Política


Schenberg nunca realizou seu sonho de exercer um cargo representativo e expressar suas idéias para contribuir para a melhora da vida das pessoas. Teve sua primeira tentativa de atuação direta no meio político em 1946, quando foi eleito deputado estadual em São Paulo pelo Partido Comunista. Participou da Assembléia Constituinte e elaborou a lei que instituiu o curso noturno na universidade.O Físico permaneceu preso durante dois meses por que o Partido Comunista estava na ilegalidade e seus poucos meses de mandato foram cassados.Schenberg foi eleito 16 anos mais tarde como deputado estadual, mas desta vez por outro partido, o PTB e se destacou por alcançar a maior votação do partido no estado de São Paulo. Mas ele nem chegou sequer exercer a função. Acusado de pertencer ao Partido Comunista teve o registro do diploma impedido pelo Tribunal Eleitoral.A situação do físico só piorou com o inicio da ditadura em 1964, ele foi preso logo após do golpe e depois teve sua prisão preventiva decretada, e ficou foragido por cinco meses. Na mesma época acontecia no Japão um congresso cientifico para o qual ele havia sido convidado o fato de não poder comparecer por estar sendo procurado por crime político deixava a ditadura em uma situação difícil. A comunidade científica internacional, que conhecia o trabalho de Schenberg, se manifestou e pressionou o governo para que sua prisão fosse revogada. O pedido foi atendido, e Schenberg foi ao congresso. Ele não pediu asilo político, ao contrário do que parecia lógico. Após o congresso voltou ao país. "Ele acreditava que era seu dever como cidadão ficar aqui e lutar contra a ditadura", diz o físico José Luiz Goldfarb, editor e biógrafo de Schenberg. "Ele deu muito trabalho aos militares: chegou até a ser operado no meio de uma prisão”.Com a declaração do Ato institucional número 5, em 1969, o professor foi aposentado compulsoriamente e proibido de entrar no campus universitário e foi também afastado do CBPF, fato do qual guardava muita mágoa. Seria então um golpe mais duro contra Schenberg . Mas anos depois Schenberg faria discursos lembrabdo dessas dificuldades "Há certas coisas que a gente não deve esquecer, porque se a gente esquece, perdoa; e certas coisas não devem ser perdoadas”.