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r. smithson


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Legendas das obras de R. Smithson (acima):

Negative Map of Passaic, 1967
Map for Double Nonsite, 1968
Mer de Canada, 1967
A nonsite, Franklin, New Jersey, 1968

 


Passaic, de Robert Smithson, é uma narrativa documental, na forma de ensaio fotográfico, sobre esta área de New Jersey, NY. Remete às narrativas de viagem, com suas descrições factuais de antigos monumentos, mas invertendo sua sensibilidade pitoresca. Ele faz um tour por esta paisagem para retratá-la devastada pela industrialização e o crescimento urbano. Um mundo sem passado convetido numa conformação geológica em colapso.

As expedições podiam ter por objetivo a escolha de locais para futuras intervenções, mas eram essencialmente a base de uma complexa operação cartográfica, que Smithson denominava "não-sitios". As áreas percorridas nestes itinerários caracterizam-se pela extensão horizontal suburbana e industrial, desprovida de qualquer centralidade urbana. Uma paisagem em transição marcada pelo monotonia e a dilapidação.

Ele recolhia amostras de terra e pedras, acrescentando fotografias, desenhos cartográficos e mapas que, expostos em galerias, configuram o não-sitio daqueles sítios. Uma abordagem que lida com a convergência de informação geológica e topográfica. Desenhos cartográficos que usam mapas, recortados e removidos do contexto e transformados em novas composições.

O dispositivo dos não-sitios serve para estabelecer uma estratégia para abordar situações tão complexas e desfiguradas que não há como focar em algum aspecto, como retratar de modo articulado. O não-sitio opera como dispositivo de enquadramento, como parâmetro, enquanto o sitio fica à margem, onde se perde o sentido das distâncias e dos limites.

A relação sitio / não-sitio serve para orientar o observador para uma situação altamente complexa, que não pode ser equacionada pelos registros. Ele acumula informações e níveis de significado até o ponto em que emerjam possíveis sentidos.

Os sítios visitados são tomados mais pelo que têm de disfunção e pulverização, pela sua descontinuidade em relação ao entorno, do que como paisagem. O observador de fato nunca vê o sítio, a percepção é tornada esquemática e abstrata.

 

 

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