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BOLETIM CLÍNICO - número 16 - Outubro/2003

Boletim Clínico | Psicologia Revista | Artigos


4. ALEGRIA E SAÚDE - Marina Pereira Rojas Boccalandro (1)

A primeira vez que me dei conta que só me lembrava das coisas tristes foi há, mais ou menos, uns 15 anos atrás, quando assistia a uma palestra na Totalidade Editora sobre a criança interior ministrada por Richard Llewellyn, um psicoterapeuta inglês que trabalha na linha da Psicossíntese. Ele, num determinado momento de seu trabalho, pediu que nos relaxássemos e procurássemos nos lembrar de cenas da infância.

Para mim foi fácil lembrar, mesmo de situações de quando era bem pequena, mas todas as lembranças eram de momentos tristes. Depois da prática do exercício ele falou que quem quisesse poderia relatar suas lembranças. Alguns se lembravam das coisas alegres e tristes que viveram e outros ficaram polarizados em um ou outro sentimento.

Depois de ouvirmos alguns relatos ele falou que era importante lembrar as boas coisas vividas, os momentos de alegria e felicidade, que era preciso recuperar o bom e o prazeroso que fizeram parte da nossa vida. Aí me dei conta que não havia me recordado de nada alegre.

Ele propôs que aqueles que só se lembraram das coisas negativas fizessem outra vez o exercício procurando recuperar as lembranças positivas. Foi aí que vi que elas existiram e que eu estava dando ênfase apenas ao negativo, ao sofrimento, a dor da rejeição e tantos outros sentimentos dolorosos vividos.

Foi muito bom poder recuperar o belo do passado, pois me senti mais leve e feliz. Aos poucos fui me dando conta que a tristeza tinha um peso maior, que me empurrava para baixo, pesava nos meus ombros e nuca, e que a alegria não tinha peso, me fazia sentir relaxada, com os ombros e a nuca descontraídos, meu corpo ficava mais leve, sentindo-me puxada para cima. A partir dessa experiência, que me marcou muito, passei a procurar recuperar o positivo do meu passado, da infância, adolescência e vida adulta.

Muito tempo se passou até eu resolver escrever sobre alegria. Antes disso escrevi sobre qualidades positivas, como por exemplo, “Resiliência e a Abordagem Holística” (Boccalandro, 2000), “O Amor na relação terapêutica e no processo de cura” (inédito) e “As relações entre Psicoterapia e o Desenvolvimento Espiritual” (inédito). Depois dessas três conferências que viraram artigos resolvi que era hora de escrever sobre alegria, esse sentimento tão importante para a nossa vida pessoal e de relação, nossa saúde e bem-estar.

Comecei a ler, a procurar pesquisas na área da Psicossomática e me deparei com um assunto ainda pouco explorado. Encontrei vários livros de auto-ajuda, sobre alegria e espiritualidade e pouco sobre livros médicos e psicológicos abordando o tema, algumas pesquisas científicas mais recentes na área da psicossomática e psiconeuroimunologia.

No dicionário da língua portuguesa (Ferreira, 1986) a alegria é a “qualidade ou estado de alegre ... contentamento, satisfação, júbilo, exultação ... prazer moral, felicidade, divertimento, festa.” (p. 80). Estes significados ainda dizem pouco do potencial energético que existe no sentimento de alegria. Vamos ver o que alguns autores têm a dizer sobre esse sentimento.

Para Nasser (2003),

A Alegria faz parte da nossa experiência do sagrado mais arraigada. Ela estava por trás dos rituais que saudavam a chegada da primavera. Era ela que acendia as fogueiras, que ajudavam a dissipar o medo do inverno e renovavam a esperança de que a luz do sol ia, mais uma vez, vencer a escuridão da noite. É esse sentimento de júbilo que se esconde nas melodias dos cantos de ação de graças. E não existe celebração da vida sem esse bem precisoso. Talvez, até, o sentimento do sagrado nem seja possível sem a alegria. (p.1)

