Ideário modernista e liberdade de criação na poesia brasileira dos anos 1970
Valores: Apresentação
A poesia brasileira dos anos 1970, a chamada poesia marginal, encontrou no circuito alternativo um espaço de atuação onde não lhe era difícil circular, uma vez que dependia do autor a existência do livro. O mercado editorial não era receptivo como se gostaria. A dificuldade obrigava a se mexer, e a saída foi assumir a produção. Não era apenas a escrita do livro, também entravam na conta a edição e a distribuição, e ficava menos caro se houvesse mais gente. Muitas coleções surgiram no período. Entre elas as mais conhecidas foram Frenesi, Vida de Artista, Nuvem Cigana. O fenômeno da poesia marginal, no calor da hora, foi marcado pelo acirramento de ideias, e por isso mesmo, talvez, ainda é motivo de controvérsia. Propõe-se entrar nessa controvérsia e estudar a trajetória da poesia marginal, conhecendo e problematizando a iniciativa dos poetas; a presença do legado modernista na linguagem poética, tendo em mente a valorização da liberdade de criação; e a análise de poemas.
Diferenciais do curso
A proposta em discutir os desdobramentos do ideário modernista e o estudo da produção poética de Cacaso e Francisco Alvim, Torquato Neto e Waly Salomão.
Objetivos
O primeiro é compreender o sentido histórico do fenômeno que chamou a atenção da crítica literária nos anos 1970 e ficou conhecido pelo nome de “geração do mimeógrafo”. O segundo é pensar os desdobramentos do ideário modernista (a ideia de liberdade, por exemplo) entre poetas e grupos os mais diversos, bem como o desdobramento do ideário da poesia concreta. O terceiro é discutir a poesia de Cacaso e Francisco Alvim, Torquato Neto e Waly Salomão pelo ângulo da renovação estética.
Prof. Dr. Carlos Frederico Barrére Martin
Bacharel em Letras (Português/Francês) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e licenciado em Letras (Português) pela Faculdade de Educação da mesma instituição. É mestre e doutor em Letras pelo Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, onde também fez o pós-doutorado na área de Literatura Brasileira do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas. Publicou, entre outros, os artigos “Permanência e luta: o mercado editorial e a literatura” na Revista Ponto, “Conservação e mudança em Calunga” na revista Teresa, “Noite profunda, esperança rasa” na Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, e o capítulo “Ideário modernista e liberdade de criação em Cacaso” no livro Neste instante: novos olhares sobre a poesia brasileira dos anos 1970, organizado por Renan Nuernberger e Viviana Bosi. Publicou o livro de poesia Limiar (2014) pela editora Patuá e o livro Cacaso (2020) pela coleção Ciranda da Poesia da EdUERJ. Traduziu para as Edições SM os livros infanto-juvenis Branca de Neve (2011) e Moby Dick (2013), tendo sido este agraciado como Altamente Recomendável FNLIJ 2014 na categoria Tradução/Adaptação Criança, 40º seleção anual da FNLIJ.
