A Expansão Internacional das Novas Religiões Japonesas:
Um Estudo sobre a Igreja Messiânica Mundial[1]
no Brasil e na Austrália

Regina Yoshie Matsue[2] []

Introdução

O movimento de expansão e readaptação das tradições religiosas para outras sociedades e culturas tornou-se um assunto de interesse acadêmico entre os historiadores, sociólogos, e antropólogos em particular. Sendo que, a atuação missionária do Cristianismo e sua adaptação subseqüente na África, América e Ásia tem sido o foco central e dominantes dos estudos desta natureza. Porém, nas últimas décadas o fenômeno de expansão de alguns grupos de religiões asiáticas vem recebendo relativa atenção dos pesquisadores. Uma indicação deste fenômeno tem sido o crescente interesse despertado sobre o movimento histórico e contemporâneo das religiões japonesas para além do arquipélago.

O papel do Budismo estabelecido nas comunidades japonesas étnicas espalhadas pela América do Norte e do Sul foi um tema proeminente em muitos estudos anteriores (Nakamaki, 1989; Maeyama, 1983). Todavia, no caso do Budismo, com exceção do Zen, não houve interesse na propagação fora da comunidade étnica, conseqüentemente a identidade e atuação destes grupos permaneceram basicamente entre os velhos migrantes. Por outro lado, em conexão com as mudanças e transformações sociais ocorridas no Japão, as novas religiões buscaram uma forma de atuação dentro e fora do país. Suas vigorosas atividades proselitistas encontraram eco inicialmente nas comunidades étnicas japonesas, sendo que nas últimas três décadas, as novas religiões começaram a atrair fervorosos fiéis fora das comunidades, representando um desenvolvimento significativo destes movimentos.

O primeiro período de expansão internacional das novas religiões japonesas se deu dentro das colônias de migrantes japoneses nas Américas e Ásia (Shimazono, 1991), sendo que o entre guerras trouxe um fim à propagação nestas comunidades. Seguindo o boom econômico do Japão nos anos sessenta, as novas religiões entraram em uma nova fase de expansão e lentamente foram sendo aceitas pelos não japoneses. Nos anos oitenta e noventa, o número de membros não japoneses eram decididamente maior, comparado ao número de membros com descendência japonesa, na América Latina e do Norte, inclusive no Havaí (Nakamaki, 1989), Sudeste e Leste da Ásia.

Este estudo busca analisar o movimento de expansão da Igreja Messiânica no Brasil e na Austrália. Considerando, de acordo com Shimazono (1991), que os principais fatores que influenciam na aceitação deste grupo pelos não japoneses, refere-se em primeiro lugar, às condições sócio-econômica da sociedade receptora, tais como mudanças de valores causadas pelo processo de urbanização e industrialização, que aliado à liberdade religiosa levaram as pessoas a procurarem uma religião alternativa. E o próprio ambiente religioso e cultural que favorecem ou não a assimilação e adaptação deste grupo na sociedade nativa.

A expansão global da Igreja Messiânica começou em meados da década de cinqüenta nas comunidades de migrantes dos Estados Unidos e do Brasil, sendo que o Brasil representa o maior centro de difusão da América Latina. Nos ensinamentos da Igreja Messiânica há uma combinação de uma visão de mundo universalista explícitos na convicção de que "todas as religiões vêm da mesma fonte" (Clarke, 2000), e com forte tendências milenarista na idéia de que o "Mundo de Miroko" ou "Paraíso Terrestre" será estabelecido por vários agentes, tais como buda, kamis, e deuses. Estas idéias fazem com que os seus ensinamentos possam ser aceitos e reinterpretados em diferentes contextos culturais, independente da tradição religiosa.

O johrei, que significa em japonês joh (purificação) e rei (espírito) e que foi traduzido para o português como a "luz da purificação e da cura", é considerado pelos seguidores a espinha dorsal da Igreja Messiânica no Brasil (Oro em Clarke, 2000). A grande maioria dos membros inicialmente procuram a Igreja Messiânica em busca de cura para os problemas de saúde (Richards, 1991). Recentemente a Igreja Messiânica está buscando também incrementar e adaptar suas estratégias de difusão em países da América do Norte, Europa, e Oceania.

As Novas Religiões Japonesas no Brasil

O período de grandes transformações sócio-ecônomicas ocorridas na década de sessenta favoreceu o surgimento de diferentes grupos no contexto religioso brasileiro. Foi nesta época que o Espiritismo e as religiões afro-brasileiras, começaram a adquirir maior visibilidade no cenário religioso. As igrejas evangélicas, dentre elas a Pentecostal, cresceram rapidamente, construindo templos e atraindo números crescentes de seguidores. As novas religiões japonesas, dentre elas a Igreja Messiânica, surgiram também como uma opção existente entre outras no mercado religioso brasileiro contemporâneo.

