Ainda há muito que fazer para que toda a verdade venha à tona. Ainda há muito que fazer para que nossa juventude jamais se esqueça destes tempos duros e injustos. Ainda há muito por esclarecer para que a verdade nos liberte e para que não tenhamos aquele Brasil Nunca Mais. (D. Paulo Evaristo Arns - Prefácio do Dossiê sobre Mortos e Desaparecidos, 1994).
É importante destacar a atuação da Igreja Católica na defesa dos Direitos Humanos e na luta contra a ditadura entre 1964 - 1985. Particularmente na época em que teve D. Paulo Evaristo Arns como Cardeal Arcebispo de São Paulo e Grão-Chanceler da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, no período 1970 – 1998, a Igreja Católica desenvolveu importantes ações na defesa das liberdades democráticas. A Igreja apoiou as vítimas da repressão e seus familiares, os movimentos sociais e sindicais, denunciou as torturas e os assassinatos e fortaleceu a atuação de padres e leigos, seguindo as diretrizes da Teologia da Libertação. Foi a Igreja do Evangelho, da Resistência e da Paz. Não é possível compreender o contexto da implantação e aprofundamento da ditadura que se implantou em nosso país a partir de 1964 sem refletir sobre o lugar da Igreja Católica.
E não se pode falar da Igreja Católica neste período sem mencionar o papel de D. Paulo Evaristo Arns: a opção pelos pobres, as suas atitudes frente às perseguições e a sua resistência. Enquanto Grão-Chanceler da PUC-SP os traços que marcaram a atuação de D. Paulo também caracterizaram a PUC-SP. Neste período, ultrapassando tensões e conflitos internos e externos, a PUC-SP se constituiu não apenas como uma Pontifícia Universidade Católica, mas como uma Universidade que defendeu um ensino de qualidade, a produção de conhecimento crítico que ultrapassasse os muros estritamente acadêmicos e o comprometimento com as lutas sociais de seu tempo.