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Os brinquedos e a festa de Natal
Maria Angela Barbato Carneiro
Coordenadora do Núcleo de Cultura, Estudos e Pesquisas do Brincar e da Educação Infantil da PUCSP

Está terminando o ano e com ele se aproxima a festa de Natal.

Para muitos uma festa religiosa, mas para a maioria representa o sonho de consumo não só dos adultos mas, principalmente, das crianças.

Contrariamente ao que os adultos possam pensar os pequenos não precisam de muitos brinquedos para se divertir. Um ou dois fazem a alegria da criançada, até mesmo porque não conseguem e não têm tempo para brincar com tantos objetos.

Na maioria das vezes as crianças pedem os brinquedos como uma forma de competir com seus amigos que os têm, ou pela influência da mídia. Ela sim, atinge diretamente a opinião dos pequenos que hoje têm sido alvo fácil no fomento ao consumo.

Muitas vezes as crianças não dispõem de objetos para brincar, mas acabam criando-os dentro do contexto em que vivem.

Para escolher um brinquedo para seu filho é importante pensar que ele deve ser visto na perspectiva da criança e não do adulto.

Há um ano atrás uma criança pequena da família solicitou de Natal uma moto. A família investiu e comprou uma com pedal, guidão e tudo a que se tem direito. Na hora da troca de presentes, para surpresa de todos, ao desembrulhar a lembrança a criança se pões a chorar. A moto era grande demais para ela. Na sua perspectiva bastava uma moto pequena que ela pudesse manipular com as próprias mãos e não uma na qual ela pudesse subir e passear.

As crianças querem objetos que possam favorecer a imaginação, fazê-las sonhar, sem muita sofisticação. É importante perceber que a escolha do brinquedo deve estar adequada à idade da criança . Quanto menor ela for, mais simples ele deverá ser.

É importante ter clareza que, em geral crianças até 3 anos levam os objetos à boca, portanto o tamanho do brinquedo deve ser, no mínimo, maior do que uma bolinha de pingue-pongue. O material também deve ser resistente para não oferecer perigo à saúde da criança

Em se tratando de brinquedos de fabricantes nacionais, via de regra, as empresas especificam para que faixa etária o material é adequado. È bom observar o certificado dos órgãos fiscalizadores para não ter surpresas depois.

Brinquedos e jogos mais sofisticados são para crianças maiores e mesmo assim dependem da criança.

Devemos evitar comprar brinquedos sem embalagem ou em comerciantes não credenciados, pois se houver algum problema, não teremos nossos direitos garantidos e, pior do que isso, poderemos prejudicar nossos filhos.

Por último vale a pena lembrar que o brincar não é inato. A criança aprende com as pessoas, adultos e crianças que estão no seu entorno. Por isso não basta apenas dar o brinquedo a elas, é importante ensiná-las a brincar e sermos parceiros em suas brincadeiras. Isso favorecerá o estabelecimento de vínculos e ajudará os pequenos a serem mais criativos, autônomos, colaboradores, extrovertidos e felizes.

 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo DTI-NMD