Área Restrita
   

Mutirão diminui espera por cirurgia

Professores, residentes e alunos participam de projeto do Centro de Ciências Médicas e Biológicas

(*Reportagem publicada no Jornal da PUC, na 2ª quinzena de abril de 2002)

Em setembro de 2000, Maria Aparecida Pontes Maciel fez uma ultrassonografia e descobriu que tinha um cisto e dois miomas (tumores benignos de musculatura). Encaminhada para cirurgia, entrou na fila do Sistema Único de Saúde (SUS), que conta com cerca de 4 mil pacientes. Espera até hoje (matéria publicada em abril de 2002) a vez de ser atendida: “não é só a dor que incomoda, mas também a tensão da espera. Faz dois anos que estou sofrendo e, como eu, deve ter muita gente nessa situação.”
Maria Aparecida é uma das pes­soas que serão beneficiadas por uma iniciativa do Centro de Ciências Médicas e Biológicas da PUC-SP (CCMB), em Sorocaba. A Universidade vai realizar, no Hospital Santa Lucinda, um mutirão de cirurgias eletivas (intervenções que não têm caráter de urgência). “Por causa das operações emergenciais, as eletivas são deixadas de lado e as pessoas sofrem com isso”, afirma a professora Cibele Isaac Saad Rodrigues, diretora geral do CCMB.
Vão participar do projeto professores de anestesiologia, cirurgia e enfermagem, residentes e alunos. As cirurgias vão acontecer quinzenalmente (aos sábados e domingos) e começam pela área de ortopedia.
“As outras disciplinas que confirmaram participação são ginecologia, otorrinolaringologia, oftalmologia e urologia”, conta o professor Luiz Ferraz de Sampaio Neto, vice-diretor da Faculdade de Ciências Médicas e coordenador do mutirão.

ATENDIMENTO – Serão atendidas as pessoas que residem na cidade e estão inscritas na fila do SUS. Assistentes sociais (juntamente com uma pessoa responsável de cada disciplina) vão contatar os pacientes e agendar as operações – cerca de 18 a 20 por final de semana, segundo o coordenador. “Também haverá exames pré-operatórios, para ver se as pessoas têm condições de passar pelas cirurgias.”
O mutirão, iniciativa do CCMB, terá uma verba do Ministério da Saúde: a quantia será enviada para a prefeitura de Sorocaba, que em seguida vai repassá-la para o Hospital Santa Lucinda.
O início das operações depende da liberação dessa verba. Segundo Cibele, ela será utilizada para cobrir as despesas com material cirúr­gico – já que os profissionais que vão participar das cirurgias são todos voluntários. “O desejo é que outros hospitais e instituições se animem com o projeto e passem a colaborar.”

COMPROMISSO – Cibele afirma que a direção do CCMB vê o compromisso social com a comunidade como um dos papéis da Universidade. A idéia do mutirão surgiu nesse contexto, uma vez que a espera por cirurgias eletivas é um dos maiores problemas de saúde em Sorocaba.

“Temos a consciência de que não vamos resolver, mas queremos melhorar essa situação. Por mais cirurgias que se façam, sempre surgem novos casos na rede básica de saúde do município.”

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