A expansão das religiões japonesas no Brasil começou praticamente com a vinda dos primeiros migrantes japoneses em 1908. Nesta época o Brasil, cuja indústria de café estava em expansão, necessitava de trabalhadores para a lavoura cafeeira, que começou então, a atrair números crescentes de migrantes japoneses. O fluxo de migrantes para o Brasil alcançou seus níveis mais altos entre 1924-34 quando o número anual de chegadas do Japão era mais de 135.000. Antes de 1941 havia aproximadamente 234.000 migrantes japoneses residentes no Brasil. Atualmente há aproximadamente 1,5 milhões de cidadãos descendentes de japoneses no Brasil (Clarke, 2000).

Grupos como a Tenrikyo e Seicho-no-Ie entraram no Brasil antes de 1930, tendo um número considerável de seguidores ao final da Segunda Guerra. Porém, seus membros eram restritos à comunidade étnica japonesa. A partir de 1960 começou a haver uma ampla penetração destes grupos religiosos na sociedade brasileira como um todo, atraindo os não japoneses. Dois grupos tiveram um relativo crescimento neste período, a PL (Perfect Libert) e a Igreja Messiânica, alcançando uma boa performance após vencerem a barreira da comunidade étnica japonesa (veja tabela 1).

Nos anos sessenta à oitenta, a Igreja Messiânica e a PL alcançaram um relativo crescimento, todavia, nos anos noventa evoluíram em ritmo menos acelerado. A Seicho-no-Ie, que já vinha tendo uma boa performance entre os migrantes, manteve um crescimento gradativo e ultrapassou os limites da comunidade étnica. De modo geral, podemos observar que a diversificação e expansão das novas religiões japonesas continuaram em ritmo de crescimento, sendo que mais de 2% da população brasileira optou por uma nova abordagem religiosa, propiciada por estes diversos grupos (Nakamaki, 1989; Shimazono, 1991; Inoue, 1991; Watanabe, 2001).

Tabela 1 - Novas Religiões Japonesas no Brasil

Novas religiões japonesas Número de Membros
(em milhares)
Seicho-no-Ie 2.500
Igreja Messiânica 310[3]
Perfect Libert 300
Soka Gakai 150
Reiyukai 80
Mahikari 30
Fonte: Watanabe, 2001

A Igreja Messiânica no Brasil

A Igreja Messiânica Mundial começou suas atividades no Brasil em junho de 1955[4] na segunda fase da migração japonesa. Em julho de 1965, a sede nacional da Igreja Messiânica foi fundada em Vila Mariana (SP) onde existem atualmente 186 entidades religiosas (igrejas, centros de difusão e encontro) espalhados em todos os estados e cidades do Brasil (Oro em Clarke, 2000). Todavia, verifica-se uma maior concentração em São Paulo (71 entidades) e Rio de Janeiro (39 entidades).

Em novembro de 1995, a Igreja Messiânica inaugurou seu santuário ou "Solo Sagrado" no Brasil, em Guarapiranga nas cercanias da cidade de São Paulo. Anunciado desde 1985, este é o primeiro Solo Sagrado fora do Japão. O vasto e complexo santuário da Igreja Messiânica foi construído pelo trabalho voluntário de milhares de membros brasileiros que se ofereceram para as mais diversas atividades, desde a limpeza do lote, carpintaria e jardinagem. A obra começou efetivamente em 1991, no lote de 370 mil metros quadrados da reserva florestal que cerca a represa de Guarapiranga, responsável pelo abastecimento de água para a cidade de São Paulo. O edifício do santuário, arranjo da paisagem e do parque ecológico, teve um custo de aproximadamente 30 milhões de dólares angariado entre os membros brasileiros (Oro em Clarke, 2000).

O Perfil Social dos Membros da Igreja Messiânica

Entre os membros da Igreja Messiânica no Brasil aproximadamente 70% são predominantemente brancos. Do total de membros, 50% são mulheres de classe média, com idade variando entre 25 e 60 anos. Muitas das mulheres são aposentadas (aproximadamente 30%), outras são exclusivamente donas de casa (30%), e outras com nível universitário têm profissões como professora, secretárias, e funcionárias públicas (30%). Quanto aos membros do sexo masculino, cerca de 40%, tem um perfil social semelhante ao grupo feminino. E aproximadamente 10% dos membros da Igreja Messiânica são jovens de ambos os sexos abaixo dos 25 anos (Oro em Clarke, 2000).

Como vimos, na Igreja Messiânica há uma predominância de membros da classe média, resultado semelhante foi encontrado por outras pesquisas. Embora esta relação não seja rígida, há uma tendência entre as novas religiões japonesas, tais como Igreja Messiânica (Oro em Clarke, 2000), Seicho-no-Ie (Maeyama, 1983), Soka Gakkai (Pereira, 2001) de atrair pessoas basicamente da classe média brasileira.

