GTs/ Temáticos e ementas

IV Congreso Internacional de la Adhilac-Brasil

GTs/ Temáticos e ementas

  1. A comissão organizadora do IV Congresso Internacional da Associação de Historiadores Latino-americanos e do Caribe (ADHILAC-Brasil) informa que entre 02 de janeiro a 25 de fevereiro  a 25 de março de 2022 [prorrogado] estão abertas as inscrições para professores doutores e pesquisadores apresentarem propostas de GTs TEMÁTICOS com as respectivas ementas
  2. O texto da ementa, incluído o título e três palavras-chave, deverá ter, no mínimo, 1600 caracteres , e no máximo 3200 caracteres.

 

GTs temáticos já constituídos

 

1. Pensamento Social Latino-Americano 

Dra. Elizabeh Juliska Rago (PUC-SP) / Dra. Maria Aparecida de Paula Rago (PUC-SP) / Prof. Dr. Fábio Gentile (UFC)
Contato: bethjrago@gmail.com
madepaularago@uol.com.br
fabio_gentile@ymail.com

Ementa - O grupo de trabalho pretende pensar historicamente o processo de construção do pensamento social latino-americano. Impulsionado pela complexidade do sistema mundial e de suas formações sociais, suas divergências internas relacionadas às lutas de classe, desde a hegemonia da economia política burguesa desdobrando-se para diferentes formas de pensamento crítico social latino-americano. Ademais, propõe-se a discutir a elaboração das formulações críticas do pensamento social latino-americano, perante a reação conservadora ao marxismo, em defesa da independência e autonomia metodológica das ciências sociais latino-americanas. No contexto das transformações sociais ocorridas na América Latina, entre os séculos XIX ao XXI visa discutir gerações de autores e obras com posições ideológicas diversas, que se preocuparam em explicar a particularidade das mazelas geradas pelas burguesias subordinadas e dependentes da região. Objetiva-se a problematizar as formulações de uma “identidade nacional” e regional, a partir integração social e cultural entre brancos, índios e negros, capazes de impactar as relações internacionais e contribuir para a solidariedade entre os povos latino-americanos.

2. Violência Institucional, terrorismo de estado e Direitos Humanos 

Profa. Dra. Jussaramar da Silva (PUC-SP) / Prof. Dr. Lizandro Cañón (Prof. Dr. U.Oviedo/ES)
Contato: jussaramar@gmail.com

Ementa - O Grupo de Trabalho Violência Institucional, terrorismo de estado e Direitos Humanos convida a todas as pessoas interessadas em participar do simpósio que organiza nos marcos do IV Congresso da Associação de Historiadores Latino-americanos e do Caribe (ADHILAC/Brasil). As preocupações que estruturam os simpósios giram ao redor da natureza dos regimes ditatoriais inscritos no ciclo de golpes de Estado iniciado no Paraguai (1954) – embora ele não tenha adquirido as características assumidas a partir do golpe no Brasil em 1964 -, e finalizado com o término da ditadura Pinochet, no Chile (1990). O Grupo de Trabalho aspira, com esta convocatória, a fomentar o intercâmbio entre investigadoras/es e, independentemente da tradição académica de procedência, interessadas/dos nos seguintes eixos temáticos (sem prejuízo de virem a ser aceites propostas sobre outros temas ou com outros enfoques): a) interpretações que retomam o tema do imperialismo e sua atualidade. b) Distinção entre tipo de Estado e regime. c) Problematizar noções e conceitos como: Terrorismo de Estado, violência estatal, violência repressiva, genocídio, ditadura de segurança acional, ditadura civil-militar, fascismo, autoritarismo, golpe de Estado. d) Identificar e analisar as modificações nas estruturas objetivas dos Estados (ossaturas materiais/estado restrito), tanto nos seus aparelhos repressivos como ideológicos. e) Examinar a configuração, a duração e as práticas associadas aos regimes de terrorismo de Estado bem como as dimensões ideológicas que os inspiraram e sua evolução temporal.f) Analisar os processos de decomposição e transição pactuada dos regimes capitalistas de exceção e a reconfiguração para regimes democrático-parlamentares burgueses. g) Analisar as interpretações que tratam da hegemonia e sua crise; interpretações que retomam o tema do imperialismo e sua atualidade

3. História, Memória e Patrimônio 

Dr. Claudia Moraes (UNESP – Marília) / Dr. Carlos Gustavo de Jesus Nobrega (PUC-SP)
Contato: claudia.moraes@unifesp.br

Ementa - O GT História, Memória e Patrimônio Histórico pretende divulgar pesquisas e experiências na área do patrimônio natural e cultural (material e imaterial; imóvel, integrado e móvel). A pretensão é a discussão de temáticas relacionadas com a salvaguarda e estudo, acesso e rentabilização do patrimônio cultural; memória e identidade, cidadania e desenvolvimento. A escala delimitada é a das políticas públicas, das estratégias privadas e das posturas dos cidadãos no âmbito latino+ americano. O grupo de trabalho tem por finalidade contribuir para uma maior aproximação entre pesquisadores, profissionais e educadores da área de patrimônio cultural e memória social.

4. Movimentos sociais e lutas de classes 

Dr. David Maciel (UFG) / Dr. Mateus Fiorentini (PUC-SP)
Contato: macieldavid275@gmail.com
mateusfiorentini1@gmail.com

Ementa - Este GT tem como objetivo reunir estudos sobre as lutas sociais em torno das questões do trabalho e do choque direto entre capital e trabalho. Não se limita a questões sindicais, abordando também os movimentos de luta por moradia, por terra e por questões estruturais de toda a sociedade. Trabalha as questões da representação político-partidária e de diversas agremiações em torno das questões da organização da classe operária.

5. O Ensino de História na América Latina 

Dr.Anderson Claytom Ferreira Brettas (IFTM) / Dr. Hernan Venegas Marcelo (UNILA) / Doutorando Adrian Feijoo Sánchez (Universidad Santiago de Compostela - Espanha) / Dr. Hernan Venegas Marcelo (UNILA) / Doutorando Adrian Feijoo Sánchez (Universidad Santiago de Compostela - Espanha)
Contatos: andersonbrettas@iftm.edu.br
adrianfeijoosanchez@gmail.com

Ementa - O presente simpósio temático tem como objetivo reunir diversos historiadores em formação e formados - de perfis escolar e acadêmico - para debater sobre o campo do ensino de História relacionado à América Latina-Caribe. Dentre os temas centrais de interesse ao presente simpósio temático se encontram: os percursos deste subcampo de pesquisas na História; as principais contribuições teórico-conceituais de uma história mais escolar do que acadêmica; a história do ensino de História; a invenção da América na cultura escolar do Brasil (e do Brasil em países da América Latina); o ensino de História da América Latina- Caribe na Era Digital; o ensino de História da América Latina- Caribe durante a pandemia da COVID-19; a dimensão interdisciplinar do ensino de História, o multiculturalismo, a subalternidade e o ensino de História; assim como a formação de professores. Esperamos que os trabalhos apresentados - fundamentalmente em espanhol e português - possam contribuir para realizar um balanço atual sobre o ensino de História na América Latina-Caribe, que destaquem a importância e complexidade da História escolar e que facilitem a articulação de grupos de estudos, instituições, núcleos e redes de interessados no tema em questão.

