A extrema fragilidade dos compostos engendrados por Georgia Kyriakakis, submetidos à combustão, esvaziados de massa interna, misturados a outros elementos igualmente pouco aderentes, enfatizam a precariedade das coisas ali. A efemeridade destes materiais. Sua adesão ao local é problematizada à menor interferência: uma lufada de vento, a passagem das pessoas, a chuva.

Uma grande placa de isopor é perfurada, em diferentes proporções, pelo calor de lâmpadas. O derretimento do material forma vazios por vezes atravessados por tênues tessituras. Aqui o transcorrer do tempo manifesta-se no desfazer-se da materia, na consumação orgânica dos elementos, na dispersão dos restos. A existência das coisas é levada ao ponto limite, reduzidas a espectros, vestígios. É neste não-lugar _ que este prédio do Moinho parece encarnar _ que a arte se localiza, se faz.