O Porque das Pessoas Escolherem a Igreja Messiânica

O trabalho de divulgação da doutrina messiânica é feita basicamente por contato pessoal. A maioria dos membros têm o primeiro contato com a Igreja Messiânica através de convites feito pelos familiares e amigos que já são membros, uma vez que a Igreja Messiânica não faz propaganda pela mídia eletrônica (rádio ou televisão) ou cerimônias públicas. A mensagem da Igreja Messiânica é divulgada também pela publicação mensal do Jornal Messiânico e pelos livros escritos pelo seu fundador, que foram traduzidos para o português.

A importância do "poder curativo" do johrei é considerado o 'pilar principal' da Igreja Messiânica (Oro em Clarke, 2000). As entrevistas realizadas com membros e missionários brasileiros[5] demonstraram que aproximadamente 50% deles procuram a Igreja Messiânica movidos por problemas de saúde e doença; 15% deles por motivo de dificuldades financeiras (desemprego, falência); 15% por fracasso nas relações amorosas e solidão; e 20% por motivos de crises existenciais, busca de um novo sentido para a vida, e descontentamento pessoal, etc. A maioria dos entrevistados disseram que permanecem na Igreja Messiânica porque eles encontraram soluções para as dificuldades enfrentadas.

Embora a Igreja Messiânica seja de origem japonesa, algumas de suas práticas, rituais e doutrina não são completamente estranhos à tradição religiosa brasileira (Clarke e Oro em Clarke, 2000; Watanabe, 2001). O ritual de johrei "ritual de purificação de espírito", por exemplo, apresenta uma certa semelhança com o ritual do "passe", realizado nas sessões do Espiritismo, que é muito atrativo e popular em todas as camadas da sociedade brasileira. Embora haja algumas diferenças conceituais, ambos rituais consistem basicamente na imposição das mãos do ministrante em direção ao receptor (Oro em Clarke, 2000; Matsuoka, 2001). Outros pontos que também fazem parte dos ensinamentos da Igreja Messiânica refere-se ao culto aos ancestrais, que de certa forma é enfatizado pelos cultos afro-brasileiros, e a crença na reencarnação, presente na doutrina Espírita, que é muito difundida entre os brasileiros.

Neste sentido, podemos dizer que a tradição sincrética da religiosidade brasileira forneceu uma gama de elementos, práticas e conceitos que possibilitaram a compreensão e maior aceitabilidade das novas religiões japonesas. A Igreja Messiânica por sua vez, possui característica universalista e sincrética, incluindo em suas cerimônias a oração do Pai Nosso, e fazendo reverência à Nossa Senhora como representante brasileira da Bodisatva Kannon (Clarke, 2000; Matsuoka, 2001).

Deste modo, verificamos que o sucesso da Igreja Messiânica no Brasil é, em parte, devido as semelhanças desta com alguns dos conceitos doutrinários da tradição popular. Notamos aqui, então, um processo complementar; de um lado, as religiões japonesas adaptam seus ensinamentos e doutrinas para que se tornem mais compreensíveis à sociedade nativa, ou seja, de forma que possa ser entendível e aceitável pelos brasileiros. E, estes, por sua vez, buscam compreender as religiões japonesas a partir dos elementos que lhe são familiares (Oro em Clarke, 2000; Matsuoka, 2001).

Somando-se a isto, a utopia da construção do "Paraíso Terrestre", presente nos discursos da Igreja Messiânica, possui um forte apelo entre os brasileiros. Recentemente a Igreja Messiânica vem trabalhando no plano de construção da "Cidade da Nova Era" no Brasil. No plano proposto, eles oferecem soluções para alguns dos maiores problemas sociais contemporâneos tais como: violência, crime e desestruturação familiar, o que vai de encontro com as expectativas e interesses de uma grande parcela da população brasileira (Shimazono, 1991;Oro em Clarke, 2000). Assim, além de alguns aspectos doutrinários da Igreja Messiânica serem compatíveis com elementos da religiosidade brasileira, a sua utopia milenarista também encontra eco no contexto sócio-econômico brasileiro.

A Igreja Messiânica não é uma religião de massa e nem possui um caráter proselitista forte, conseqüentemente não atrai milhares de pessoas para seus templos como fazem os Pentecostais. A Igreja Messiânica é uma religião que atrai as pessoas com um certo nível de escolaridade, sensíveis aos problemas modernos tais como: meio ambiente, desunião familiar, pobreza, violência, materialismo, e que buscam na doutrina messiânica uma forma de atuação na sociedade.

