viagem, quando recebeu uma carta de outro naturalista inglês, Alfred Russel Wallace que fez observações e chegou as mesmas conclusões. Foram 1250 exemplares de 502 páginas que esgotaram num único dia, 24 de novembro de 1859.
                Todo o cuidado que teve para não usar a palavra "evolução" não adiantou  pois suas teorias  fizeram desabar as teorias da igreja sobre a criação do mundo. Foram anos de debates ferozes, onde uns dos principais adversários foram: Richard Owen, o bispo de Oxford, Samuel Wilberforce e o escritor Edmung Gosse. Seus defensores foram o geólogo Charles Lyell, o botânico Joseph Hooker e o zoólogo Thomas Henry Ruxley.  Nestes debates, Charles pouco apareceu.

                Charles Darwin deixou uma obra extensa. Guardava em seu escritório frascos com amostras de várias espécies animais e vegetais. e apesar da igreja  fazer campanhas severas contra as suas idéias, permitiu que, após sua morte  em 19 de abril de 1872,  fosse enterrado na abadia de Westminster, ao lado de Isaac Newton. Esse fato fez com que, um tempo depois do enterro, seu filho fizesse um comentário: “Você pode imaginar que conversas deliciosas o pai e Sir Isaac terão à noite, depois que a abadia fechar e tudo ficar quieto?”

 

             

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