Gramática e Discurso no Texto Acadêmico – Um Enfoque da Linguística Sistêmico-Funcional

Apresentação

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O curso mostra várias situações por meio das quais o aluno vai se conscientizando das diferenças existentes entre um texto escrito por aluno do período escolar Fundamental II até o texto requerido em universidades. Qualquer texto apresenta estrutura e textura. Quanto à estrutura, todo texto pertence a um gênero específico, envolvendo estágios e finalidades, cuja observação evita o texto incoerente. Quanto à textura, os textos ditos “imaturos” apresentam recursos linguísticos que diferem daqueles presentes em textos mais sofisticados, como um editorial elaborando uma argumentação com vistas à persuasão. O conhecimento das regras gramaticais da língua, que garante a confecção correta do texto, relaciona-se diretamente com a função discursiva, em geral, presente na subjacência do texto. Assim, um adjunto adverbial, termo sintático acessório, pode, no discurso, construir um contexto que propicia ao autor usar termos disfêmicos sem assumir a sua autoria. Assim, também é o caso da nominalização, que contribui na complexidade discursiva, colocando o autor como expert no assunto para, assim, assumir as rédeas da argumentação. O curso tenta preencher lacunas existentes na aprendizagem linguística e por isso foi criado para ajudar o aluno, incluindo, para tanto, novidades recentes no encontro entre texto e discurso, tal como a relação metáfora/metonímia cuja adoção interessa à análise do discurso crítica.

Objetivos

O curso examina diversos textos desde aqueles que não observam requisitos referentes à sua estrutura e textura até aqueles considerados satisfatórios nesses quesitos. Por que a estrutura de um texto contribui para a sua coerência? O que me fornece a gramática para construir a textura de um texto? Como é feita a relação entre as palavras do texto e a ideologia presente no discurso?

Diferenciais do Curso

O estudo da língua tem focalizado muito mais a forma do que a função que ela exerce na comunicação. O aluno pode saber a gramática de uma língua, mas pode não ter consciência do que ela representa em uma interação seja oral, seja escrita. A título de exemplo, a gramática assinala a estrutura morfossintática da nominalização (substituição de verbo por nome), mas não se detém no exame da sua função discursiva referente à sua força persuasiva, seu efeito no leitor, fatores que justificam a substituição da forma verbal pelo nome.

Professor em Destaque

Profa. Dra. Sumiko N. Ikeda

A dra. Sumiko Nishitani Ikeda possui graduação em Letras Anglo-Germânicas pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) (1961), mestrado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1977) e doutorado em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1986). Atualmente é professora titular no curso de pós graduação em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL) da PUCSP. De 1992 a 1998, exerceu, na qualidade de professora titular, magistério e pesquisa na Osaka University of Foreign Studies, Kyoto University of Foreign Studies e na Kakuritsu Kokugo Kenkyujoo de Tokyo. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase na interface Discurso e Gramática, atuando na linha de pesquisa Linguagem, Trabalho e Educação, principalmente nos seguintes temas: Linguística Crítica – Cognitivismo – Avaliatividade (Appraisal) - Português para Estrangeiros - sob o enfoque em especial da Linguística Sistêmico-Funcional.