O Papel do Brasil na Expansão da Igreja Messiânica

O Brasil ocupa uma função estratégica no plano da difusão mundial da Igreja Messiânica (Clarke, 2000). A convicção do líder da Igreja Messiânica no Brasil, reverendo[6] Tetsuo Watanabe, é de que no futuro o país será o local de onde os ensinamentos da Igreja Messiânica serão irradiados para outros países, e onde a concretização do ideal do Solo Sagrado em Guarapiranga, e agora com o plano de construção da "Cidade da Nova Era", lançam os pilares para a difusão na América Latina e no mundo.

O discurso da Igreja Messiânica no Brasil enfatiza a responsabilidade dos membros brasileiros nessa missão de difusão mundial, anunciando que o Brasil seria reconhecido amplamente ao prover para o mundo um protótipo ideal de convivência social baseado nos ensinamentos e práticas da Igreja Messiânica. Este protótipo é a "Cidade da Nova Era", que será construído no sul no estado do Paraná, tal qual uma apologia à Arca da Noé do século XXI (Clarke, 2000). Os membros da Igreja Messiânica acreditam que a construção do Solo Sagrado e da "Cidade da Nova Era" lançará as bases de uma "nova civilização global", unida pelo ideal messiânico.

A utopia poderia se tornar realidade com o projeto da "Cidade da Nova Era", porém, de acordo com sede da Igreja Messiânica no Japão, muito dos detalhes político-administrativo da "Cidade da Nova Era" necessitam ainda ser definidos e estruturados, sendo que o planejamento ainda está em andamento, todavia, o espaço necessário para a construção da cidade já esta garantido.

Os Missionários Brasileiros da Igreja Messiânica no Exterior

Ao mesmo tempo que enfatiza o papel dos membros na construção e efetivação do projeto da "Cidade da Nova Era" no Brasil, a Igreja Messiânica tem incentivado e desenvolvido um programa de treinamento para missionários brasileiros. No primeiro período de difusão (1950~1970), a Igreja Messiânica enviava somente missionários japoneses para trabalharem nas filiais fora do Japão. Porém, a partir dos anos noventa os brasileiros, após passarem por um programa de treinamento no Japão, começaram também a fazer difusão em outros países.

O programa de treinamento e formação para jovens missionários estrangeiros começou aproximadamente há 25 anos, sendo que os brasileiros foram os primeiros a passarem pelo processo. Estes jovens foram enviados para o Japão para um curso, inicialmente, de um ano para estudar a língua japonesa e a filosofia de Okada em detalhes. Ao finalizar o curso estes eram enviados de volta para o Brasil, ou para um terceiro país, para trabalhar como missionários. Desde então, jovens de aproximadamente quatorze países (Argentina, Brasil, China, EUA, Havaí, Coréia, Peru, Taiwan, e recentemente de Angola e Sri-Lanka) participaram deste treinamento no Japão. Ao todo, cerca de trezentas pessoas participaram do programa, dos quais 90% eram os brasileiros. Vale ressaltar que dentre esses estrangeiros, somente os brasileiros demonstraram interesse em realizar trabalho missionário em um terceiro país.

Os brasileiros têm feito trabalho missionário em aproximadamente 60 países[7] incluindo países sul-americanos como Bolívia, Peru, e Paraguai, nos Estados Unidos, em países da Europa como Alemanha, França, Grécia, Itália, e Portugal. E ainda, na Austrália, em Angola, e Sri-Lanka, eles estão presentes. Tendo em vista a boa performance dos missionários brasileiros no exterior e a posição estratégica do Brasil na América Latina, os líderes da Igreja Messiânica acreditam que o Brasil será a ponte para uma futura expansão mundial.

Religiões Japonesas na Austrália

Nos últimas décadas o perfil religioso da Austrália mudou profundamente devido ao intenso fluxo migratório (Bouma, Wendy e Vasi 2000). Como resultado, o país tornou-se uma sociedade religiosamente multicultural, uma das mais diversas do mundo. Algumas religiões japonesas vieram para a Austrália juntamente com os migrantes japoneses e outras via conversão. Enfocaremos aqui a tentativa da Igreja Messiânica em estabelecer as bases e estratégias para sua difusão neste país.

Avaliar em números o tamanho da população japonesa na sociedade australiana é complicado, pois os dados disponíveis não incluem as crianças de pais japoneses nascido na Austrália, e das pessoas de descendência japonesa que nasceram em outros países e migraram posteriormente para Austrália. O censo de 1986 informou que 11.160 pessoas nascidas no Japão fixaram residência na Austrália. Em geral, os australianos japoneses representam uma faixa da população com alta renda, alto nível educacional, e que geralmente trabalha em empresas japonesas estabelecidas no país. A grande maioria (87%), vive nas principais áreas urbanas, enquanto 12% vive em centros menores.