Para Lowen (1997),

Alegria é o estado natural da criança, assim como todos os filhotes de animais, como é obvio, para qualquer um, que tenha visto as cabriolas dos cabritinhos na primavera, saltando de alegria... A Alegria pertence ao reino das sensações corporais positivas, não é uma atitude mental. (p. 20)

Para Lambert (1999),

Alegria é uma emoção que vem da nossa alma. É gostosa de se sentir, nos descontrai, nos solta, nos exalta, nos relaxa e alivia nossas tensões; é estimulante e nos dá bem-estar; faz com que nos sintamos saudáveis, à vontade, e prontos para descobrir o novo; ela nos valoriza, aumenta nossa auto-estima, deixando-nos mais contentes e sorridentes. A alegria nos dá paz e aconchego; é um convite ao sossego, nos faz tão felizes e temos prazer em viver e em ser simpáticos. Ela contagia as pessoas e levanta o astral; afasta todo o mal, desopila o fígado e todo o corpo; revigora a mente e revitaliza o nosso ser; atrai a felicidade e nos faz sentir mais jovens; ela é de graça e é para se doar, porque pode ajudar as pessoas, alivia e anima como um bálsamo de calma e paz, que nos faz sorrir e rir, e até gargalhar” (pp. 42-43)

Para Rosset (2000),

Há na alegria um mecanismo aprovador que tende a ir além do objeto particular que a suscitou, para afetar indiferentemente qualquer objeto e chegar a uma afirmação do caráter jubiloso da existência em geral. Assim a alegria aparece como uma espécie de quitação cega concedida a toda e qualquer coisa como uma aprovação incondicional de toda forma de existência presente, passada ou por vir. (p.78)

Essas afirmações sobre alegria têm valores comuns atribuídos a ela, se formos olhar, comparando-as entre si. Em todas se percebe um estado de “leveza”, “jubilo”, “relaxamento”, “ligada ao novo”, “sensação positiva”, entre outras.

A alegria é um sentimento que, assim como o amor, nos torna mais felizes, gratificados, renovados, relaxados, nosso humor melhora, ficamos mais otimistas, sorrimos, rimos e até gargalhamos. Essas são algumas das manifestações internas e externas provocadas pela alegria.

A alegria tem um movimento aproximativo, prazeroso, expande o ego e a alma, leva ao amor e ao prazer.

As crianças sentem mais facilmente a alegria brotar em seus corações. Em suas brincadeiras sonham, imaginam, criam novos mundos, novas possibilidades, se soltam sem reservas, sem críticas e sem pudores. Podem ser reis, rainhas, professores, mães, pais, artistas de cinema ou TV e fazem isso sem censura, vivendo no imaginário.

Nós adultos perdemos muito dessa capacidade, ao nos impormos uma seriedade em nossas vidas muitas vezes prejudicial ao nosso bem estar e felicidade. Fernando Pessoa (1976) nos brinda com uma pequena jóia de poesia que é a seguinte:

“Quando as crianças brincam
e eu as oiço brincar
qualquer coisa em minha alma
começa a se alegrar.
E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.
Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração” (p. 210)

Os estudos sobre o estresse e suas conseqüências no organismo, tem levantado o interesse pela Psicologia Positiva, onde os sentimentos e as qualidades positivas vão sendo encarados como grandes auxiliares e determinantes de uma boa saúde física, emocional e mental.

Dentro da Psicossíntese, que pertence a esse tipo de Psicologia, o valor dado ao cultivo das boas qualidades tem um papel de destaque. Assagioli (1985) fala da importância do cultivo dessas qualidades que estão no inconsciente superior na nossa vida diária.

Numa entrevista dada a Keen (1974), pouco antes de sua morte, Assagioli fala que fixar novas imagens frente aos olhos tende a produzir a realidade sugerida pelas imagens. Isto vem de uma lei da Psicologia, bem conhecida, que diz que imagens ou figuras mentais e idéias tendem a produzir as condições físicas e atos externos que correspondem a elas e que toda imagem tem em si mesma um elemento motor. Ele conta que usava uma técnica muito simples que era utilizar uma série de cartões com palavras evocativas tais como: paciência, satisfação, alegria, energia, boa vontade, entre tantas outras. Os cartões quando dispostos em um ambiente em que estamos com freqüência como nosso quarto, sala ou escritório, acionam atitudes e pode instigar as qualidades que simbolizam.