PALAVRAS-CHAVE: América Latina, História Escolar, Cultura Escolar, Caribe.

6. Marxismo e Revoluções na América Latina 

Dr.Nildo Ouriques (UFSC)
Contato: nildo.ouriques@ufsc.br

Ementa - A atual conjuntura brasileira e latino-americana, marcada pelo aprofundamento dos conflitos sociais, tem impelido a Universidade a dar uma resposta à dramática situação dos trabalhadores e trabalhadoras da região. Depois de uma década marcada pela ascensão de diversos governos progressistas em que as políticas sociais estiveram no cerne da agenda política, o pêndulo político latino-americano parece ter pendido novamente à direita, dando lugar a políticas marcadas pela redução/perda de direitos da classe trabalhadora bem como a privatização de bens públicos. Diante dessa situação, a teoria verdadeiramente comprometida com o pensamento crítico precisa provocar fértil reflexão sobre seu desenvolvimento e a necessidade de transformações sociais na América Latina. É papel da Universidade, ainda mais no caso da América Latina, atravessada pelo subdesenvolvimento, produzir uma teoria social que esteja efetivamente comprometida com a emancipação humana e enfrentamento da chamada “questão social”. É nesse sentido que neste GT aceitamos propostas de comunicações de pesquisas sobre as influências do marxismo nas revoluções da América Latina, bem como reflexões sobre as teorias e transformações sociais no continente.

7. Educação popular e direitos humanos na América Latina: percursos e experiências desde Paulo Freire 

Dr. Otaviano José Pereira (IFTM) / Dr. Armando Rosales (Universidad Popular de Cesar – Colombia). / Doutorando Juno Alexandre Vieira Carneiro (UFU)
Contatos: otavianopereira@iftm.edu.br
armandomartinez@unicesar.edu.co
junovieira@iftm.edu.br

Ementa - A educação popular é um método de educação que valoriza os saberes prévios do povo e suas realidades culturais na construção de novos saberes. Ela tem origem em movimentos sociais que insurgiram na América Latina contra os processos de colonização e os governos autoritários na segunda metade do século 20. Está implicada com o desenvolvimento de um olhar crítico, que facilita o desenvolvimento da comunidade que o educando está inserido, pois estimula o diálogo e a participação comunitária, possibilitando uma leitura empática da realidade social, política e econômica. É uma estratégia de construção da participação popular para o redirecionamento da vida social. A principal característica da Educação Popular é utilizar o saber da comunidade como matéria prima para o ensino, valorizando todos os sujeitos sociais nesse processo, tornando esse espaço de educação um lugar de afetos alegres e amorosidade. É aprender a partir do conhecimento do sujeito e ensinar a partir de palavras e temas geradores do cotidiano dele, reconhecendo a importância do saber popular e o saber científico. A Educação é vista como ato de conhecimento e transformação social, tendo um certo cunho político. Este GT acolhe pesquisas e reflexões empíricas ou teóricas sobre Educação Popular assim como propostas e políticas públicas de educação no campo popular no Brasil e na América Latina.

8. Educação Profissional e Tecnológica no Brasil e América Latina 

Dr. Welisson Marques (IFTM)
Contato: welissonmarques@iftm.edu.br

Ementa - Este GT abarcará trabalhos voltados para processos formativos e práticas educativas em Educação Profissional e Tecnológica no âmbito do Brasil e América Latina. Assim, propõe discutir tais temáticas cujo campo de investigação científica vise à produção de novos conhecimentos referentes às mudanças tecnológicas “globais”, ressaltando a questão do trabalho, suas mediações e linguagens e as implicações educacionais dos novos paradigmas científicos, tecnológicos e organizacionais. Objetiva ainda abarcar projetos que tratem das relações entre educação, trabalho, ciência e tecnologia a partir de uma perspectiva histórica, filosófica e sociológica realizados no Brasil e América Latina. Palavras-chaves que dialogam com este GT: trabalho; educação; educação profissional e tecnológica; tecnologia; filosofia social; epistemologia e filosofia da ciência, da técnica e da tecnologia; ética na ciência e na tecnologia; práticas educativas e processos formativos em EPT.

9. Escrita de si: Relação entre Literatura, História e Memória na América Latina 

Dra. Margareth Torres de Alencar Costa (UESPI) / Ms. Joelma de Araújo Silva Resende (UFPI) / Ms.Ana Raquel de Sousa Lima (IFPI)
Contato: margazinha2004@yahoo.com.br