Os número de adeptos das religiões japonesas na Austrália representa ainda uma parcela pequena da população. Podemos ter uma estimativa do tamanho do grupo e número dos adeptos das religiões japonesas a partir do censo e estatísticas oficiais do governo (Bouma, Wendy e Vasi 2000). No censo de 1991, 1.478 australianos identificaram-se como adeptos do Zen budismo; 609 como pertencentes ao grupo Mahikari (no ano de 2000, os dados da Mahikari registram aproximadamente 2.000 partidários); 585 como sendo Xintoísta; 50 como Tenrikyo; e cerca de 10 pessoas identificaram-se como sendo pertencentes ao grupo da Soka Gakkai. Em 1995, em dados não oficiais a Soka Gakkai registrou 1.350 membros dos quais 66% eram asiáticos. Semelhantemente, em 1992 a Tenrikyo registrou um total de 240 membros dos quais 50% eram japoneses. E a Igreja Messiânica[8] registrou 250 membros em 2001 (veja Tabela 2).

Tabela 2 - Religiões Japonesas na Austrália

Religiões japonesas Número de Membros
1991 Anos mais recentes
Zen Buddhists 1.478 2.000
Mahikari 609 2.000*1
Xintoísmo 585 585
Tenrikyo 50 240*2
Sōka Gakkai 10 1.350*3
Igreja Messiânica 0 250*4
Fonte: Bouma, Wendy e Vasi (2000)
    *1 Mahikari registrou em 2000 lista aproximadamente 2.000 membros
    *2 Em 1992 a Tenrikyo registrou 240 membros, 50% japoneses
    *3 Em 1995 a Sōka Gakkai australiana registrou 1.350 membros, 66% de origem asiática
    *4 Em 2001 a Igreja Messiânica registrou 250 membros

O Começo da Igreja Messiânica em Melbourne

Seguindo o exemplo do Brasil e EUA, a Igreja Messiânica iniciou suas atividades na Austrália entre os membros da comunidade étnica japonesa. Não obstante, o número da população japonesa na Austrália não é tão numerosa quanto no Brasil. Juntando-se a isso, o fato de que a Igreja Messiânica ter começado suas atividades oficialmente em 1992, e o próprio contexto sócio-cultural não permitiram que o grupo alcançasse um grande número de adeptos. Na Austrália, a Igreja Messiânica restringiu suas atividades basicamente na prática e apresentação do johrei como uma terapia alternativa. Buscaremos acompanhar aqui como se deu a introdução, tentativa de adaptação e estratégias de difusão dos ensinamentos e práticas da Igreja Messiânica na sociedade Australiana.

Os primeiros passos da Igreja Messiânica foi dada em Melbourne na década de setenta. Masako Clark, membro da Igreja Messiânica que migrou em 1971 para a Austrália, começou a difundir os ensinamentos e praticar o johrei entre os amigos japoneses que ali residiam. O número de japoneses em Melbourne é relativamente pequeno, formado por pessoas que lá residem por motivo de trabalho, estudo ou familiares. Até os anos noventa, a Igreja Messiânica não havia enviado nenhum ministro, reverendo ou representante oficial do clero para a Austrália. Em 1992 após um longo período de espera, o reverendo japonês Nakajima foi enviado para este país com a missão de organizar e difundir as atividades da Igreja Messiânica.

Reverendo Nakajima, desde 1960 já estava no Havaí desenvolvendo trabalho missionário e difundindo as atividades de Igreja Messiânica entre a comunidade japonesa e entre alguns asiáticos, tais como chineses, filipinos e coreanos que ali residiam. Eram cerca de 1.700 pessoas, das quais 60% eram japoneses. Sendo que ao chegar na Austrália, reverendo Nakajima encontrou as atividades da Igreja Messiânica ainda restrita ao pequeno grupo de japoneses que, devido a barreira da língua, não conseguia difundir entre os australianos. Todavia, diferentemente do contexto que trabalhava no Havaí, a comunidade japonesa na Austrália é pequena, e fazer difusão entre os australianos em uma sociedade de estilo ocidental é o grande desafio para ele e a condição necessária para que haja um crescimento da Igreja Messiânica neste país.

No princípio, reverendo Nakajima estabeleceu-se em Melbourne onde começou a integrar e reunir os membros para reuniões semanais e prática do johrei; de Melbourne ele começou a ampliar atividades da Igreja Messiânica para outras cidades, fora dos limites da comunidade japonesa. Porém, reverendo Nakajima começou a perceber que a missão de difusão no país como um todo não poderia ser levado adiante por uma única pessoa, que neste momento já sentia limitações devido à sobrecarga de trabalho num país de dimensões continentais.

Em outubro do ano 2000, Igreja Messiânica comprou seu primeiro imóvel no centro de cidade de Melbourne, e em dezembro do mesmo ano, foi inaugurado no local o primeiro centro de johrei da Austrália. A quantia de dinheiro necessária para comprar o imóvel foi obtida através de doações de membros japoneses, cerca de 15 pessoas, que trabalham em diferentes companhias japonesas em Melbourne. Podemos notar aqui que o número de japoneses é pequeno, porém, de acordo com o reverendo Nakajima, eles possuem um forte vínculo com os interesses da Igreja Messiânica.