O primeiro artigo escrito por Assagioli recebeu o título de “Sabedoria Sorridente”. Num esboço desse artigo que chegou até mim como apostila do curso de especialização em Psicossíntese, ele aborda esse assunto do ponto de vista dos benefícios físicos, psicológicos e espirituais do riso, bom-humor, do sentimento de alegria em várias de suas manifestações. Para ele existem três coisas que o homem moderno deveria aprender para tornar-se saudável e um ser completo na sua totalidade: a arte de descansar, a arte de contemplar e a arte de rir.

Além de todo o bem-estar que o riso provoca externamente no corpo físico, ele também tem um valor psicológico porque remove a tensão interior, trazendo grande alívio para o indivíduo. Quando uma pessoa está cansada ou excitada demais é mais fácil relaxar através do riso do que qualquer outra atividade externa durante a qual a mente continua trabalhar febrilmente.

O riso é também uma válvula de escape inofensiva e positiva para as tendências reprimidas, principalmente a de brincar. Esta tendência continua existindo em nós, adultos, que em geral não damos atenção a ela. Temos a tendência a reprimir rudemente a “criança” que habita em nós com sua necessidade de brincar e fantasiar livremente. O que devemos fazer é deixar brotar, novamente, esse aspecto esquecido e negligenciado dentro de nós.

Ainda no artigo de Assagioli, “A Sabedoria Sorridente” ele nos diz que a função do humor é similar a aquela do sal na comida, um tempero que dá sabor a vida. Para ele o humor é a contemplação do cortejo da vida que passa; não é a participação direta e ativa nos eventos. Entretanto o ser humano completo, o verdadeiro sábio, não é aquele que se confina na contemplação e muito menos aquele que está absorto em e pela ação.

Sábio é aquele que, enquanto vivendo, sofrendo e trabalhando beneficamente com um aspecto de si mesmo, mantém seu Self Superior um expectador desapegado e sorridente. Para ele é necessário usar o humor, antes de tudo, consigo mesmo, rindo e fazendo graça do nosso pequeno self pessoal que é tão enfatuado em sua importância, dando a si mesmo ares, levando-se tão a sério, melindroso, inquieto e desconfiado.

Quando nos libertamos do invólucro pesado que envolve o self a sutil, penetrante e consumidora chama do humor mais cedo ou mais tarde se abrirá e o homem poderá libertar-se daquela estreita e sufocante prisão. Quando isso acontece pode-se dizer que a maior aquisição foi alcançada. Ainda segundo ele, a alma abre suas asas alegremente, com um sorriso divino, une-se às outras almas com todas as criaturas de Deus (Assagioli, 1997).

Na Psicossíntese aplicada a educação também é considerado salutar ensinar com alegria, apelando para o riso que torna nosso aspecto intelectual mais ativo e mais alerta. As matérias mais áridas e enfadonhas podem ser ensinadas e aprendidas através de brincadeiras que provocam o riso descontraindo e tornando mais fácil a sua aprendizagem.

Existem dois aspectos importantes que devemos levar em conta, ao falarmos sobre alegria: as manifestações e as fontes da mesma. Se a alegria sentida interiormente é manifestada através de ações, podemos também dizer que essas manifestações podem gerar mais alegria.

O sorriso, o riso, e mesmo a gargalhada podem ser uma grande terapia. Raia (2003), falando sobre o riso, diz que o mesmo melhora a imunidade do organismo, libera endorfinas, fazendo com que todo metabolismo do corpo funcione melhor. Quando rimos nosso ritmo cardíaco se acelera e o coração pulsando com mais vigor, manda mais sangue para a circulação e aumenta a oxigenação dos tecidos. Os pulmões aumentam a capacidade de absorver oxigênio e a respiração se torna mais profunda, promovendo uma faxina nos pulmões.

A risada provoca uma massagem abdominal, facilitando a digestão e todo o corpo ganha com isso. Ao rirmos provocamos um maior bombeamento de sangue promovido pelo coração e os vasos sanguíneos se dilatam. A pressão arterial tende a abaixar, o que é muito bom para os hipertensos.