Ementa - Para Lejeune (2008, p. 23), um autor não é uma pessoa. É uma pessoa que escreve e publica. Inscrito, a um só tempo, no texto e no extratexto, ele é a linha de contato entre eles. O autor se define como sendo simultaneamente uma pessoa real, socialmente responsável, e produtor de um discurso. Para o leitor, que não conhece a pessoa real, embora creia em sua existência, o autor se define como a pessoa capaz de produzir aquele discurso e imaginá-lo, então, “a partir do que ele produz. [...] se a autobiografia é um primeiro livro, seu autor é consequentemente um desconhecido, mesmo se o que conta é sua própria história, falta-lhe, aos olhos do leitor, esse signo de realidade que é a produção anterior de outros textos (não autobiográficos), indispensáveis ao que Lejeune chama de “espaço autobiográfico”. Autoficção, termo utilizado contemporaneamente para se referir à autobiografia ficcional, teve como precursor Doubrovsky (1977) em seu romance Fils. A noção de autoficção, de acordo com esse autor, difere da teoria proposta por Lejeune (2005) na medida em que um autor pode optar por contar sua vida em 1ª ou 3ª pessoa, utilizando os elementos ficcionais a serviço de uma busca pela autoficção. No que diz respeito à literatura de testemunho, o estudo memorialístico é importante porque apresenta diversas partes da obra em que personagens rememoram as experiências traumáticas vividas individual ou coletivamente. Essa presença, no texto literário, revela personagens angustiados com a situação desumana a qual foram submetidos; podem caracterizar lembranças do convívio familiar, que retornam à mente do narrador. Gagnebin (2006) defende que a memória não deve ser vista somente como um objeto de estudo e sim como uma tarefa ética, de ressignificação do passado. Este deve ser lembrado, a fim de que se esclareça o que efetivamente ocorreu, para que não seja repetido. De maneira geral, os teóricos defendem um “lembrar ativo” (GAGNEBIN, 2006, p. 105), que ressignifique o presente, que não permita mera repetição do passado, o que deve haver é “um trabalho de elaboração e de luto em relação ao passado, realizado por meio de um esforço de compreensão e esclarecimento – do passado e, também, do presente”. Um processo em que os mortos serão lembrados, por piedade, mas que dedicará a atenção necessária aos vivos. (GAGNEBIN, 2006, p. 105). Sendo as memórias de experiências desagradáveis, o sujeito carrega traumas por toda a vida; Seligmann-Silva (2008) afirma que quem vivencia experiências traumáticas vive como se existisse um muro, uma barreira entre ele e o outro. A narrativa seria uma forma de estabelecer uma ponte com os outros e romper essa barreira. A narrativa permite esse religamento: “Narrar o trauma, portanto, tem em primeiro lugar este sentido primário de desejo de renascer” (SELIGMANN-SILVA, 2008, p. 66). O traumatizado quer voltar a se relacionar com o outro, retomar a vida, rompendo assim, as barreiras que surgiram a partir do trauma. É importante esclarecer que mesmo rompendo a barreira entre o traumatizado e o outro, as memórias traumáticas continuarão existindo, pois passado e presente se misturam: “Na situação testemunhal o tempo passado é tempo presente. O trauma mostra-se, portanto, como o fato psicanalítico prototípico no que concerne à sua estrutura temporal” (SELIGMANN-SILVA, 2008, p. 69); isso porque a cena traumática permanecerá sempre viva, é um passado que não passou. Em relação ao contexto enfatizado, a América Latina, sabe-se que desde a colonização tem apresentado cenário político conturbado, seja através da escravização, exploração de matérias-primas e massacre da própria cultura, a dominação do continente por europeus persistiu por muitos anos. Com os movimentos emancipatórios, o foco de dominação mudou; a própria América passou a exercer esse papel. Assim, surgiram os movimentos populares, que foram reprimidos violentamente em diversos países. Esses contextos deixaram como consequência, muitas experiências traumáticas que geraram e continuam gerando narrativas de testemunho, inclusive de mulheres que, apesar de muitas vezes serem invisibilizadas, tiveram participação ativa em contextos de luta. A memória coletiva é formada por lembranças dos indivíduos, ou seja, de vários grupos dos quais eles fazem parte. Paul Ricoeur (2007) chama a atenção para o fato de a memória e a história estarem juntas, ainda que de modo conflitivo. Halbwachs (2006) discute a importância da memória coletiva que existe enquanto o sujeito é membro de um grupo. Ela contribui para evocar e manter as lembranças impessoais, na medida em que estas interessam à coletividade. As contribuições de Candido (2006), considerando que todos os acontecimentos e narrativas se passam no convívio em sociedade, viabilizarão reflexão e entendimento sobre as narrativas de si escritas por mulheres em todas as épocas. Assim sendo, este simpósio pretende contribuir para a reflexão da história, da memória, das literaturas de si, recebendo propostas de trabalhos que debatam a escrita de mulheres na América Latina.

10. Saúde, Trabalho e Conflitualidade 

Dra. Juliana Santos Monteiro
Contato: ju.smonteiro70@gmail.com

Ementa - Pretende-se analisar o tema Saúde, Trabalho e Conflitualidade no âmbito da sociabilidade e das contradições do mundo capitalista. Com o acirramento das lutas sociais e políticas, na Europa, no século XIX, a questão saúde e trabalho assume importância singular naquele cenário. Assim, o médico foi convocado para dentro do sistema fabril atuando no controle da força de trabalho. As áreas da saúde articuladas com o trabalho passam a ser chamadas de Medicina do Trabalho, Saúde Ocupacional e Saúde do Trabalhador. Cabe ao GT Saúde, Trabalho e Conflitualidade discutir essa temática nos países latino-americanos. Entender o trabalho como causa do adoecimento e morte do trabalhador, as políticas públicas engendradas nessa área e seus impactos para o mundo do trabalho, os profissionais da saúde, as questões de gênero ligadas à saúde e a medicina, englobam os objetivos deste GT.

11. Educação, Trabalho Docente e Políticas Educacionais 

Flavia Wegrzyn Magrinelli Martinez (UENP) / Lorene Figueiredo (UFJF) / Taise Ferreira da Conceição Nishikawa (UENP)
Contatos: fwmartinez@uenp.edu.br
figueiredo.lorene@ufjf.br
taise@uenp.edu.br

Ementa - O grupo de trabalho “Educação, Trabalho Docente e Políticas Educacionais”, tem por finalidade a análise, o debate e a elaboração sobre os fenômenos sociais na especificidade das relações entre o trabalho docente e a educação e sua articulação do campo das políticas educacionais na América Latina e Caribe, em especial as Reformas recentes nos sistemas educacionais sob o impacto das mudanças na base técnica da produção sob a crise de acumulação e sua resposta política, o neoliberalismo. Trata-se de problematizar, sob a reiteração da subordinação do desenvolvimento latino-americano aos centros de acumulação, as formas brutais pelas quais a exploração, a espoliação e a opressão se combinam produzindo a iniquidade das desigualdades sociais e da exclusão de cada vez maior contingente humano dos direitos sociais mais fundamentais. Politicamente estes fenômenos se manifestam como absoluta negação de direitos e estreitamento da democracia e expressam o autoritarismo presente em nossas formações histórico-sociais. Igualmente interessa a este grupo as expressões de luta e resistência dos povos originários, dos quilombolas, camponeses, povos das florestas, dos trabalhadores urbanos, enfim, dos que pertencem ao mundo do trabalho, sua luta por direitos, a afirmação de suas identidades, culturas, formas de vida, pela emancipação no enfrentamento às formas de dominação hegemônicas.

12. Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento e Sustentabilidade 

Dr. Alexandre Walmott Borges UFU
Dr. Antônio Carlos Roxo SICED
Nery dos Santos de Assis UFU
Contatos: walmott@gmail.com
antoniocarlosroxomotta@gmail.com
neryassis@ufu.br

Ementa - O Grupo de Trabalho tem por objeto a reunião de estudos e pesquisas que desenvolvam reflexões, métodos e análises, a partir de uma base interdisciplinar e sem corte histórico definido a partir das seguintes temáticas: História e Teorias da Ciência e Tecnologia; Ciência, Tecnologia e Inovação- CT&I no Processo de Desenvolvimento na América Latina; Estratégias de CT&I e Atores Sociais; Mudança Tecnológica, Transformações Sociais; Avanços tecnológicos e democracia; Meio Ambiente e Sustentabilidade; Capitalismo e Meio Ambiente: Antropoceno e Capitaloceno; Matrizes energéticas, desenvolvimento e sustentabilidade; Relações históricas e arranjos entre Estado & capital na organização político-econômica Latino-americana, seus impasses, estruturas, limites e contradições sistêmicas ante a necessidade de desenvolvimento regional; Comércio Exterior e desenvolvimento.