Reverendo Nakajima ressalta a urgência em desenvolver estratégias para difusão das atividades da Igreja Messiânica que ultrapassem os limites do grupo japonês e possam atrair os australianos em geral. Atualmente, os membros japoneses encontram-se concentrados apenas em Melbourne, sendo que nos outros locais, tais como Adelaide, Brisbane, Canberra e Sydney, não há membros japoneses. Os australianos, de acordo com reverendo Nakajima, estão à procura de um novo tipo de espiritualidade e não necessariamente de religião, eles vêm receber johrei que consideram ter um poder curativo; eles também recebem ohikari (o pingente que os membros recebem), entre outros, porém, os mesmos não querem se envolver, ter responsabilidade ou filiar-se à qualquer tipo de organização religiosa.

Ajustes da Igreja Messiânica na Austrália

Em 1998 o ministro Horácio, um brasileiro recém graduado, que também fez parte do grupo de jovens que receberam treinamento no Japão, veio para a Austrália para ajudar reverendo Nakajima em sua missão. Após passar um ano estudando língua inglesa na Universidade de Canberra, o ministro Horácio foi enviado para Sydney inicialmente para trabalhar entre alguns membros brasileiros que migraram para Austrália (aproximadamente 20 pessoas), dando início as atividades do johrei na cidade. Segundo reverendo Nakajima, após a vinda do ministro Horácio, a difusão na Austrália ganhou mais força, pois ele começou a fazer trabalhos missionários em Sydney, onde conseguiu trazer mais de 80 pessoas, dentre elas 30% australianos, 30% brasileiros, 30% vietnamitas e 10% indianos.

De acordo com membros, a vinda de um ministro jovem foi indispensável para fortalecer as atividades da Igreja Messiânica na Austrália, que segundo eles é "uma pessoa muito otimista e carismática." Os membros de Igreja Messiânica enfatizam também que o fato do ministro Horácio ser brasileiro descendente de italianos facilita a atuação dele junto aos não asiáticos, tendo um melhor desempenho entre os "caucasianos". Para eles, "os australianos se sentem mais à vontade com um ministro jovem e não oriental".

Ministro Horácio sustenta que o desafio maior para eles é adaptação dos ensinamentos e discurso da Igreja Messiânica à cultura e ideologia nativa. Ele, enquanto brasileiro, e o reverendo Nakajima, enquanto japonês, inicialmente fizeram difusão da forma com que eles estavam acostumados no país de origem, o que não atraía nem agradava aos australianos. Foi necessário aprender, mudar e adaptar o método e o approach para a versão australiana. O ministro Horácio ressalta ainda que não foi fácil para eles visualizarem qual seria o sentimento e comportamento dos australianos com relação à religião. Os australianos, segundo ele, vêem espiritualidade separada da religião; para eles espiritualidade é relacionada às práticas individuais e rituais que as pessoas fazem para entrar em contato com o mundo espiritual, práticas que não necessariamente devem estar ligada à uma organização religiosa. Sendo assim, "a Igreja Messiânica na Austrália não deve falar diretamente sobre religião e fé como no Brasil, porque os australianos não gostam e evitam este tipo de discurso" (ministro Horácio).

Como mencionamos antes, o discurso da Igreja Messiânica na Austrália enfatizou o poder curativo do johrei como um tratamento médico alternativo. Desta forma, a Igreja Messiânica vem buscando nestes últimos anos uma forma de fazer difusão adequada às tendências e estilos da sociedade australiana.

Quando reverendo Nakajima começou as atividades da Igreja Messiânica na Austrália, em 1992, ele obteve das autoridades australianas a licença para operar como uma organização não lucrativa sob o nome de "Igreja Messiânica Mundial da Austrália Limitada." Não obstante, a palavra "Igreja" não teve um boa imagem entre os australianos. "Quando nós tentávamos tomar parte ou organizar qualquer evento com a comunidade, usando o nome de Igreja, as pessoas não viam com bons olhos, duvidando de nossas atividades e objetivos..." (ministro Horácio). Para evitar este tipo de dificuldades, foi mudado recentemente, em junho de 2001, o nome de "Igreja Messiânica Mundial" para "Associação do Johrei".