Segundo Di Biase (2003), existem vários tipos de sorrisos: o sorriso de felicidade, onde os cantos da boca se elevam; o sorriso que o bebê dá para a mãe, onde ele além de sorrir fecha os olhinhos demonstrando sua profunda alegria; o sorriso que vem acompanhado de um rubor facial quando ouvimos um comentário que nos encabula. A gargalhada é, segundo ele, outro tipo de sorriso que relaxa não só os músculos faciais, mas também pescoço e os ombros, balança todo o corpo deixando-nos relaxados e com enorme prazer generalizado.

O riso tal como descrito por Rabelais na Idade Média, fala de uma função de libertação do homem, das necessidades inumanas em que se baseiam as idéias dominantes do mundo. Fala ainda que ele destrói a serenidade unilateral e as significações incondicionais libertando a consciência, o pensamento e a imaginação humana. Desta forma essas energias ficam liberadas para novas possibilidades. No cômico, a morte não aparece como oposição à vida, mas como fase necessária para renovação (In: Masetti, 1998, p.23).

As pesquisas realizadas sobre os efeitos de palhaços-médicos que trabalham com crianças internadas em hospitais apontam para mudanças comportamentais significativas para essas crianças: as mais frustradas ficam mais ativas, as quietas passam a se comunicar mais, se alimentam melhor, o contato com a equipe e com o tratamento também melhora. Em geral, a recuperação pós-operatória e a hospitalização se tornam menos ameaçadora. (Maseti, 2003, p.23).

Segundo Sampaio (1989), existem vários tipos de risos e o mais saudável é aquele que restaura as forças que regenera e liberta. Tanto o riso como a gargalhada gostosa se impõe como uma força vinda de onde não se sabe bem, mas que rompe com uma certa visão do mundo, trazendo uma nova perspectiva sobre a vida, promovendo uma ruptura com um jeito de experimentar e ver um mundo sério e oficial.

Falando do humor, fonte e manifestação de alegria, ele teria a ver com a particular disposição do espírito, um estado de ânimo alegre que permite que a vida seja olhada de um outro ponto de vista e que as ênfases depositadas nas coisas possam ser brincadas e trocadas.

Segundo Roustang, F. (1984), o senso de humor afasta o indivíduo de si mesmo e a fatalidade ao qual se mantém. É um instrumento indolor por ser terno e se por ventura corta algo tem a vantagem de não deixar cicatrizes. (p.32). Frankl (1991) conta que apesar de parecer impossível, também no campo de concentração existia bom humor, mesmo que por segundos ou minutos. Fala de um companheiro de confinamento, amigo e colega seu de profissão (cirurgião) que era estimulado por Frankl na prática do humor. Frankl propôs a ele um compromisso mútuo de inventarem, ao menos, uma piada por dia, principalmente visando uma situação de volta para casa após a libertação.

Uma das piadas inventada por eles tinha a ver com o chefe da obra do campo de concentração que quando se aproximava da área de trabalho, o supervisor procurava acelerar o ritmo dizendo “mexam-se, mexam-se”. Frankl dizia ao seu amigo cirurgião: - Quando você estiver novamente na sala de operação realizando uma demorada cirurgia do estomago, o atendente da sala de operação vai entrar correndo e dizer “Mexam-se, mexam-se!” para avisar que o chefe está chegando. Outras piadas sobre a escassez de comida também eram inventadas como, por exemplo: - Quando formos convidados para um jantar em sociedade, poderemos distraídos, pedir a dona da casa, assim como pedíamos ao capo no intervalo do meio dia, que eles lhe dessem sopa “bem do fundo” para pescar algumas ervilhas ou meia batata.