13. História da Filosofia Latinoamericana 

Dr. Adriano Eurípedes Martins (IFTM) / Doutorando Breno Augusto da Costa (IFTM)
Contatos: adrianomartins@iftm.edu.br
brenobac@gmail.com

Ementa - Este GT tem como objetivo geral acolher trabalhos que abordam a interface entre História e Filosofia Latino-Americana. Além da história da filosofia com enfoque na produção desde Nossa América, investigações que tomem como tema quaisquer outras disciplinas filosóficas serão acolhidas, desde que comportem uma dimensão histórica. O GT também reunirá produções relacionadas à Filosofia Afrodiaspórica e Afrorreferenciada que emergiram desde América Latina. Estudos que abordem vida e obra de filósofos e filósofas vinculados ao contexto latino-americano a partir do período colonial, o saber memorial de amautas e tlamatinimes, bem como outros representantes do sentipensar dos povos originários nossa terra também se incluem no GT. Ademais, o resgate histórico da questão mesma de uma filosofia desde “América Latina”, isto é, o que significa pensar desde nossa situação histórica de dominação em suas múltiplas expressões; a história das propostas que se propõem insurgentes em relação ao domínio colonial, neocolonial e imperialista; a controvérsia de Valladolid; a imposição da escolástica e suas particularidades em nossa terra; os projetos de independência, americanistas e a apropriação do positivismo no século XIX e início do século XX; a instauração do aparato institucional da filosofia e, posteriormente, a institucionalização da pós-graduação, considerando as especificidades nacionais; o debate travado entre Augusto Salazar Bondy e Leopoldo Zea acerca da existência e autenticidade da filosofia latino-americana, bem como outros autores que se debruçaram sobre o tema; as filosofias da libertação do século XX; a filosofia intercultural e as filosofias pós-coloniais; todos esses são temas relacionados ao GT. Encorajamos também a submissão de trabalhos que abordem autores “Outros” e “Outras”, isto é, história da exterioridade ao cânone eurocêntrico, da periferia, das vozes silenciadas e das produções invisibilizadas pelos poderes filosóficos hegemônicos, enfatizando o território latino-americano.

Palavras-chave: Filosofia Latino-Americana; Filosofia da Libertação; Filosofia Afrodiaspórica

14. Protagonismo Indígena e Resistências das Populações Tradicionais 

Prof. Dr. Jaci Guilherme Vieira (UFRR) / Profª Dra. Maria Jose dos Santos (UERR) / Profª Dra. Adriane dos Prazeres Silva (UEPA) / Dra. Maria Jose dos Santos (UERR) / Profª Dra. Adriane dos Prazeres Silva (UEPA)
Contato:  ...

Ementa - Esse Grupo de Trabalho tem como um dos objetivos retomar a tese central do professor John Monteiro que afirma no seu Trabalho de livre docência que, quando os índios forem considerados sujeitos históricos, e os múltiplos processos de interação entre suas sociedades e as populações que surgiram com a colonização europeia forem recuperados “páginas inteiras da história do pais serão reescritas, e ao futuro dos índios reservar-se-á um espaço mais equilibrado e, quem sabe otimista (Monteriro,1985, pag.228) Com essas palavras, John Monteiro finalizava, em 1995, um capítulo sobre os desafios da História indígena no Brasil e conclamava os historiadores a enfrentarem a tarefa.

Outra grande historiadora, Maria Celestino de Almeida, ao fazer a crítica ao marxismo ortodoxo, aponta que mesmo uma história marxista dos anos 60 e 70 não foi capaz de destruir o caráter heroico colonizador, mantendo a perspectiva anterior ao seu desempenho à medida que não trouxe a luz as diversas lutas travadas pelos diversos povos indígenas sejam no Brasil ou na América Caribenha. Para ela “os povos indígenas, passaram a ser mais valorizado pelos historiadores apenas na década de 1990. Desde então, o que tem mudado em nossa história? Qual a importância de incorporá-los como sujeitos? Embora ainda lentas, as mudanças, além de significativas, são de importância fundamental do ponto de vista acadêmico, social e político, tanto para os povos indígenas quanto para os não indígenas”. (Almeida, 2017) Essa perspectiva, de protagonismo poderá ser encontrado em alguns trabalhos, entre eles indicamos os estudos de Wania Alexandrino Viana (2019) que demonstra como a gente de guerra formado pelos povos indígenas foram essenciais para manter a dilatada fronteira do cabo norte na primeira metade do século XVII. Portanto, as categorias analíticas da nova história indígena vêm reescrevendo a história do país.

Segundo Manuela Carneiro (2018) da cunha a constituição de 1988, foi um marco para os direitos territoriais dos povos indígenas, seus argumentos são ratificados por Gersem Baniwa (2012), “ao afirmar que antes desta data os direitos indígenas tiveram como fundamento principal a integração a comunhão nacional”, feita entre outros elementos, através do regime de tutela o que se desdobrou com frequência na perda de seus territórios ou mesmo eliminação física. Apesar dos projetos de tutela, de colonização e mesmo da tentativa de invisibilizar os povos originários, verificamos que estas populações seguem vivenciando seu cotidiano e resistindo aos ataques direitos e sendo sujeitos ativos da história.

Exemplos dessas lutas não faltam no Brasil, a organização dos Povos Indígenas, tanto do extremo norte como no extremo sul, vem sendo construída desde a década de 1970, particularmente em 1977, quando ocorrem a VII Assembleia de Tuxauas e lideranças Indígenas, em janeiro, em Sumurú-RR e em abril a VIII Assembleia, em São Miguel das Missões-RS. No mesmo ano e em datas próximas é a demonstração de que os caminhos dos Povos Indígenas de Roraima e do Rio Grande do Sul, regiões entre extremos do Brasil, reúne pessoas de lugares distantes predispostos a organizar as pautas das lutas e finalidades em defesa de seus territórios, saúde, educação e cultura.

Pensando nesta perspectiva em jogarmos mais luz sobre o protagonismo das populações tradicionais na Latino América e Caribe que esse Grupo de Trabalho tem sua razão de existir, especialmente num momento tão importante como este, pois tem havido um avanço muito forte de governo de conciliação de classe, governos de direita ou e extrema direita em vários países que ao longo das suas existências tem retirado direitos já consolidados como a demarcação das terras indígenas, avanço do garimpo, deixando um largo rastro de destruição visíveis no dia a dia dos ribeirinhos, dos coletores de castanha, dos povos da floresta. Em contrapartida os povos tradicionais da Latino América têm demonstrado uma resistência incrível em enfrentar esses governos e mantendo uma agenda de mobilização contra o latifúndio, contra o agronegócio em especial na Amazônia onde o empenho do capital tem demostrado um interesse voraz por suas terras.

15. História Economica Latinoamericana y Caribeña 

Dr. Raul Roman Romero (Universidad Nacional de Colombia – Sede San Andres)
Contato: raulromanr@yahoo.com

Ementa - ...