As Atividades dos Centros de Johrei

A Igreja Messiânica da Austrália, e todas as suas filiais no mundo devem seguir um calendário de celebrações anuais tal qual foi elaborado e seguido pelo fundador no Japão, tais como a celebração de nascimento do fundador (Mokichi, Okada) no dia 23 de dezembro, comemoração do dia Paraíso Terrestre no dia 15 de junho, e encontros mensais. Estes serviços no Japão seguem o padrão das cerimônias do Xintoísmo tradicional executado por pelos oficiantes do Xintoísmo (kanushi). Em outros países os serviços sofreram certas adaptações. Em primeiro lugar as pessoas que executam o serviço não são os oficiantes do Xintoísmo mas os reverendos e ministros locais. Além disso, a cerimônia não segue um padrão do Xintoísmo como no Japão, pois algumas das orações foram traduzidos ou foram trocadas por orações da religião local.

Normalmente os centros de johrei em Melbourne e Sydney têm atividades diárias, como as preces matinais e a prática do johrei. Nestas duas cidades, Igreja Messiânica tem desenvolvido algumas atividades filantrópicas e voluntárias com a comunidade, eventos culturais, tais como demonstração de origami e atividades de ikebana em hospitais para crianças e clubes para a terceira idade. Em Melbourne, as mulheres japonesas ministram curso e aulas práticas de culinária japonesa e ikebana no centro de johrei.

Em Melbourne, os membros da Igreja Messiânica estão desenvolvendo também um espaço para conversação e diálogo em inglês, onde se reúne pessoas de todas as idades e nacionalidades, inclusive estudantes japoneses e australianos que freqüentam as reuniões semanais. O ministro Horácio acentua a importância desta atividade social em um ambiente descontraído, porque são nestes momentos que eles têm a possibilidade de fazer amigos e falar abertamente sobre as atividades e filosofia da Igreja Messiânica.

Tendo se estabelecido em Melbourne e Sydney, a Igreja Messiânica está agora tentando expandir suas atividades para outras cidades da Austrália onde já existem uma pequena quantidade de membros, tais como Adelaide, Canberra, Golden Coast, etc. E também para países vizinhos do Sudeste Asiático, tais como Vietnã, e outros lugares da Oceânia, como Ilhas Fiji, Quiribati e Nova Zelândia. Em Sydney, uma vietnamita que há vinte anos migrou pra Austrália se tornou membro da Igreja Messiânica, e segundo reverendo Nakajima, há planos que ela volte ao país de origem para começar a fazer difusão. Os membros de Igreja Messiânica acreditam que a Austrália é um tipo de ponte para difusão nestes lugares próximos ao continente. No futuro, estão planejando fazer com que a Austrália se torne a sede da Igreja Messiânica na Oceania, assim como fizeram do Brasil a sede na América Latina. Porém, o trabalho apenas começou, ao todo os membros da Igreja Messiânica na Austrália são aproximadamente 250 pessoas.

Approaches da Igreja Messiânica na Austrália

Como vimos, a congregação da Igreja Messiânica na Austrália, que recentemente começou suas atividades, é ainda pequena comparada ao Brasil. Vale ressaltar que o discurso adotado pela Igreja Messiânica na Austrália é um pouco diferente ao adotado no Brasil. Com intuito de atrair membros na Austrália, os missionários da Igreja Messiânica estão enfatizando a prática do johrei como uma terapia alternativa, desvinculada do sentido religioso que este carrega no Brasil. De acordo com Tacey (2000), os australianos vêem espiritualidade separada da religião. De um lado, a religião, que está em baixa, vem sendo acusada de ser mera autoridade institucional; do outro lado, a espiritualidade, em alta, vem sendo relacionada às práticas individuais, que podem dar acesso aos mistérios do sagrado e da lei da natureza. Assim, a Igreja Messiânica na Austrália evita o uso de palavras como deus, religião e fé, como na versão brasileira.

O termo de espiritualidade, de acordo com King (1996), tem uma longa história que adquiriu diversos significados em seu uso corrente por escritores e por psicoterapeutas da nova era. A espiritualidade está relacionada com a idéia de totalidade holística, interdependência entre todos os aspectos da vida humana, criatividade, emoção, estética, moral, harmonia com a natureza e mudança de valores. Indicando, de certa forma, um engajamento com os valores humanos artísticos, musicais, e éticos das grandes tradições antigas, Célticas, Chinesa, Grega, etc. Abarcando movimentos que começaram a surgir na década de 60 junto com o movimento de contra-cultura, que evoluíram para organizações modernas ligados ao meio ambiente, natureza, terapias alternativas e novas concepções religiosas.

Com intuito de escapar do discurso religioso tradicional, a Igreja Messiânica está buscando adaptar-se à espiritualidade da nova era. Enfatizando johrei como terapia alternativa e Okada, para os australianos, é apresentado como um terapeuta, diferente da versão brasileira onde ele é reverenciado como um messias ou líder religioso. "Johrei é uma arte terapêutica desenvolvida por Mokichi Okada, terapeuta japonês" (panfletos da Igreja Messiânica distribuídos na Austrália).

