A fotografia tradicionalmente procurou, ainda no séc. XIX, construir visões panorâmicas dos lugares. Painéis que continham a localização de todas as coisas, que organizavam a paisagem até onde a vista podia alcançar. Esses antigos tableaux estão na origem da fotografia.

As grandes panorâmicas de Patrícia Azevedo retomam aquele procedimento, para evidenciar o seu mecanismo. São colagens feitas no próprio negativo, trabalhadas no processo de revelação, cópias únicas. Uma justaposição de imagens daqueles locais, atuais e de arquivo, desproporcionais, sem respeito à escala. Uma rearticulação espacial e temporal que sugere a possibilidade de outras histórias e outras configurações para aqueles lugares.