16. Sistemas de Produção, Agentes Econômicos, Pobreza e Resistências 

Profa. Dra. Fabiana Scoleso (UFT) e Prof. Dr. Fernando Furquim de Camargo (UFT)
Contatos: fscoleso@uft.edu.br
fernandofcamargo@uft.edu.br

Ementa - Ementa: Este GT tem como proposta acolher trabalhos que compreendam o desenvolvimento econômico global que tem nas transnacionais seu mais importante ator nos âmbitos de produção e circulação de mercadorias e serviços. As demandas internacionais por commodities, os modos de produção adotados para explorar e gerar riquezas, assim como o papel central que o Estado tem ocupado nas negociações com os grupos interessados, são de particular interesse deste grupo. Neste sentido, os debates irão colaborar para compreensão sobre Espaços Globais, Zonas Específicas de Intensa Acumulação e como a América Latina e o Brasil, especialmente a Amazônia Legal, tem ocupado papel central no desenvolvimento econômico e no processo de reprimarização produtiva. Os estudos sobre os modos de produção, sobre os elos da cadeia de valor do agronegócio e do neoextrativismo são fundamentais para compreender o caráter destrutivo do capital no âmbito da natureza, dos territórios e dos mundos do trabalho. Cabe destacar que, tais processos de acumulação são implementados - após fortes disputas em diversos âmbitos (sociais, econômicos, políticos e culturais) - ao atenderem interesses locais, de modo que nos interessa compreender também as complexas relações implicadas na inserção da região pan-amazônica e nos elos de circulação global de mercadorias. A escala espacial emergente para a nova acumulação é diretamente responsável pela formação de uma resistência global manifesta em ondas de protestos e na ressignificação das lutas sociais, tanto na especificidade brasileira como na latino-americanas, nos novos espaços de luta e nas formas de enfrentar as mudanças na superestrutura política, ideológica e cultural. Nosso objetivo é o de compreendem os processos de mundialização do capital na América Latina e a classe capitalista transnacional, tanto os existentes no tempo presente, como também nas formas e modalidades em que se constituíram e se situam historicamente. Além disso o GT busca análises sobre as transformações no modo de produção, sobretudo a partir da reestruturação produtiva desencadeada na década de 1990 até os seus posteriores desenvolvimentos hoje manifestados nas dinâmicas industriais, agrícolas e educacionais 4.0 e suas investidas sobre territórios indígenas, quilombolas e ribeirinhos, bem como nos espaços urbanos que sofrem os impactos das alterações vigentes. Além dos aprofundamentos sobre história social e econômica, suas dimensões de poder e subordinação, sem descurar dos diversos nódulos pertencentes aos aspectos das sociedades latino-americanas inseridas nas novas dinâmicas produtivas.

17. Desarrollo Territorial y Gestión Publica 

Dr. Francisco Javier Maza (Universidad de Cartagena, Colombia) / Dr. Amaranto Daniels Puello ( Universidad de Cartagena, Colombia)
Contatos: fmazaa@unicartagena.edu.co
amarantodaniels@hotmail.com

Ementa - Esta mesa tiene como propósito la presentación de investigaciones originales que centren su atención al análisis de las dinámicas de los territorios rurales y urbanos en América Latina y el Caribe, así como de los problemas y alternativas presentadas para gestionar el desarrollo, desde la perspectiva de los mismos actores del territorio, y que involucran diagnósticos territoriales, ejercicios de concertación entre actores públicos y privados, la planificación participativa y concertada de las estrategias de orientación del desarrollo y la orientación para su implementación y evaluación (ex-ante, durante y ex-post). Todo lo anterior, con la finalidad de lograr el incremento de la competitividad del territorio, con efectos positivos en la calidad de vida y el bienestar de la población. Temas asociados al desarrollo sostenible -en el marco de los Objetivos de Desarrollo Sostenible-, serán igualmente bienvenidos.
Los temas de interés son los siguientes:

• Territorialidad, territorialización y desarrollo territorial
• Globalización, desarrollo y territorio
• Gestión de políticas públicas a escala territorial
• Territorio, ambiente y desarrollo sostenible
• Educación, género, derechos humanos y desarrollo territorial
• Conflicto, seguridad y desarrollo territorial
• Migración, pobreza y desarrollo territorial

18. Religião e Política 

Dr. Wellington Teodoro da Silva (PUC-MG)
Contato: wteodorosilva@gmail.com

Ementa - As duas últimas décadas foram marcadas pelo interesse das diversas áreas da universidade brasileira nos estudos da religião em suas diversas manifestações. Nesse período, a academia brasileira promoveu um número significativamente alto de eventos que tinham a religião como tema central e não apenas como item acessório ou acidental no debate. Seja como for, está evidente que a religião, e suas múltiplas relações com a política, é central para compreender as questões estruturantes de nossa mentalidade nacional e como são engendrados os modos pelos quais estrutura-se o estar político na sociedade. Esse tema ultrapassa o mero estudo das relações entre instituições religiosas e o estado, partidos etc. Sendo assim, existe um grande desafio teórico ainda em aberto para compreender a nação. O presente GT aceita trabalhos de pesquisadores de diferentes áreas que versem sobre essas relações na América Latina.

19. Relações Internacionais, Direito Internacional e Direitos Humanos na América Latina 

Dra. Bruna Silveira Roncato Aguiar (UFMT)
Contato: bruroncato@gmail.com

Ementa - O presente Grupo de Trabalho neste IV Congresso da Adhilac brasileira tem por objetivo acolher trabalhos de pesquisadores de áreas diversas (Direito, Relações Internacionais, Ciências Sociais, Jornalismo, entre outras) que reflexionem sobre Relações Internacionais e Direitos Humanos no âmbito latino-americano e caribenho – entre os países do continente e as relações com atores internacionais tanto da América (incluindo Estados Unidos e Canadá) quanto de outros continentes, envolvendo atores estatais e não estatais.

20. Trabalho, Educação e Indústria 4.0 na América Latina 

Dra. Fabiane Previtale (UFU) / Dr. Cilson César Fagiani (UNIUBE) / Dr. José dos Santos Souza (UFRRJ)
Contato: fabiane.previtali@gmail.com
cilsoncf@gmail.com
jsantos.ufrrj@gmail.com

Ementa - O objetivo do GT é analisar a relação entre trabalho e educação à luz do materialismo histórico-dialético, sob o advento da Indústria 4.0 na América Latina e Caribe, tendo como referência o contexto de avanço do neoliberalismo e da Nova Gestão Pública (NGP)/Gerencialismo e das lutas sociais que se apresentam como resistência à precarização e à degradação do trabalho e da vida. Embora a Indústria 4.0 seja um fenômeno relativamente recente, especialmente nos países latino-americanos, sua difusão não está apartada do modo pelo qual ocorre a dinâmica da inovação técnica sob o domínio do capital, como meio de controle do trabalho para a produção de valor que, no caso particular da América Latina, é transversalizada pelas relações históricas de dominação e subordinação entre os países do Norte e do Sul, implicando o fenômeno da superexploração do trabalho. Nesse interim, são bem-vindas as problematizações sobre: - Trabalho, Educação e Políticas Públicas de Formação Humana; - Reformas Educacionais, Trabalho e Educação Escolar; - Trabalho Digital, Teletrabalho, Homeoffice e Educação; - Reestruturação Produtiva e Novas Demandas de Formação/Qualificação do Trabalhador/a; - Empresariamento da Educação e Políticas Curriculares; - Relações de Trabalho, Reformas Trabalhistas e as Novas Tecnologias Digitais; - Lutas Sociais e Sindicais e Controle do Trabalho.