Dentro do mosaico de religiões alternativas existente na Austrália, composto por diversos grupos que competem em busca de adeptos, aqueles grupos que oferecem benefícios imediatos tem mostrado as taxas de crescimento mais altas. Esta idéia de beneficio imediato, contrasta-se com a noção cristã tradicional onde este só poderia ser alcançado posteriormente, ou em outra vida. Desse modo, a Igreja Messiânica, com intuito de atrair o público australiano, tem implementado mudanças estratégicas e intencionais no seu discurso, enfatizado o poder curativo e terapêutico do johrei como algo que poderá trazer benefício imediato à ambos (ministrante e receptor), tais como boa saúde, felicidade e harmonia.

Conclusões

Para que um movimento de expansão religiosa obtenha sucesso é necessário a existência de certas condições sócio-culturais favoráveis na sociedade receptora (Shimazono, 1991). No caso de Brasil, o processo de urbanização e industrialização dos anos sessenta, acarretaram drásticas transformações sociais que levaram as pessoas a deixarem o contexto familiar do interior rural para viverem em um ambiente urbano novo. Estas mudanças do meio social induziram as pessoas a procurarem um tipo de apoio espiritual de caráter mais individualizado, adaptado às condições da vida urbana que rompia com as ligações tradicionais. Foi neste cenário que a Igreja Messiânica ganhou força e floresceu no cenário da religiosidade brasileira.

A Igreja Messiânica representou, assim, uma religião alternativa em meio a um processo social transitivo vivido pela sociedade brasileira, oferecendo apoio espiritual e auto-ajuda a uma parcela de pessoas da crescente classe média urbana. Somando-se a isto, o relativo sucesso da Igreja Messiânica no Brasil, como demonstramos anteriormente, se deve também ao papel do ambiente sincrético da religiosidade brasileira que, de certa forma, facilitou a aceitação e adaptação desta no país. Sendo assim, algumas características e elementos que previamente existiam na religiosidade brasileira permitiram correlações com os ensinamentos e práticas da Igreja Messiânica, fazendo com que esta fosse facilmente assimilada pela cultura local. No caso australiano foi diferente, pois embora a dimensão religiosa de sociedade australiana ter sido transformada pela migração, o sincretismo e não é uma prática comum.

Ao mesmo tempo, o discurso e a idéia milenarista da construção da "Cidade da Nova Era", onde não existiria lugar para o crime, a pobreza e, a violência, os maiores males que assolam a sociedade, exerce uma atração muito forte entre os brasileiros. Na sociedade australiana, porém, tal discurso não tem o mesmo apelo, pois tais problemas não tão urgentes, comparado ao caso brasileiro. Além disso, no Brasil a Igreja Messiânica começou suas atividades nos anos cinqüenta, sendo que na Austrália começou recentemente nos anos noventa, onde a Igreja Messiânica ainda está tentando se expandir além da comunidade japonesa e adaptar à paisagem religiosa australiana.

Neste trabalho de caráter introdutório buscamos realizar uma análise do processo adaptavivo e das estratégias de difusão da Igreja Messiânica em dois contextos diferentes, no Brasil e na Austrália. Vimos que a adaptação e performance de um grupo religioso diferencia enormemente de um contexto sócio-cultural para outro. Vale ressaltar que com o intuito de aprofundar a análise, este grupo permanece sendo ainda objeto de estudo para uma futura tese de doutorado.

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Notas

[1] No Japão, a Igreja Messiânica Mundial é conhecida como Sekai Kyuseikyo (SKK).

[2] Doutoranda do curso de Relações e Políticas Internacionais, sub-área de Comunicação Intercultural da Universidade de Tsukuba - Japão.

[3] O censo do IBGE de 1991 aponta 81.344 membros pertencentes à Igreja Messiânica, porém em estudos acadêmicos tais como os trabalhos de Clarke (2000), Matsuoka (2001), e Watanabe (2001) apontam para aproximadamente 300~310.000 membros. Sendo que, não há dados referents aos outros grupos das novas religiões japonesas mencionadas na tabela.

[4] Jornal Messiânico, edição de junho de 1996.

[5] As entrevistas foram realizadas em 2001 na sede da Igreja Messiânica Mundial em Atami (Japão) com missionários brasileiros (funcionários da sede em Atami) e membros que vieram em caravana de visita ao Japão. O resultado destas entrevistas apresentaram a mesma tendência verificada pelo trabalho etnográfico desenvolvido em 2000 por Oro na cidade de Porto Alegre (RS).

[6] De acordo com a organização hierárquica da Igreja Messiânica, reverendo é o título mais respeitado na carreira missionária, logo abaixo está o cargo de ministro.

[7] Jornal Messiânico, edição de fevereiro de 2001.

[8] Na Austrália a Igreja Messiânica mudou o nome para Johrei Association