“A vontade de humor – a tentativa de enxergar as coisas de uma perspectiva engraçada – constitui um trunfo útil para a arte de viver” (p.48). Frankl ainda conta que um dia foram transferidos para irem fazer um trabalho em outro campo de concentração e só por saberem, que neste novo campo não tinha fornos crematórios, onde o perigo de morte não era tão iminente e tão direto, promoveu uma “agradável surpresa que nos encheu de alegria... ficamos tão bem humorados a ponto de nos entregar a gracejos e dar risadas...” (p.49). Ballone (2003) nos traz dados interessantes sobre os estudos de psiconeuroimunologia, ou seja, o estudo da maneira pela qual as emoções influem no sistema imunológico do ser humano. É o estudo dos mecanismos de interação e comunicação entre a mente e os três sistemas responsáveis por manter o organismo equilibrado: o sistema nervoso, o imune e o endócrino. São as substâncias químicas geradas por eles que fazem a comunicação entre os três.

As investigações sobre as contribuições do bom-humor para a saúde são mais recentes e em número menor que as pesquisas feitas sobre os efeitos negativos da tristeza, da angústia e da raiva. Takahashi (2001) publicou um estudo sobre a atividade das células “natural killer” importantes na imunidade contra tumores. Demonstrou que os efeitos de programas que estimulam o riso e o bom-humor aumentam a atividade desses componentes imunológicos, enquanto que os estados depressivos enfraqueciam esse aspecto da defesa orgânica.

Berk e colaboradores (2001) estudaram os efeitos neuroimunológicos em pacientes submetidos a programas associados ao bom-humor e ao riso. Concluíram que o riso e o bom-humor têm efeitos benéficos sobre a saúde e recomendam esse tipo de terapia alternativa para melhor bem-estar e como coadjuvante do tratamento médico formal.

Dentro da Psicossíntese usa-se fazer exercícios de meditação sobre as qualidades positivas. A seguir apresentaremos um exercício sobre alegria, que consiste no seguinte:

Depois do cliente ter regularizado sua respiração e estar em relaxamento, pede-se a ele que entre no seu espaço interno, busque o seu “lugar sagrado” para meditar e refletir. Depois disso pede-se a ele que visualize a palavra alegria escrita em sua frente em cor dourada e brilhante. Pede-se a ele que faça uma reflexão profunda sobre a palavra alegria. Sugere-se temas como:

O que eu entendo por alegria?

Qual o papel da alegria na minha vida?

Qual foi o papel da alegria no meu dia de hoje?

Através de que aspecto meu eu expresso mais facilmente alegria?

Que características da minha natureza devem ser transformadas para que eu possa ser mais alegre?

Quais as pessoas que conheço que utilizam com freqüência a arte da alegria?

Quanto do poder curativo da alegria deixei canalizar para mim mesmo e para o ambiente hoje?

O que a alegria pode fazer para melhorar as relações entre as pessoas?

Posso evocar alegria quando necessário?

De que maneira posso canalizar alegria para os meus semelhantes?

Esse exercício pode ser feito por vários dias, escolhendo um dos temas por dia, ou então um dos temas por semana. É aconselhável escolher um horário durante o dia ou a noite e repeti-lo nos dias ou semanas de reflexão.

Esse é um exercício muito salutar, principalmente para as pessoas muito deprimidas, pessimistas, que tem dificuldade em se alegrar com as pequenas ou grandes coisas da vida.

Quando a pessoa percebe a importância e o valor dessa virtude na sua saúde, bem-estar e relacionamentos, começa a prestar atenção nas pequenas coisas vividas, no dia-a-dia, que são fonte e manifestação da mesma.

A alegria pode ser equiparada à luz: se a luz discipa as trevas, a alegria discipa a depressão, o pessimismo, o mau-humor e a tristeza.

A alegria não é apenas um sentimento. É uma energia, uma manifestação dinâmica da vida que podemos evocar, uma energia que pode cooperar conosco e também ser cultivada em nós.

Notas:

(1)Especialista em Psicologia Clínica pelo CRP, psicoterapeuta, mestre e doutora em Psicologia Clínica, Chefe da Clínica Psicológica “Ana Maria Poppovic” da Faculdade de Psicologia da PUC-SP, professora assistente-doutor da PUC-SP com especialização em Psicossíntese pelo centro Devon – Inglaterra e especialização em Adminstração Hospitalar pela Academia Brasileira de Medicina Militar.

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