21. História e Historiografia da Educação Latinoamericana 

Dra. Olivia Medeiros Neta (UFRN) / Dr. Sauloeber Tarsio de Souza (UFU)
Contato: olivianeta@gmail.com
sauloeber@gmail.com

Ementa - O GT Temático “História e Historiografia da Educação Latino-americana” tem como objetivo promover o debate entre pesquisadores interessados nas relações entre a história, a historiografia e a educação no espaço geográfico compreendido como América Latina. Nessa perspectiva, são bem-vindas as propostas que tratam dos aspectos teórico e metodológicos do campo histórico-educativo, as questões relativas as fontes historiográficas em geral (impressos, documentos oficiais, legislação, entrevistas, etc.), o problema central da escrita da História da Educação, bem como os fundamentos do campo da História. Também interesse ao GT os trabalhos dedicados a formação do campo histórico-educativo, seus princípios, desdobramentos e os impactos neste tipo de conhecimento histórico especializado, além das tendências da historiografia da educação na atualidade. Serão acolhidas as propostas que propõem reflexão em relação a perspectiva da pesquisa comparada e suas contribuições para o aprofundamento do conhecimento histórico-educativo. Também de interesse do GT o debate sobre os problemas e desafios para a investigação histórica da educação. A História da Educação foi “Constituída como disciplina escolar, em geral, em proximidade com a filosofia da Educação, impregnada de uma postura salvacionista e tribuna de defesa de um ideal de educação popular, à história da educação foi delegado o lugar de ciência auxiliar da Pedagogia (VIDAL E FARIA FILHO, 2003, p.51)”. Tal perspectiva pode ser evidenciada em especial, no seu primeiro momento. O segundo momento (1950-1970) na constituição do campo da História da Educação é chamado por pesquisadores da área como a “escola paulista”. Tal fenômeno começou a ser delineado a partir dos anos de 1930 com a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. Nos anos de 1950 se afloraram as contradições entre os fenômenos da urbanização e a pressão por acesso a escola por parte da população, o que levou a diversas campanhas educacionais em defesa da educação pública, pela alfabetização de adultos e que desencadeou um embate entre privatistas e defensores da escola pública, resultando no “Manifesto dos Educadores: Mais uma vez Convocados” capitaneado por Fernando de Azevedo, então professor de Sociologia da USP. Por fim, o terceiro momento foi marcado pela estruturação dos programas de pós-graduação a partir dos anos de 1970, mas, sobretudo, pelo avanço nas pesquisas de história em plano mais geral que refletiram de forma importante na produção do campo da História da Educação, conforme Monarcha (2007, p.71): “Temas de pesquisas, tais como organização escolar, doutrinas pedagógicas, instituições de ensino, políticas educacionais, Estado e Educação, educação e sociedade, formuladores nas décadas antecedentes à instalação dos programas de pós-graduação, permaneceram legítimos e vigentes. Todavia, houve, então, uma interpenetração desses temas com análises políticas, face às urgências sociais colocadas pela retomada da democracia no país. ”Os métodos de investigação histórica passaram a seguir uma tendência pluralista, trabalhando com mais intensidade a interdisciplinaridade, aproximando-se a história de outras disciplinas como a antropologia, por exemplo. Acrescente-se ainda a introdução de tecnologias como o gravador e o computador, que possibilitaram a ampliação das fontes e outras formas de análise dos dados pesquisados. Tal movimento desencadeou polêmicas e debates que persistem até o presente no interior da pesquisa histórica, e muitos as entendem, ainda hoje, como um reflexo do embate ou ausência de paradigmas no cenário contemporâneo das ciências humanas (CARDOSO, VAINFAS, 1997). Um dos reflexos dessas mudanças foi a projeção da cultura como aspecto social tão importante quanto a esfera econômica, multiplicando-se, dessa forma, os estudos vinculados à história cultural. É nesse cenário que os historiadores adeptos dessa nova forma de escrever a história buscaram dar enfoque a outros aspectos do processo histórico investigado, em especial o campo cultural, levando a uma posição oposta às concepções históricas totalizantes, como a marxista, em que a vida social e cultural, em última instância, seria determinada pelas relações de produção. É de ver, contudo, que alguns estudiosos ligados à tradição marxista já de longa data pensavam a cultura como esfera importante para a compreensão da sociedade: “Tradicionalmente, a história ocupa-se, de um lado, com as bases materiais e sociais da existência humana, e de outro, com as ideias mediante as quais os homens representam essa existência. (...) É a partir daí, da obra de Antonio Gramsci, Georg Lukács e dos teóricos da chamada Escola de Frankfurt, notadamente Karl Korsch, que a área cultural passará a interessar seriamente ao pensamento marxista. (...) De 1930 até nossos dias, podemos vislumbrar duas fases, a primeira, indo até os anos de 1970, com uma presença destacada senão hegemônica do marxismo, a segunda abrangendo os anos de 1970, 1980 e 1990, marcada pela crise de hegemonia acadêmica do marxismo e a ascensão, não só artístico-canônica, mas filosófica e mesmo historiográfico-cultural, do ‘pós-modernismo’. (CASTANHO, 2006, p.139-144).” Esse novo fazer histórico, classificado como nova história cultural, passaria a enfocar a cultura material e o mundo das emoções, dos sentimentos, das representações e do imaginário como principal objeto de investigação, preocupando-se seja com a cultura da elite (história intelectual), seja com a cultura popular (a mente humana como produto sócio-histórico ou como sistema de significados compartilhados), ou outros objetos culturais como a linguagem e os discursos que compõem sujeitos e realidades sociais (FRAGO, 1995, apud CASTANHO, 2006). É essa trajetória do campo mais amplo da pesquisa histórica que se refletiu na subárea da História da Educação que interessa ao debate proposto pelo GT. Palavras-chaves: Historiografia, Educação, América Latina.

22. Contribuições femininas para a História e a Educação Latinoamericanas  

Dr Luiz Maurício Bentim da Rocha Menezes (IFTM) / Mestranda Alessandra Carvalho Abrahão Sallum (IFTM)
Contato:  luizmauricio@iftm.edu.br
alessandra.sallum@estudante.iftm.edu.br

Ementa - Este grupo de trabalho propõe construir reflexões acerca das contribuições trazidas pelo feminino para a história e a educação latino-americanas. Nosso interesse está voltado para a historicidade dos movimentos engendrados pelas mulheres em diversos campos do saber, incluindo a educação. O lugar de cuidado e de formação foi culturalmente reservado a este gênero, não pelo reconhecimento consciente de suas capacidades, habilidades ou importância dentro da comunidade, mas sim pelo aprisionamento de sua existência a funções e papéis historicamente ligados ao zelo, ao desenvolvimento e à reprodução da vida humana e da força de trabalho. Apesar de sabermos o quanto a formação inicial é determinante para a futura composição do capital cultural de um povo e da subjetividade de seus integrantes, contraditoriamente, estas atividades foram esvaziadas de sentido e significado, reduzidas e desvitalizadas. A hegemonia do pensamento patriarcal, capitalista e eurocêntrico tem sido desafiada diariamente pela potência de mulheres latino-americanas que, a partir de suas origens e características, compõem um novo olhar para este cenário. Rompendo as fronteiras da periferia social e cultural a que o sistema as confinou, mulheres vem ressignificando a identidade e a estrutura diversa que alicerçam este território. Além de problematizar as questões de gênero intrínsecas aos diversos domínios do saber, objetivamos compreender o movimento de construção dessa identidade latino-americana, construída por homens, mulheres, negros, pardos e brancos, povos originários e imigrantes, burgueses e trabalhadores, desde a colonização aos dias atuais, dando destaque para as contribuições femininas nesse contexto, que podem ser encontradas em documentos e registros históricos, artigos de jornal, biografias, cartas, manifestações artísticas, movimentos e lutas sociais. Nosso propósito é estudar como gerações de mulheres marcaram a história, a singularidade e a estrutura social e cultural da América Latina, atravessadas pela pluralidade de ciências, como psicologia, antropologia, filosofia, sociologia, história, educação, dentre outras. Mulheres reiteradamente gestaram e pariram gerações de pensadores e pensadoras que paulatinamente reconheceram a força do pensamento feminino e feminista para a promoção da justiça e da inclusão de saberes potentes, vindos de suas experiências e práticas, transmitidas para além da biologia. O corpo feminino, e, por conseguinte, sua linguagem, sabedoria e vivências, foi estendido para a composição da identidade e das características únicas da América latina.

23. Interlocuções entre história e produção audiovisual latino-americana e caribenha 

Moisés Carlos Ferreira (Professor doutor na ETEC, Guaracy Silveira), Cleonice Elias da Silva (Professora doutora na Universidade Estadual do Norte do Paraná), Fabiola Bastos Notari (Pesquisadora independente do Instituto Angelim)
Contato: gt.audiovisual.historia@gmail.com

Ementa O cinema ao longo do século XX foi largamente utilizado como um meio de propagar ideias, desejos, hábitos e culturas, como um grande e eficaz braço da chamada indústria cultural, com claros objetivos de dominação, tanto de uma nação sobre outra como também um meio de legitimar a hegemonia de um modelo econômico sobre outro, bem como também de uma classe social sobre as demais. No entanto e refletindo dialeticamente, o cinema assume também uma função crítica sobre nosso cotidiano, na medida em que é usado para desvelar as desigualdades sociais, expor um passado histórico sensível e cheio de contradições em todas as ordens. Como observamos em Barbedo (2010) explica que: “trata-se da arte a favor da consciência social – uma arte transformadora, entendida como aquela capaz de gerar reflexão acerca da vida e propiciar a autoconsciência.”
Palavras-chave: Audiovisual; História; América Latina; Caribe; Memória; Cultura;

24. Os processos de independência e a construção dos Estados nacionais na América Latina 

Enio Viterbo Martins (Doutor pela Universidade de Lisboa)
Contato:  ...

Ementa Este grupo de trabalho temático pretende discutir e analisar os processos conflituosos de independências dos países da América Latina e seus possíveis efeitos sobre a formação das instituições governamentais nacionais, tais como os Parlamentos centrais, as Forças Armadas, os governos locais, entre outras. Damos especial destaque para os conflitos(e suas consequências) entre as elites políticas coloniais e as elites nativas, porém também se requer análises da participação popular nesses confrontos (e entre estes agentes populares dá-se especial destaque para o papel dos escravos, das mulheres e dos indígenas). Sobre a criação das instituições, pretendemos analisar tanto seus aspectos político-partidários, como também culturais e ideológicos, de modo que são bem-vindas contribuições que possam realizar um estudo crítico da construção do aparato estatal dos Estados independentes. Além disso, o simpósio busca analisar as atuações dos agentes individuais que deram início às instituições nacionais e a configuração destas, por exemplo o processo de formação das Assembleias Constituintes; a atuação da elite política local em face das autoridades centrais; a circulação de ideias e propostas de independência; os conflitos entre as instituições políticas coloniais e as nativas; a atuação política dos militares; a formação dos exércitos nacionais e as guerras de independência propriamente ditas. A importância do grupo de trabalho pode ser vista inicialmente considerando os aniversários de vários processos de independência na América Latina que ocorreram nos últimos anos. As novas reflexões que vieram em conjunto destes aniversários tiveram um impacto na historiografia política e militar, visto que recentemente deram início a revisões de literaturas tidas como nacionalistas, bem como geraram novas críticas de uma perspectiva historiográfica decolonialista. Estas novas perspectivas muitas vezes questionam a legitimidade de determinados símbolos e instituições vistas como uma herança colonial. O presente GT também tem como objetivo realizar uma análise destas propostas críticas que surgiram em decorrência dos novos paradigmas historiográficos citados. Esperamos não apenas realizar incursões no passado, mas, por meio de comunicações inéditas, também reinterpretar pressupostos de uma historiografia consolidada sobre estes processos de independência na América Latina.

Palavras-chave: Independência; Estado Nacional; Colônias

25. Ditadura empresarial-militar no Brasil (1964-1985) e repressão aos trabalhadores 

Elaine de Almeida Bortone (UFERJ) / Vicente Gil da Silva (prof. dr. UFRJ).
Contato: elainebortone@gmail.com

Ementa O simpósio temático pretende reunir pesquisadoras e pesquisadores que se dedicam às relações e articulações militares-empresariais ao longo da ditadura (1964-1985). O objetivo é aprofundar o diálogo sobre estas relações que deram origem as políticas repressivas sobre os trabalhadores e suas organizações. Com isso, pretendemos conhecer melhor a colaboração, cumplicidade e responsabilidade de empresas, nacionais e estrangeiras, com a repressão e suas diferentes modalidades (vigilância, controle político e ideológico, organização de informações de seus trabalhadores para os sistemas repressivos estatais,etc.) coordenadas pelo Estado, que configuraram em graves violações de direitos humanos ou atos preparatórios para tais violações. Apesar de o simpósio se dirigir prioritariamente à atuação empresarial na repressão em meio regime civil-militar brasileiro, pretende-se debater os processos conflitivos da ditadura com os trabalhadores e, também, os processos econômicos e consequentes benefícios que as empresas e os empresários possam ter obtido.

26. Intercâmbio de intelectuais latino-americanos nos Séculos XIX, XX e XXI: Culturas, Artes e Ciências 

Alejandra Nino Amieva (UMSA e UBA) / Eva Cristina Franco Rosa dos Santos (UNISINOS, UMSA e FACMAIS) / George Leonardo Seabra Coelho (PPGHIspam-UFT
Contato:  ...

Ementa Ao analisar os intercâmbios intelectuais latino-americanos ao longo do século XIX, XX e XXI, no período também conhecido como modernidade tardia, vemos o estabelecimento de diversas trocas culturais, artísticas e científicas. Podemos considerar que estas sociabilidades foram desenvolvidas por meio de estratégias baseadas, prioritariamente, através de produções bibliográficas, acordos de cooperação, homenagens, missões científicas e artísticas. Neste sentido, o presente Grupo de Trabalho tem o objetivo de agregar pesquisas desenvolvidas em diferentes países latino-americanos, onde os comunicadores poderão apresentar trabalhos que versam sobre as estratégias que possibilitaram o fortalecimento de uma rede de relações profissionais entre homens de letras, artistas, literatos, juristas, sociólogos, historiadores, filósofos da América Central e na América do Sul. Nosso objetivo será ampliar o debate das diferentes formas que estes sujeitos se posicionavam no interior do campo intelectual, no campo artístico e no campo científico. Assim, as discussões deste Grupo de Trabalho pretenderão contribuir para o entendimento dos intercâmbios intelectuais para o mapeamento do campo intelectual na América Latina, por seus diversos países, incluindo o Brasil, mas não apenas e, ao mesmo tempo, ampliar os estudos sobre a “sociedade de indivíduos” e também "em rede" que interagiu ao longo dos referidos séculos.

Palavras-chave: ideias, experiências, intelectualidade

27. Violação e reparação de direitos humanos dos povos originários, comunidades tradicionais e trabalhadores em ditaturas e democracias: Conexão empresarial nos crimes de Estado e os desafios da Justiça de Transição no sul global  

Dr. Gilberto de Souza Marques (UFPA) / Dr. Rodolfo Costa Machado (doutor PUC-SP) / Dra. Adriana Gomes Santos (UFRR).
Contato:  ...

Ementa Este Grupo de Trabalho busca congregar pesquisas sobre violações de direitos humanos dos povos originários, comunidades tradicionais e trabalhadores do sul global, ocorridas em ditaduras ou democracias. Confere ênfase àquelas ações repressivas praticadas por Estados acumpliciados e em associação com grandes empresas particulares, no interesse do grande capital privado e/ou público. Como exemplos dessa coordenação repressiva e parceria econômica, serão privilegiadas as pesquisas sobre a superexploração e a repressão da classe trabalhadora, o açambarcamento de terras e a destruição dos meios de vida de povos originários e comunidades tradicionais, com especial atenção às mineradoras que, em sua atividade econômica, invadem e pilham a riqueza mineral desses territórios. Procura-se, pois, reunir pesquisas que abranjam e desdobrem, em uma perspectiva global e de longa duração, a multiversidade desse tema nos diferentes períodos da história do capitalismo e da imposição de seu sistema colonial e imperialista na América Latina, África e Ásia. Tenciona-se, ademais, congregar pesquisas sobre a Justiça de Transição – seus limites e desafios atuais – que ajudem a jogar luz a novos casos concretos e mecanismos de reparação dos danos causados aos povos originários, às comunidades tradicionais e aos trabalhadores por agentes de Estado e seus cúmplices econômicos. Em ditaduras ou em democracias, como no caso brasileiro dos “megaprojetos” recentes. Serão reunidas pesquisas sobre como as comunidades tradicionais e quilombolas, os povos originários e os trabalhadores, em suas formas concretas de vida, luta e resistência, experienciaram a implementação dos mecanismos da Justiça de Transição (ou a ausência dela) entre a passagem de ditaduras militares a democracias. Será destacado, enfim, um novo aspecto da Justiça de Transição, a saber: a cumplicidade empresarial em crimes de lesa humanidade e de graves violações de direitos humanos perpetrados por agentes do Estado. Isto é, serão debatidas a responsabilidade empresarial nesses crimes e as experiências de responsabilização jurídica de agentes econômicos que, associados ao aparelho de Estado e beneficiando-se financeiramente de suas políticas oficiais de desenvolvimento, habilitaram, facilitaram ou possibilitaram a violação coletiva de direitos humanos de povos originários, comunidades tradicionais e trabalhadores. Qual é a responsabilidade empresarial nesses crimes de Estado cometidos em ditaduras e democracias? Qual a justa responsabilização jurídica e econômica de empresas que violaram e/ou violam direitos humanos em associação repressiva e financeiramente lucrativa com o Estado? Como reparar os danos coletivos de povos originários, comunidades tradicionais e trabalhadores valendo-se dos mecanismos da Justiça de Transição? Essas e outras indagações povoarão as apresentações de pesquisa e debates deste Grupo de Trabalho.

28. História, Memória e Deslocamentos Humanos na América Latina 

Profa. Dra. Yvone Dias Avelino (PUC-SP) / Profa. Dra. Arlete Assumpção Monteiro (PUCSP e CERU-USP)
Contato: yvonediasavelino@uol.com.br
arlete.as@gmail.com

Ementa A memória humana é múltipla. Nela encontram-se reminiscências e lembranças de tempos idos, entrecruzados, registrados em fragmentos. Trabalhar com memórias é caminhar em terreno muitas vezes escorregadio, entretanto muito fértil. É buscar reconstruir um tempo anterior. O trabalho do historiador, ao estudar as sociedades do passado, confronta-se com realidades culturais, valores e mentalidades distintas, portanto as relações entre História e Memória são intrínsecas. Nossa proposta no Grupo de Trabalho é analisar os deslocamentos humanos na América Latina, tanto recentes como passados, valorizando as lembranças daqueles que optaram em deixar o país de origem, por vários motivos, e partiram para o desconhecido, em busca de melhores condições de vida, no país que os acolheu. Pretendemos reunir pesquisadores, professores e interessados na temática no intuito de colaborarmos com os estudos históricos dos processos e/imigratórios.

29. Desarrollo Territorial y Gestión Publica 

Dr. Amaranto Daniels Puello/ Dr. Francisco Javier Maza Avila
Contato: amarantodaniels@hotmail.com
fmazaa@unicartagena.edu.com

Ementa Esta mesa tiene como propósito la presentación de investigaciones originales que centren su atención al análisis de las dinámicas de los territorios rurales y urbanos en América Latina y el Caribe, así como de los problemas y alternativas presentadas para gestionar el desarrollo, desde la perspectiva de los mismos actores del territorio, y que involucran diagnósticos territoriales, ejercicios de concertación entre actores públicos y privados, la planificación participativa y concertada de las estrategias de orientación del desarrollo y la orientación para su implementación y evaluación (ex-ante, durante y ex-post). Todo lo anterior, con la finalidad de lograr el incremento de la competitividad del territorio, con efectos positivos en la calidad de vida y el bienestar de la población. Temas asociados al desarrollo sostenible -en el marco de los Objetivos de Desarrollo Sostenible-, serán igualmente bienvenidos.

Los temas de interés son los siguientes:
• Territorialidad, territorialización y desarrollo territorial
• Globalización, desarrollo y territorio
• Gestión de políticas públicas a escala territorial
• Territorio, ambiente y desarrollo sostenible
• Educación, género, derechos humanos y desarrollo territorial
• Conflicto, seguridad y desarrollo territorial
• Migración, pobreza y desarrollo territorial

 

A Comissão Organizadora em conjunto com o Comitê Científico analisará as propostas recebidas e informará ao Comitê Organizador sobre as propostas aceitas ou não até o dia 02 de março e informará os autores/as os resultados dessa decisão.

A Comissão Organizadora, em conjunto com o Comitê Científico, preparará a estrutura acadêmica do programa do congresso. Assim, as comunicações aprovadas serão distribuídas nos diferentes simpósios, agrupando comunicações com a mesma temática.

Menu
PUC-SP
J.PUC-SP
Sou PUC